17. As cinzas chamam meu nome

1.2K 166 186
                                    


Notas Iniciais

Essa música é tão FODA que nomeou o capítulo de hoje

Se preparem porque, provavelmente, vocês lerão um dos capítulos mais importantes dessa história


*Aviso*

Eu já tinha sinalizado antes que a história era direcionada para o público adulto, então vou reforçar apenas os gatilhos: Este capítulo contém cenas gráficas de violência e morte, que podem gerar desconforto em quem for sensível. Continue com cuidado.


*****

There's a memory of how we used to be (Há uma memória de como costumávamos ser)

That I can see through the flames (Que eu posso ver através das chamas)

I am hypnotized as I fantasize (Estou hipnotizado enquanto fantasio)

Forgetting lies and pain (Esquecendo das mentiras e da dor)

But I can't go back (Mas eu não posso voltar)

The ashes call my name (As cinzas chamam meu nome)

Point of no Return – Starset


Neteyam oscilava seu olhar entre os peixes assando na fogueira para o corpo de Ao'nung, que seguia imóvel. Com um suspiro cansado, coçou os olhos, sabendo que precisava urgentemente dormir um pouco. Seus cochilos diurnos vinham ficando cada vez mais frequentes conforme os terrores noturnos o impediam de pregar os olhos. No mais, seu dia se resumia a cuidar de Ao'nung e responder pacientemente todas as perguntas completamente aleatórias de Tai'Ren, que iam desde "Por que precisamos colocar o peixe no fogo antes de comer?" até "Mas por que os peixes moram na água e não no céu?"

Pensar no garoto o fez apurar a audição para tentar ouvir suas brincadeiras, mas como imaginou, ele não estava perto da clareira, mesmo que tivesse sido muito claro quando o mandou brincar por perto. Não pode evitar pensar em seus pupilos Metkayina, que apesar de desobedientes, eram muito corajosos. Será que estariam bem?

Balançou a cabeça para expulsar as novas preocupações e retirou os peixes do fogo, cortando os pedaços para dividir entre as tigelas. Quando terminou de preparar o jantar, Neteyam se levantou, entrando na floresta para chamar Tai'Ren. Por um instante, achou estranho ele não ter ficado para comer, já que tinha uma mania estranha de olhar os peixes assando com olhos ansiosos. Mas depois recordou de como o garoto tirava sempre um momento do dia para ir até o penhasco.

Decidido a tirar algumas dúvidas, o Omatikaya subiu o morro íngreme, desviando das raízes elevadas de maneira silênciosa. Pouco tempo depois, não precisou estar tão próximo para escutar outra vez Tai'Ren cantando a música de Neytiri. Dessa vez ele não estava rodando, apenas deitado na grama, de costa para o lado de onde Neteyam surgia.

Quebrando a melodia suave que era sua vozinha, o Sully perguntou, com olhos estreitos:

— Posso saber onde aprendeu essa música?

— Neteyam! – O menino pulou, suas bochechas escurecendo conforme sua vergonha crescia. – E-eu...inventei!

— Ah, inventou? – Neteyem respondeu, cruzando os braços. – É mesmo?

Always Somewhere (Aonung x Neteyam)Onde histórias criam vida. Descubra agora