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🜲
Eles não conversaram sobre o tempo que Donghyuck ficou afastado das atividades da tour. Não porque Mark não quisesse, mas porque o Fullsun tinha essa mania insuportável de querer ser forte o tempo inteiro.
Mark entendia, ele tinha essa mesma mania. Achavam que era um mal da SM, sinceramente.
Só que, mesmo sempre mantendo a fachada de que estava bem, Haechan costumava se abrir com Mark. Talvez por isso o canadense tivesse ficado duplamente triste e duplamente preocupado. Pela saúde de seu garoto, e por não poder fazer nada para ajudar.
Logicamente, Mark lhe enviava mensagens o dia inteiro, todos os dias. Foi tanto tempo dedicado ao celular que os managers pediram que ele soltasse o aparelho e focasse nas gravações dos vlogs. Estava em pleno Brasil, comendo churrasco, e só queria saber de mandar foto para Haechan dizendo o quanto ia teria amado aquela carne (foi aí que veio o puxão de orelha, e ele soltou o telefone antes que passasse a vergonha de ter ele confiscado em plenos vinte e três anos).
Depois disso, o próprio Donghyuck lhe mandou parar. "A vibração das notificações tá atrapalhando meu jogo! Vai ensaiar, Melk!" – era para ter desencorajado o canadense, mas Mark conseguia ver (mesmo sem ver o namorado) que ele estava falando aquilo só porque não queria atrapalhar o trabalho.
Quando Mark perguntava como ele estava, Haechan desviava o assunto falando como o remédio tinha gosto ruim ou o quanto sua mãe estava passando mais tempo no dormitório importunando ele do que em casa.
O Fullsun tentava fazer piada, mas Mark ficava aflito mesmo assim – na verdade, ainda mais assim. Jamais ia querer que o menino chorasse, mas queria que ele fosse honesto com o quanto estava triste de perder a turnê.
Em cada show, Mark via cartazes do sol que não estava brilhando ali no palco como devia. Cada noite pareceu escura, mesmo com todas as luzes neon.
Incluiu Donghyuck em todos os seus discursos, sempre recebendo uma reação da plateia que era um misto de amor e tristeza – bem similar ao que ele mesmo sentia.
Em cada hotel que deitava, sentia falta do calor do garoto em seus braços. Sentia falta até do cheiro de seu shampoo (mesmo que Mark sempre reclamasse que era doce demais). Quando acordava, sentia falta dos resmungos dele. Quando tomava café, sentia falta do cafuné dele. Quando andavam de van, sentia saudade da voz dele cantarolando alguma coisa. Quando iam para um aeroporto, achava estranho não ter que vigiar ele e garantir que tinha pegado tudo.
Parecia que metade de si estava longe. E, mesmo do outro lado do mundo, essa metade o incentivava a ser o seu melhor.
"Hyung, você tem que desligar. Dorme bastante e amanhã arrasa no show." "Hyung, eu vi os vídeos de hoje no instagram, você tava tão sexy." "Hyung, eu amo sua voz." "Hyung, eu tô bem! Não precisa se preocupar."
