Capítulo 17 - Bruno

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Gosto do fato de Leo ser o maior de nós dois e ainda assim não parecer se importar de estar encolhido, deitado com a cabeça em meu peito e com uma perna sobre mim, deixando que eu abrace e acaricie suas costas. Nós continuamos em silêncio, tenho certeza de que ele está esperando que eu fale, mas eu simplesmente não tenho certeza de que quero falar algo. Não porque a forma intensa que ele me fez gozar com somente uma punheta e um boquete ter me deixado cansado, mas também por estar gostando de apreciar esse momento com ele. Sei que ainda está acordado e sei que deve estar pensando em coisas para me falar antes de deixar que o sono o tome.

— Você gozou pra caralho — seu comentário baixo, de supetão, me surpreende, por isso inclino um pouco a cabeça para notar seu sorriso.

— O quê?

— Eu disse que você gozou pra caralho — seu sorriso engrandece — a quanto tempo não fazia isso?

— É sério que você quer falar sobre isso? — volto a deitar a cabeça no travesseiro, olhando para as sombras à pouca luz no teto branco.

— Eu só fiquei curioso — ele mexe um pouco o rosto em mim, sua pele contra a minha me faz trazê-lo um pouco mais para perto — na verdade eu tenho curiosidade sobre bastante coisa que venha de você, mas com certeza você vai revirar os olhos e responder tudo com algum xingamento.

— Eu não faço isso — hesito, percebendo que revirei os olhos, então sorrio, grato por ele estar de olhos fechados — você pode me perguntar essas coisas se quiser.

Leo solta um gemido baixo e, para mim, ele parece mais um gatinho do que um leão. À pouco, ele me tocava como um animal feroz que desejava veementemente saciar sua fome com carne fresca, mas, agora, faz jus à forma que salvei seu contato no meu celular. Pensar nisso me faz continuar sorrindo. Me sinto bem em estar com ele assim e quero pensar que, ao menos nesse momento, só isso importa.

— Fazia tempo que eu não me masturbava — confesso, ainda encarando o teto e sabendo que ele abriu os olhos para me olhar.

Me masturbava... — ele imitar o meu jeito de falar já não me irrita, mas mexe comigo de alguma forma — então... ninguém nunca bateu uma pra você antes? — eu murmuro ao negar — eu pensava que todo homem já tinha brincado, digamos assim, com algum colega quando pequeno, você sabe, adolescentes são curiosos...

— Acho que sempre fui mais fechado para as outras pessoas — Leo se afasta, se virando bruços e se apoiando nos cotovelos para me encarar — minha mãe trabalhava e eu focava nos estudos, tive sorte de ter conseguido uma namorada sendo como sou — vejo-o balançar a cabeça, seus olhos brilhando para mim.

— Acho que a sorte foi dela.

Se a luz do quarto estivesse acesa, Leo com certeza me viria enrubescer depois de seu comentário. A forma natural com que me pergunta sobre assuntos tão pessoais ou fala abertamente as coisas que pensa não faz com que eu queira responder rudemente, mas ainda assim tenho certo receio de respondê-lo, talvez por me sentir intimidado pela sua experiência, talvez por medo de que ele perceba que alguém inexperiente não é o que procura.

— Você não ouviu quando eu disse que não quero que sinta vergonha? — volto a mirá-lo, ainda sorridente e, merda, seus olhos continuam incríveis mesmo na falta de luz — não precisa ficar inseguro comigo, se é sobre isso que tá pensando — me surpreende como parece me entender, como parece ouvir meus pensamentos — na verdade, uma parte de mim prefere que você não tenha ficado com nenhum cara antes — ele sorri envergonhado e esconde a cabeça no colchão.

— Egoísta? — eu me movo, ficando de lado na cama, me apoiando com um braço e levando o outro até ele para passar a mão nos seus cabelos - esse negócio de sentir vergonha só serve para mim?

Como É Que A Gente Fica? (Romance Gay)Where stories live. Discover now