Capítulo 30 - Leonardo

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Bruno e eu acompanhamos a picape de Mica e passamos primeiro na casa de Paulinha para deixá-la, depois na de Larissa, onde uma garotinha, sua irmã, cumprimentou meu namorado com uma animação recíproca que me fez observá-los um tanto bobo demais. Quando correu para dentro sem se despedir, percebemos que ela estava mais interessada nos possíveis presentes que a irmã mais velha tinha lhe trazido, mas, ainda assim, meu namorado não deixou de sorrir por vê-la.

Bahia ficou na casa de sua namorada e, então, logo nos despedimos de Mica à sua porta, onde dispensou ajuda para levar seus equipamentos para dentro. Ele e Bruno pareciam estar bem, mesmo depois que eu contei ao meu namorado sobre meu antigo relacionamento com o garoto. Não voltei a perguntar a respeito da relação dos dois, afinal também me sinto mais tranquilo em relação a essas coisas.

Não pude esconder a animação e a ansiedade desde que Bruno concordou que ficaria comigo na cidade, não só por esperar o que se pareceu muito tempo para dormir junto dele novamente em uma cama, afinal essa não é tão confortável quanto a minha, mas pelo que o momento pode representar para nós.

Bahia e eu não fomos realmente ao banheiro antes da viagem de volta, na verdade eu precisava da ajuda de um amigo para escolher um anel de compromisso para meu namorado. Eu não queria pedi-lo em namoro da forma como aconteceu. Por mais que quisesse muito que ele fosse meu namorado de forma oficial, não esperava que fosse sem nenhum planejamento, então, decidi que precisaríamos ao menos de um anel ou algo do tipo.

Além disso, não podia pedir para Paulinha me ajudar, ela estava quieta, talvez triste devido a falta da garota com quem ficou quase todo o final de semana e, provavelmente, me ajudar a escolher algo para fortalecer o meu relacionamento não colaboraria para que ela ficasse melhor. Preferi deixar Larissa lhe fazendo companhia e não me arrependi de ter chamado seu namorado para me ajudar. Ele tem bom gosto e me ajudou bastante dentro dos limites que as pequenas lojas da praia me deram.

Para minha sorte, o microondas deixado na casa ainda funciona, então não preciso me preocupar tanto com a comida, seria um pouco complicado cozinhar algo no forno por mais que eu já o tivesse feito antes. Além de comida, também precisei pegar pratos e talheres no mercado e fiz uma nota mental para deixar dinheiro no caixa quando retornássemos no dia seguinte.

Consigo ouvir o som do chuveiro enquanto arrumo melhor a cama, que nos serviria mais uma vez como mesa, tentando deixá-la um pouco mais confortável. Preciso lutar contra a vontade de invadir o banheiro para compartilhar o chuveiro com meu namorado. Pensar na água fria lhe tocando a pele da mesma forma que eu pretendo logo o fazer, além de imaginar suas expressões no momento em que o líquido lhe toca o rosto, me fazem ficar duro de imediato, mas não quero estragar o momento, ao menos não por enquanto, então preciso me concentrar no que estou fazendo.

Mas é um pouco difícil afugentar os pensamentos quando a porta do banheiro se abre e meu namorado sai somente com uma toalha envolta na cintura. Sua pele branca, exposta, está com um tom avermelhado por todo o sol que tomou durante o dia e seu rosto, tão sério e bonito como quando nos conhecemos, me faz levantar do colchão e me aproximar dele rapidamente. Não sei muito bem o que estou pensando ao chegar mais perto, mas pela forma que abre levemente a boca e que seus olhos pairam sobre mim, consigo imaginar o que ele pode estar pensando.

Eu o desejo demais e, por mais que não troquemos uma palavra sequer desde que ele entrou no banheiro e eu me dirigi ao mercado para pegar o que precisávamos, sei que também me deseja. Sei disso quando lhe toco o rosto com as costas da mão e ele fecha os olhos, assim como sei disso no momento em que essa mesma mão resvala seus lábios e ele os abre um pouco mais. Na verdade, sei disso desde muito antes, por isso me afasto um pouco, tomando fôlego enquanto toco agora a ponta de seus dedos e, só então, o deixando sozinho. Posso imaginá-lo revirando os olhos e isso me faz sorrir.

Como É Que A Gente Fica? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora