04 - Ferrando tudo.

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   O Universo só pode estar de sacanagem comigo. Sério? Mas um Caçador na minha vida? E porque ele tem que ser o gostoso do meu colega de classe? Realmente, não consigo entender o que fiz de tão horrivel na vida. Sério, nunca fiz mal a ninguém!
 - Gosta do quê está vendo? - O idiota tem a cara de pau de perguntar quando percebe que estou encarando feito idiota.
- Isso te agradaria, estou certa? - Resolvo entrar no jogo, afinal ele não sabe de mim.
- Não fico nem um pouco incomodado. - Diz ele.
- Espera lindinho, eu disse que "ficaria", se esse fosse o caso, não afirmei nada. - Respondo.
- Não precisa afirmar, está na sua cara, amor. - Diz ele.
- Nossa, que abusado. A modéstia mandou lembranças.
- Gente como eu não precisa de modéstia.
- Meu Deus, realmente abusado!
- Abusado não, realista.
- Realista não, idiota.
- Nossa amorzinho! Desse jeito você me ofende! - Diz ele colocando a mão sobre o peito.
- Abusado, idiota e agora dramático, sério?
- Eu nunca disse isso, amor.
- Não precisa querido.
- Olha que meigo, ela me chamou de querido.
- E você me chamou de amor. Agora me diz, qual é o mais intimo?
- Touché linda.
- Srta.Donavan e Sr.Rodriguez, deixem a conversinha pra depois e prestem atenção na aula. - Diz o professor.
- Qual é professor, estou ajudando a novata a se adaptar. - Diz Ethan. Como se ele não soubesse que já estudei aqui.
- Faça isso quando não estivermos em aula. - Professor Stewart responde.
   Depois da bronca volto a rabiscar meu caderno em quanto finjo prestar atenção na aula. Rabiscando músicas como sempre. Eu e minhas manias. Depois que a aula acaba eu junto minhas coisas e saio da sala. O que não percebi é que deixei uma folha cair.
   Depois de mais duas aulas, fui para o refeitório sozinha, tentaram puxar papo comigo nas aulas, mas evitei, só pessoas que antes me desprezavam e agora que mudei decidem que valo a pena. Estão perdendo tempo. Sou do tipo que guarda rancor, mesmo sabendo que não é certo. Mas fazer o quê? Não consigo não ser.
   Antes de ir ao refeitório dou uma passada no banheiro. Faço minhas necessidades, vou até a pia, ergo as mangas do meu casaco, lavo as mãos e seco-as. E em seguida vou ao meu destino.
    Chego na porta do refeitório e entro, mas não vou muito longe, logo ouço alguém me chamar.
- Isabelly! - Fala a pessoa. Quando olho, Henrique está acenando a mão me chamando, junto com Ethan e seus amiguinhos. Vou até.eles.
- Algum problema? - Pergunto.
- Você deixou cair algo seu e o Ethan encontrou. - Diz Henrique.
- Aqui amor. - Diz Ethan erguendo uma folha. - Aliás, adoro essa música.
- Você andou bisbilhotando minhas coisas? Que feio! - Falo.
- Precisava ver pra saber a quem pertencia linda. - Diz ele. Ergo a mão e pego a folha, mas ele não solta. Olho pra ele e percebo que ele está olhando pra baixo, olho para saber o que ele tanto olha e paraliso.
   Droga! Esqueci de abaixar as mangas do meu casaco. Ethan está olhando paralisado pra minha tatuagem. Ele ergue o olhar pra mim e solta a folha imediatamente. Ele da um passo pra trás. E fica parado me encarando com a cara fechada. Como sou idiota e descuidada! Agora ferrou tudo! Dou um passo pra trás e me viro pra sair dali enquanto falo um rápido "Obrigado".
- Izzy, espera! - Diz Henrique. Me viro pra ele e espero. - Você canta? - Pergunta ele. Que diabos de pergunta é essa? E logo agora? Provavelmente viu o que andei escrevendo e já deduziu.
- Porquê a pergunta? - Resolvo enrolar. De certa forma quero ver a reação do Ethan.
- Ah, pelo que você andou escrevendo, as vezes cantamos. Mas e aí, canta? - Pergunta Henry.
- Sim. Canto e encanto ao que parece. Olha a cara do seu amigo. - Digo me referindo a expressão paralisada do Ethan. Tudo bem, não resisto a uma provocação. É inevitável. Mas isso piora a reação do Ethan. Ele tenta disfarçar. Os meninos olham pra ele e começam a rir. Menos os dois que chegaram na primeira aula com o Ethan. Eles estão paralisados olhando meu braço. Dois prováveis caçadores.
- Quem não se encantaria? - Diz Henrique piscando. Pisco de volta pra ele sorrindo e vou pegar algo pra comer. É, uso a arrogância e o charme como armadura. Por dentro estou pirando. Percebo todos me encarando, mas principalmente um grupinho em especial, que não tiram o olhar do meu braço e me olham como se eu fosse louca. Cobrir agora porque? Não vai mais adiantar. Resolvo deixar como está.
   Pego uma maçã e uma Coca-Cola, pago e saio dalí rápidamente já comendo a maçã. Passo pelos meninos que ainda estão ali na porta do refeitório parados e vou procurar um lugar onde possa ficar sozinha.
   Acabo indo parar no campo de futebol. Sento nas arquibancadas, termino minha maçã e abro minha Coca. Antes de tomá-la abro minha bolsa, pego meus óculos escuros e os coloco. Me inclino para trás me escorando na arquibancada e fico tomando meu refrigerante.
   Minha paz dura uns cinco minutos. Vejo o grupinho que tinha me encarado como se fosse louca se aproximar. Eles sobem até onde estou e ficam na minha frente me encarando.
 - Você é louca, garota. - Diz o que parece ser o lider. Ele é alto, um pouco forte, olhos verdes e cabelos castanho, do lado dele tem uma garota que é identica a ele, provavelmente gêmea, mas ela é mais baixinha.
 - E você, quem seria? - Pergunto o encarando.
- Alguém que veio tentar colocar juizo na sua cabeça. - Responde ele.
- Léo, pega leve. - Diz a provável gêmea.
- Lia, deixa que eu resolvo. - Diz ele.
- Seja pelo menos agradável. - Diz ela. Ele suspira e olha pra mim.
- Porque você fez aquilo? - Pergunta ele.
- O quê? - Pergunto.
- Você se arriscando daquele jeito, porque mostrar sua tatuagem, aliás, porque você tem uma maldita tatuagem com o nosso simbolo? Ficou maluca? Quer que saibam quem você é? Por a caso você não tem medo de morrer?! - Diz ele quase gritando.
- Opa, pera ai bonitão, baixa a bola! Quem você pensa que é? - Pergunto.
- Alguém que não é idiota a ponto de mostrar pra quem quiser saber o que eu sou! -
- Ah, então você admite que é idiota! Só não chega a esse ponto, que lindo! - Exclamo.
- Olha aqui sua maluca, não me tira do sério. Estou tentando ajudar.
- Não preciso da sua ajuda!
- Ah, ótimo! Melhor pra mim. Quando eu ver aqueles Caçadores tentando te matar vou ficar só observando!
- Ótimo! Agora me deixa em paz! - Digo me levantando e tirando os óculos. Tenho certeza que os meus olhos estão em chamas. Ele ia falar algo mais logo para. Todos eles ficam olhando para os meus olhos. Sinto minha tatuagem queimando junto com o meu colar. Estou perdendo o controle. Os simbolos não estão aguentando.
- Ai que droga. - Sussurra a tal de Lia.
- Melhor você se acalmar menina. - Diz Léo.
- Não me chame de menina, seu idiota. E fica difícil me acalmar tendo que olhar pra você, só isso já me estressa. - Respondo.
- Léo, cai fora. Você só está piorando tudo. Eu fico com ela. - A irmã dele diz.
- Nem fodendo que eu vou deixar você com essa louca descontrolada! Ainda mais agora que ela já está na lista deles. - Diz o idiota. Agora ele me irritou de verdade. Vou pra cima dele, mas antes de chegar a tocá-lo sinto uma força invisível me empurrando pra trás. Foi ele e fez isso sem me tocar. O idiota conjura o Ar. Olho pra ele que está com um sorrisinho debochado. Minhas mãos ficam em chamas, mas sem me queimar. Ele tira aquele sorrisinho idiota do rosto e fica paralisado olhando para as minhas mãos.
- Cai fora, agora! - Grito com ele. Ele desce um dos degrais da arquibancada puxando a irmã dele.
- Eu disse que não ia adiantar. - Diz ele sem tirar os olhos de mim.
- Você tambêm não sabe tratar ninguém bem! - Diz a irmã dele irritada. - Agora me solta que eu vou ficar. - Ela se solta.
Não, você não vai! - Fala ele pegando o braço dela.
- Me solta ou eu faço tudo aqui tremer! - Grita ela. Ele a solta.
- Não vou deixar você sozinha com essa doida. - Fala ele. O que só piora meu temperamento. As chamas começam a subir pelos meus braços sem queimar nada. Vou pra cima dele, mas o idiota do amigo dele vem me segurar e acaba se queimando. Ele puxa a mão com os olhos arregalados.
- CAI. FORA. AGORA. - Falo lentamente, mas alto o suficiente.
- Vão logo! - Diz Lia.
- Tá bom, mas só porquê sei que você não vai desistir. Qualquer coisa grita, me liga, seja o que for. - Fala ele dando um abraço nela e em seguida olha pra mim. - Se machucá-la mesmo que sem querer, eu acabo com você. - Ele diz e sai. Depois de alguns minutos que ele saiu eu consigo me acalmar e finalmente volto a me sentar. Lia sorri e se senta ao meu lado. Não sei o que ela quer, mas é bom que não piore meu temperamento. Não quero machucar ninguém, mas se eu perder o controle não vai ser bom pra ninguém.

E ai? O que acharam? Espero que tenham gostado! Agora vem aquela história de votem, comentem e indiquem, não vou repetir para não ficar chato. Mas ficaria grata. O que acham que vai rolar?
Bjks da Izzy :*
P.S: Leiam Karma - Tudo que vai, volta. É minha, espero que gostem.

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