Epílogo.

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Faz uma semana que Isabelly viajou. Ou melhor, fugiu. É assim que gosto de pensar. Afinal, que outro motivo ela teria para desaparecer assim? Os outros estavam certos afinal. Ela tentou matá-los. Caso contrário não teria fugido para outro país. Ou pelo menos imagino que foi para outro país que ela se mandou. Todos evitam falar no nome de Isabelly quando estou por perto. Imagino que seja proposítal. Nessa semana que se passou aconteceu algumas coisas interessantes. Rosa terminou com meu pai por ele furar com ela mais uma vez por causa de Oliver, mãe de Lydia. A mulher vive se insinuando para o meu pai e ele não percebe. Na verdade ele acha que Rosa está ficando obcecada imaginando coisas que não existem. Ele está errado quanto a isso. Rosa tem motivos para ficar com um pé atrás. Oliver só aparece com uma emergência quando meu pai tem um encontro com Rosa. Ele, inocente como é, acredita. Sempre pensando o melhor de todos. Eu é que não vou me meter nos relacionamentos dele. Na verdade, acho que é bem melhor ele ficar longe de Rosa. Assim não existirá mais nada que me ligue a Isabelly, à não ser o meu ódio.
Agora estou escalando a janela do quarto dela de madrugada para pegar a outra única coisa que ainda nos liga: Minha adaga. A adaga que ela pegou na primeira vez em que me beijou, na festa do Henrique quando tentei matá-la pela primeira vez. Não quero que Isabelly tenha nada meu. Assim como não quero que exista qualquer ligação entre nós.
Chego em frente a janela do quarto dela e checo se está trancada. Não está. Abro-a lentamente e entro no quarto o mais silenciosamente possível. Assim que estou dentro começo a procurar minha adaga nos lugares que acho mais prováveis. Isabelly é esperta, não guardaria algo assim em qualquer lugar. Ela é tão esperta que me enganou por um tempo. Sorte que descobri antes de fazer algo que sujasse a memória da minha mãe. Nunca mais vou me deixar enganar desse jeito.
Enquanto percorro o quarto penso nas outras coisas interessantes que aconteceram nessa semana. Karolina terminou comigo. Ela me acusou de estar obsecado com vingança. Disse que mudei muito depois que Lydia apareceu. Até mais do que quando conheci Isabelly. Ela acha que estou errado e que estou me deixando manipular facilmente. Errada está ela. Karolina não sabe o que é perder a mãe e nem alguém querido. Afinal ela tem a mãe, o pai, o irmão, todos vivos. As palavras dela foram: "E eu achando que o seu pior vinha a tona quando estava no mesmo ambiente que Isabelly. Como eu estava errada... Perto dela você pelo menos ainda parecia você. Pelo menos ainda parecia humano... Mas, não. O seu pior de verdade é agora, perto de Lydia. Ela te transformou numa criatura desumana que só pensa em vingança e morte. Ela te transformou em um assassino sem piedade. E eu não posso e não quero ficar com alguém assim." Por um momento eu realmente me senti mal com aquelas palavras. Na verdade quase acreditei. Mas, Lydia me trouxe a tona. "Ela não entende. Ninguém te entende como eu. Você perdeu sua mãe e eu perdi meu pai para um Conjurador. Nós temos direito a nossa vingança. Nossos pais merecem isso. A morte deles não será em vão." Foi o que ela disse. Isso me ajudou a manter meu foco. Quando as dúvidas teimam em voltar, Lydia está sempre lá, me mostrando o certo a se fazer. Sempre penso em minha mãe quando preciso de foco. A imagem dela morta com o corpo totalmente irreconhecível e carbonizado me lembra o que devo fazer. Prometi que a morte dela não será em vão, e não vai ser.
Meu foco volta quando me deparo com uma tábua solta no assoalho do closet de Isabelly. A tábua fica dentro de um dos armários de roupas. Pego uma das facas que tenho na cintura da calça e cravo-a na borda da tábua. Depois de algumas tentativas consigo tirá-la do lugar e embaixo encontro uma caixa. Sento-me no chão e pego a caixa. Quando a abro encontro diversas coisas dentro. Cartas, bilhetes, fotos e várias coisas sem sentido, como: uma fita de cetim vermelha, um botão, uma palheta de violão, um pingente de um passáro em vôo, uma pulseira masculina, uma caneta sem tinta, entre várias outras coisas pequenas. Imagino que sejam lembranças. Porquê será que essas coisas são importantes para Isabelly? Resolvo ver os remetentes de algumas cartas. Me deparo com uma de James, seu amigo morto.

"Querida Isabelly, eu sinto muito. Eu sei. Você deve está se perguntando como eu sabia que isso ia acabar acontecendo. Acredite, não foi premeditado. Eu não queria morrer. Longe disso. Eu simplismente soube. Eu senti. Depois de tudo que vinha acontecendo, era impossível não perceber que minha hora estava chegando. Eu tinha muitos planos para o meu futuro..." Quando termino de ler a carta me sinto totalmente confuso. Na carta ele descreve uma Isabelly totalmente diferente da Isabelly que conheço. Uma Isabelly que se preocupa com os outros e sofre com a perda do pai e do melhor amigo. Ele fala de perdão e de vingança. Estou vendo que ela não seguiu o conselho de James. O que já era de se esperar. Ela nunca faz o que os outros dizem, só o que ela quer. Rio baixinho com o pensamento e paro quando me dou conta de que não deveria está fazendo isso. Não deveria ter lido essa carta. Na verdade não deveria nem ter vindo aqui. Quem se importa com uma adaga? Tenho várias outras! Você não se importa com a adaga. Ela foi só uma desculpa para ficar mais próximo de Isabelly atráves de suas coisas. Acusa meu subconsciente.
- Era só o que me faltava. Agora tenho um subconsciente que está do lado do inimigo... - Falo comigo mesmo. Resolvo guardar as coisas e ir embora. Quando estou guardando a carta de volta, me deparo com uma foto que me chama a atenção. Nela estão: Isabelly, Lia, Scott, Mel e eu. Todos estamos rindo. Lia está com os pés no colo do Scott e dando um pedaço de bolo em sua boca brincando de aviãozinho. Isabelly e eu estamos inclinados na direção um do outro fazendo cocegas em uma Mel lambuzada com a cobertura do bolo. Eu tenho uma mancha de chocolate no nariz feita por Mel. Nenhum de nós está olhando em direção da câmera. A foto foi tirada por Rosa. Nem me lembrava mais da foto. Mas,  lembro do dia nitidamente, como se tivesse sido hoje. Era o dia do bolo para a Mel. Sempre tem esse dia pra ela uma vez por semana. Balanço a cabeça para apagar a memória.
- Definitivamente preciso sair daqui. - Falo em voz alta e guardo tudo e coloco onde estava. Saio por onde entrei pensando: Foco, Ethan, foco.

Fim do primeiro livro.

Heey pessoas! Sentiram saudades? Desculpem pela demora em postar o epílogo. Estava com o maldito e famoso bloqueio de escritor. Pirei com isso. O bloqueio só saiu de verdade hoje. Vamos torcer para isso não acontecer no segundo livro. Lembrando para não tirarem o livro da biblioteca, pois vou avisar aqui quando o segundo livro sair.
O que acharam do cap? Comentem, dêem suas opiniões e não deixem de votar e indicar.
Beijinhos da Izzy :*
P.S: Obg pelo 1k de visualizações. Vcs são maravilhosos!

ConjuradoresWhere stories live. Discover now