16 - Inimigo em comum (Bônus Ethan)

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Estamos todos em minha casa. Depois de muito discutirmos, acabei convencendo os Conjuradores à trazer Isabelly à minha casa. Afinal, meu pai é médico e nós não poderiamos mandá-la para casa na situação em que ela está. A mãe dela iria pirar. Mas custou convencê-los. Eles não estavam confiando em que não iriamos tentar matá-los. O que os convenceu foi a minha idéia de que eles poderiam tomar represálias se tentassemos algo. O que eles não concordaram de maneira alguma, foi a idéia de colocar Isabelly no quarto de Marian. Todos concordaram que seria melhor Izzy ficar em um lugar onde eles poderiam vê-la e se certificar de que estava bem. Já Leonardo não concordou de maneira alguma em ficar na casa de caçadores. Ainda mais caçadores que tem familiaridade com uma pessoa que tentou matar a irmã dele. Ele levou ela pra casa e não permitiu que meu pai se certificasse se ela estava bem. Agora todos estão discutindo sobre o ocorrido.
- Pelo amor de Deus! Contem logo quem é esse Jonathan e que perigo ele representa! - Meu pai exige.
- Não vamos falar nada. Essa decisão quem tem que tomar é a Izzy. Esperem ela acordar e ela decide. - Tamara insiste.
- Você não tem direito de exigir nada. Ainda mais quando um dos seus tentou matá-la. - Thomas fala se referindo a Isabelly. Ele olha para ela dormindo no sofá com tanta devoção que me incomoda. Eu sei. Não deveria, mas incomoda. É estranho. Deve ser porquê eu nunca tive Conjuradores na minha casa.
- Eu sei. Por isso mesmo que tirei André daqui. Mas precisamos entender. Já chegou a pensar na hipótese da mãe e da irmã dela estarem em perigo? Se esse Jonathan está atrás dela, pode muito bem tentar usar a família para afetá-la. E elas são humanas. É meu dever proteger a humanidade. - Meu pai insiste.
- A nossa resposta ainda é não. A história é dela e é ela quem tem que decidir. Você pode muito bem falar das suas preocupações depois que ela acordar. - Tamara diz irredutível. Meu pai suspira frustado. Desde que chegamos que eles tem essa discussão.
- Afinal, quem são vocês? Vocês aparecem do nada, sem explicações. Tem que ter algum motivo para vocês estarem aqui. Por acaso esse Jonathan é o motivo? - Scott pergunta.
- Não viemos aqui por causa do Jonathan. Ninguém sabia que ele estava aqui. É só o que vamos dizer. - Tamara avisa.
- Então podem explicar novamente o que aconteceu? Quero ver se entendo melhor. - Pede meu pai. E explicamos tudo novamente. O desaparecimento de Lia. Isabelly vindo nos enfrentar sobre o paradeiro dela. Eu ficando sem celular e ela (Isabelly) localizando André. A situação em que ele estava quando o encontramos. Como Isabelly salvou tomou o lugar da Lia e logo em seguida fez André soltar a faca e a arma esquentando as mesmas. Eles dois brigando e ele cortando a perna dela. Ela deixando-o atordoado e quando chegam na parte em que ela me salva de ser morto por uma estaca de gelo, meu pai me olha assombrado e  pede confirmação.
- É verdade. Ela me salvou se jogando em cima de mim e nos derrubando ao chão. - Confirmo. E por um momento, enquanto ela estava em cima de mim, me olhando, senti coisas que não sei descrever. Naquele momento, tive certeza de que aquilo era o certo. Ela salvar minha vida e eu salvar a dela. Tanto que fiz isso depois, quando Jonathan estava com as mãos ao redor do pescoço dela a enforcando. Senti uma fúria imensa que nem pensei, só agi.
Karolina me olha de um jeito estranho. Pergunto com os olhos qual é o problema, mas ela vira o rosto e não me responde. Desde que Jonathan fugiu lambendo as feridas feito um gato, que ela me lança essas olhadas.
- Monstros de Gelo? Literalmente? - Meu pai pergunta quando chegam nessa parte.
- Literalmente. Eles tinham várias formas! Eram bestas com chifres do nosso tamanho. Algumas tinham garras, outras tinham dentes afiados, e algumas tinham ambos! Eu fui mordido em vários lugares. Espero que não sejam venonosos. - Responde Scott surpreendido.
- Isso é algo que precisa ser verificado. Nunca nos deparamos com algo parecido. - Thomas avisa.
- Nunca mesmo? Elas não conseguem fazer isso? - Karolina finalmente pergunta, se referindo à Isabelly e Tamara.
- "Elas" tem nome, tá querida? E não, não posso. Não sou uma Completa Conjuradora. Eles são raros hoje em dia. Izzy é uma completa, mas ela não chegou à esse nível de poder. Ainda. Não sabemos se ela vai ser capaz até que aconteça. - Tamara explica.
- Completa Conjuradora? - Scott pergunta.
- Sim. Ela controla todo o elemento e tudo que tiver alguma relação com ele. Eu não. Eu faço poucas coisas, ela pode fazer tudo. - Responde ela.
- Eu sei o que é ser um Completo Conjurador. Só fiquei surpreso por Isabelly ser. Nunca vi um, até ela. - Diz Scott com os olhos brilhando.
- E Jonathan. Ele também é um Completo Conjurador. - Thomas explica. O brilho nos olhos de Scott aumentam.
- Para, Scott. Você está parecendo um fanático. Esses Completos são os piores e mais perigosos. Você não deve ficar deslumbrado com isso. - Karolina avisa.
- JONATHAN é perigoso. Agora a Izzy não. Ela NUNCA matou alguém. - Defende Tamara, dando ênfase no "Jonathan" e no "Nunca".
- E Jonathan já matou? - Meu pai pergunta.
- Eu não dúvido nada de alguém que pensa que pode dominar o mundo. - Thomas comenta.
- Ele é desses? - Pergunto.
- Com certeza! - Thomas e Tamara respondem juntos.
- E como vocês se livraram dele? - Meu pai pergunta.
- Ah, essa parte foi incrível! Estavamos lutando com aquelas bestas, Jonathan estava com a mão sobre o coração de Isabelly e eu tinha quase certeza que ela não estava mais entre nós, afinal a menina estava azul. Quando já estavamos sem esperanças, ouvimos o grito de Jonathan e quando olhamos, Isabelly estava em forma de fogo puro! Ela agiu como uma bomba atômica e queimou tudo pela frente, ou seja, ele. Ao que parece, ele ficou sem forças e os monstros começaram a entrar de volta nele. Ele estava tentando se transformar em liquido puro quando Ethan jogou uma faca no ombro dele. Quando estavamos indo pra cima dele para terminar o serviço, ele finalmente conseguiu se transformar em água e fugiu por entre as árvores. Em seguida já não tinha mais fogo e Ethan estava com a Izzy. - Scott explica. Karolina faz cara feia. Realmente, foi sacanagem da minha parte ter verificado primeiro a Izzy e não à ela. Mas Isabelly estava mais perto, e ela salvou a minha vida. Confesso que nunca esperei isso, foi uma surpresa. Mas sou grato por estar vivo, não importa se foi um Conjurador que me salvou. Talvez eu possa estar enganado sobre ela, assim com ela disse. Uma pessoa que salva a vida de outra (ou melhor, de duas. Afinal, tem a Lia) não pode ser tão mal assim. Ouço Isabelly resmungar e sem nem perceber, já me vejo ao lado dela, checando se ela está bem. Meu pai fez o que pode com os ferimentos dela. Ela abre os olhos.
- Você me persegue. - Diz ela com a voz rouca. Não aguento e acabo sorrindo. Ela sorri de volta.
- Não vejo você reclamando. - Provoco.
- Pode deixar, vou fazer uma denuncia. - Avisa ela.
- Você está bem, Izzy? - Tamara pergunta já ao meu lado.
- Nunca estou bem quando tenho fome. Fico mal-humorada, esqueceu? - Responde Isabelly.
- Difícil esquecer. - Responde Thomas do meu outro lado. Derrepente me sinto incomodo.
- Marian, você pode preparar algo na cozinha pra ela? - Meu pai pergunta.
- Claro, estou indo. - Marian responde.
- Sem veneno, porfavor. - Pede Isabelly ironicamente. As bochechas de Marian coram. Ela acena e vai para a cozinha.
- Acho melhor eu supervisionar só pra garantir. - Diz Tamara e corre para cozinha.
- O que vocês acham que nós somos? Selvagens? - Meu pai pergunta.
- Sim. - Isabelly responde sinceramente. O que me faz querer rir. Disfarço o riso fingindo uma tosse.
- Pelo amor de Deus! - Reclama meu pai. Logo em seguida nos empurra. - Saiam de cima, preciso checar a paciente.
- Cuidado para "acidentalmente" não me enforcar com essa coisa de ouvir o coração que não lembro o nome agora. - Ironiza ela.
- Percebo que você está bem mais do que qualquer um de nós imagina. - Ironiza meu pai de volta e começa a checar ela.
- Foi a mesma coisa que seu filho disse quando eu falei do traseiro bonito dele. - Diz ela dando um sorriso safado. Sorriso safado? Pelo amor de Deus! Penso. Karolina bufa.
- Vou checar se está tudo bem na cozinha. - Avisa ela e sai.
- Corre, Thomas! Ela pode colocar veneno na comida sem ninguém ver! - Diz Isabelly fingindo assombro. Thomas começa a rir, mas logo para.
- Melhor verificar só pra ter certeza. - Diz ele e corre para a cozinha também. Reviro os olhos. Meu pai checa Isabelly completamente, troca as ataduras e finalmente diz:
- É. Você vai sobreviver.
- Não pareça tão decepcionado, doutor. Quem sabe na próxima? - Provoca ela.
- Não diga isso nem brincando! - Meu pai e eu falamos juntos. Ela nos observa.
- Realmente, vocês são igualzinhos! - Exclama ela assombrada, pelo canto do olho percebo Scott também escapando para a cozinha.
- Quem disse isso? - Meu pai pergunta.
- Minha mãe. - Responde Isabelly.
- Ela andou falando de mim? - Pergunta ele curioso. Isabelly começa a rir.
- Você parece um adolescente apaixonado querendo saber se sua paixão falou de você. - Acusa ela ainda rindo. Eu rio junto.
- Realmente, pai, parece. - Aviso. Ele faz cara de homem sério.
- Não adianta fazer uma Poker Face. Eu sei seu segredo! - Diz Isabelly rindo.
- Tudo bem, chega. Hora de ser sério! - Avisa meu pai. Nos nos calamos. - Melhor. Agora Isabelly, precisamos saber para o bem de todos. Quem é Jonathan? - Pergunta ele. Ela fica muito séria.
- Não sei se seria bom vocês saberem disso. - Comenta ela.
- Porquê? - Meu pai e eu perguntamos juntos.
- Porquê é uma coisa sem volta. Depois de saber, vocês vão querer resolver. E Jonathan é o tipo de pessoa que eu indico para ficar bem longe. - Avisa ela.
- Não importa. É melhor saber para se previnir. Você já pensou na possibilidade de que ele pode tentar te atingir atráves de sua mãe e irmã? Preciso saber tudo sobre ele para te ajudar a protegê-las. Você não vai conseguir fazer isso sozinha. E agora tem a minha família, que ele já viu. - Meu pai diz. Isabelly pensa por um tempo.
- Pois bem. Vou lhes dizer quem é Jonathan. - Ela fala. - Eu conheci ele na Itália, após conhecer Thomas e Tamara. Eles dois me conheceram num armazem abandonado, quando o meu poder estava começando a se manifestar. Eles me ajudaram e me explicaram o que eu era. Me ofereceram treinamento para eu aprender a controlar e como eu não queria machucar ninguém, aceitei. Me levaram para a base de treinamento deles e lá eu conheci Jonathan. Ele era o único que era um Completo Conjurador. Ele se achava o melhor por isso. Quando descobrimos que eu também era, ele se aproximou de mim. No começo tentei evitá-lo. Não gosto de pessoas que se acham melhores do que as outras. Depois de um tempo, ele acabou me convencendo de que era uma pessoa legal. Nos tornamos amigos e com o tempo ele começou a dar em cima de mim dizendo que formariamos o casal perfeito, que ele era meu Destino e que eu era o dele. Eu sempre deixei claro que nunca iria existir nada do tipo entre a gente. Mesmo assim ele continuava insistindo. Com o tempo.eoe desistiu, ou foi assim que pareceu. Continuamos amigos apesar de tudo. Nas nossas aulas eu comecei a notar que as vezes ele parecia meio desequilibrado, as vezes um tanto louco. Ele achava que era capaz de fazer tudo. A vida foi passando e um dia ele chegou dizendo que precisava falar comigo, que era importante e muito urgente. Acreditei que ele poderia me dizer o que estava acontecendo com ele e fui. Ele me levou para andar pelo começo da trilha que dava na floresta que tinha ao lado da base de treinamento. No começo conversamos normalmente sobre coisas cotidianas, quando estava para desistir e voltar, ele finalmente falou. Ele me "comunicou" que iriamos juntos para o Instituto De Conjuradores de Londres, que ao chegarmos lá iriamos fazer uma grande revolução e que juntos iriamos governar todos os Conjuradores, e que um dia próximo iriamos governar o mundo. Eu recusei é claro. Disse que ele estava louco e que ele oa acabar morto se continuasse a falar aqueles absurdos. Ele disse que ninguém poderia matar ele, que ninguém era mais forte. Que eu tinha que me juntar a ele, que seriamos imbatíveis, que se o que eu tinha era medo, ele me protegeria. Ele falou muita coisa, tentou me convencer de todos os modos. Para ele nos eramos almas gêmeas, Destinos. Chegou um momento que ele se irritou com minha negação e me jogou contra uma árvore. Ele estava totalmente louco. Eu vi nos olhos dele que a loucura dele não tinha volta. Foi aí que Thomas, Tamara e James chegaram. Eles pediram para ele me soltar e ele não soltava. Ele acusou Thomas de me querer para ele e disse que isso não iria acontecer, que eu era dele. Disse que preferia me ver morta do que com qualquer outra pessoa. Aconteceu tudo mais ou menos como aconteceu hoje. Nos lutamos para nos defender. A diferença foi que ele saiu bem menos machucado. Ele só foi embora porquê estava ficando em desvantagem, mas antes de ir, ainda avisou, que iria matar todas as pessoas que são importantes para mim. Eu avisei para o conselho, avisei para todas as pessoas sobre os planos dele. Ele não apareceu. Ninguém teve qualquer notícia dele. - Ela conta toda a história.
- Até hoje. - Termino.
- Até hoje. - Ela concorda.
- Então ele é muito perigoso. - Meu pai comenta.
- Mais perigoso do que qualquer um imagina. E também mais forte. - Lamenta Isabelly.

Heey pessoas lindas!! Gostaram do cap Bônus do Ethan? Achei que seria legal fazer uma participação especial. E se preparem, porquê ainda tera algumas pela frente. (Não acho que conte como Spoiler ú.u)
Desculpem se não for do gosto de vcs, mas não sei como funciona a cabeça de um homem, só tentei imaginar.
Votem, comentem (isso da uma baita inspiração) e indiquem para os friends.
Não deixem de ler minhas duas obras: "Karma - Tudo que vai, volta" e "Atração Demoniaca". Se gostam de Conjuradores, também vão gostar das outras XD
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #2Dia

ConjuradoresWhere stories live. Discover now