11 - Destino Traçado.

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Passei o resto da semana sem ir para a escola e o final de semana sem sair de casa. Quando cheguei em casa com as meninas e elas contaram para minha mãe o que aconteceu, ela ficou louca. Chorou junto comigo e lembrou da morte do meu pai.Tenho certeza que ela relembrou de tudo. Ela praticamente ordenou que eu iria ficar em casa o tempo que precisasse e desafiou a direção da escola a dizer algo, o que é claro, eles não fizeram. Eu não quis receber visitas e nem telefonemas de ninguém exeto Lia e Fernanda, mas só porquê elas estavam comigo quando recebi a notícia. Ignorei todas as ligações de Thomas e Tamara. Não estava com cabeça para saber todos os detalhes do que aconteceu. Minha mãe se ofereceu para ir comigo ao enterro mais eu não quis ir. Do que adiantaria? Meu amigo estava morto e nada nem ninguém poderia mudar isso. Não ia ser o James que iria está dentro do caixão, só uma casca vazia e oca. De qualquer maneira eu não ia de qualquer jeito. Por mais que eu amasse James, eu não iria deixar minha mãe e minha irmã desprotegidas. Hoje, segunda-feira, volto para a escola. Mais só porquê de nada vai adiantar eu ficar em casa. Meu sofrimento não vai mudar não importam as consequências. Chego à escola e vou direto para o meu armário. Quando me vêem, Lia e Fernanda correm e me abraçam.
- Como você está? - Pergunta Fernanda.
- Não se preocupe, vamos acabar com qualquer um que te pertubar. - Avisa Lia.
- Estou levando. - Respondo.
- Eu entendo. - Diz Lia. E sei que entende mesmo. O pai dela morreu nas mãos de caçadores. Percebo que todos me olham com pena. Encaro todos os desafiando a continuar com pena e eles viram o rosto envergonhados.
- Odeio isso. - Comento.
- O quê? - Fernanda pergunta.
- Esses olhares de pena. - Respondo. Abro meu armário e pego os livros de hoje. Fecho o armário e volto a olhar para as meninas. Conversamos um pouco e sinto um olhar em mim. Olho e vejo Ethan. Ele não tem nenhum direito de me encarar. Não aguento e vou até ele. Karolina tenta entrar no meio mais ao ver meu olhar de ódio se afasta. Fico à poucos centimetros dele com os nossos corpos quase se tocando.
- Imagino que esteja feliz com a desgraça dos outros. - Digo.
- Não é bem assim. - Ele fala. Me aproximo mais até que meus lábios estejam encostados na sua orelha.
- É exatamente assim. Só quero dizer uma coisa. Vocês caçadores acabaram com o James, e com muito prazer, não dúvido nada. São tão covardes que atacam e matam um inocente que nem sequer revida. Parabéns, vocês ganharam o titulo de covardes. Espero que apreciem. Só quero ver você tentar o mesmo comigo, você e todo o resto do seu séquito de assassinos. Só tenham cuidado, eu posso desistir de ser inocente como todos os outros e acabar revidando. E aviso logo, vocês não vão gostar nada disso. - Digo. Quando me afasto ele me encara e fica calado. Dou as costas pra eles e vou pra sala de aula. Fico alguns minutos sozinha até que Léo aparece. Ele senta em cima da mesa que fica ao meu lado e me encara.
- Olha só, não estou com paciência para ouvir você falando que sou uma péssima influência para a sua irmã. - Aviso.
- Nossa, como você me conhece! Já está supondo o que vou dizer. - Fala.
- Será que não é porque você só vem até mim para falar isso? - Falo sarcásticamente.
- E o que eu deveria falar? Devotar você como todos os outros fazem? Não, obrigado.
- Não quero ninguém caindo de amores por mim, você pode achar que eu gosto, mas eu odeio isso.
- Eu não acho nada.
- Ótimo.
Ele fala consigo mesmo mais é tão baixo que eu não ouço. Logo em seguida passa a mãos pelos cabelos, respira fundo e me encara.
- Só vim dizer que sinto muito pelo seu amigo.
- Ah, que gentil de sua parte! - Ironizo.
- Estou falando sério. Não importa se eu não conheça, sempre lamento a morte de um dos nossos.
- Eu também lamento. Não importa quem seja. Só tem uma exeção.
- Quem?
- Não importa. É sempre bom não mencionar nomes, eles tem poder.
- Você acha?
- Não seja idiota, estou tentando ser legal.
- Eu também estou, mas é meio difícil com você.
- Por acaso a Lia mandou você aqui? Se for, não está funcionando.
- Não faço o que me mandam, só o que quero.
- Um belo espécime de BadBoy, eu mereço.
- Sério? Recebi um elogio? Que caiam os raios!
- Ha Ha Ha! Que engraçadinho você. Não foi um elogio. Não curto BadBoys.
- Não falei dessa parte.
- Não tem mais nenhuma outra.
- Covarde.
- Ah, tanto faz. Falei belo. E daí?
- Nossa, se preparem, o mundo vai acabar!
- Para, você não é engraçado.
- Não foi o que você disse à alguns minutos.
- E você ainda escuta? Meu Deus! Eu dificilmente faço sentido, até para mim mesma. - Reviro os olhos.
- Tudo bem, vamos encerrar essa conversa, mas antes só mais uma coisa: Gostei que você enfrentou o caçador, (ou pelo menos foi isso que pareceu). De qualquer maneira, toma cuidado. Não acho que eles vão deixar isso de lado.
- Não fiz nada disso para te agradar.
- Eu sei, essa é a parte legal.
- Não sou legal, pelo menos não com você.
- Isso eu sei também.
- Nossa, senhor sabe-tudo! De qualquer maneira, já estou preparada. Que venham os caçadores. Aliás, foi isso que eu disse pra eles fazerem.
- O que você disse? - Ele pergunta assustado.
- Que quero ver eles tentarem fazer comigo o mesmo que eles fizeram com o James.
- Você ficou maluca?!
- Querido, eu nunca fui normal!
- Você não tem um pingo de juízo!
- Claro que tenho! Mais não vejo nada útil para usá-lo.
- Realmente, você é má influência.
- Quem foi que disse que não veio aqui para falar isso? - Provoco.
- Argh! Você é irritante! Ele exclama.
- Com licença. - Uma voz conhecida diz. Ethan, é claro. Léo está impedindo a passagem dele.
- Se cuida, sua maluca. Não quero ver minha irmã chorando sua morte. - Léo diz e vai saindo.
- Sua preocupação me toca. - Provoco. Ele se vira e me olha.
- Como você é chata! - Ele exclama.
- É reciproco. - Comunico. Ele revira os olhos e vai para o seu lugar. Lia me olha e faz o gesto com a boca perguntando: O que ele queria? Dou de ombros e faço um gesto indicando que depois conversamos. Ethan me encara mais não diz nada. Até porquê ele não tem nada para falar.
   Quando as outras duas aulas acabam que vou para o intervalo, Lia já vem pra cima de mim.
- Fala. - Ela exige.
- O quê? - Pergunto sem entender nada.
- O que meu irmão queria?
- Você ainda está lembrando disso? Até eu mesma já tinha esquecido.
- Desembucha, engraçadinha.
- Estou falando sério. - Falo suspirando.
- Eu também. - Ela diz. Suspiro de novo.
- Ele só queria dizer que sente muito e comunicar que gostou que eu enfrentei os caçadores, mas é bom eu tomar cuidado. Aliás, foi você que o mandou? Ele disse que não mais vai saber.
- Não, não mandei ele. Que estranho.
- O quê?
- Meu irmão e as palavras "Sinto muito", "Gostei" e "Toma cuidado" tudo junto em um comunicado para você? É estranho.
- Realmente, tenho que concordar. - Digo. E Lia para de andar e me lança um sorrisinho malicioso.
- O quê? - Pergunto.
- Só se... - Ela faz mistério.
- Só se o quê?
- Só se ele está afim de você.
- Quem está afim de quem? - Fernanda chega perguntando.
- Meu irmão pode está afim da Izzy! - Exclama Lia.
- Nem pensar! - Digo.
- Não! - Nega Fernanda.
- Porquê não? - Pergunta Lia.
- Porquê a Izzy vai ser minha cunhada! - Explica Fernanda.
- Não! - Minha vez de negar.
- Sim! - Fernanda diz batendo palmas.
- Nem pensar! Ela vai ser a minha cunhada. Totalmente perfeito! - Diz Lia.
- Não, combina mais com o Henry! Eles até já se beijaram. - Fernanda comunica.
- Combina com o Léo! - Lia exclama. E elas duas ficam nisso até nos sentarmos com nosso lanche. Fico indignada com elas duas, mas acabo sorrindo depois de uma semana de tristeza. Não que eu já tenha saido do luto, é meio difícil isso acontecer tão cedo. Mais é bom sorrir depois de passar uma semana cheia de choros e tristeza.
- Não é verdade, Izzy? - Lia pergunta.
- O quê? - Pergunto.
- Vai ser perfeito você com o Léo. - Diz ela.
- Não! A Izzy concorda que com o Henry combina mais. - Exclama Fernanda. Elas duas me olham esperançosas.
- Na verdade eu discordo das duas. - Respondo.
- Não! - Elas exclamam juntas.
- Sim! - Insisto.
- Nem pensar! - Elas falam juntas novamente.
- Agora vocês concordam em alguma coisa? Sacanagem! Eu não vou namorar ninguém. Não existe homem perfeito e eu não tenho a outra metade da laranja nem nada do tipo. - Explico.
- E o seu Destino? - Pergunta Lia. Destino na história dos Conjuradores, é a nossa alma gêmea. Só existe uma. Normalmente um Conjurador é Alma Gêmea de outro, mas já existiu casos em que humanos que não conjuram serem as nossas almas gêmeas. Não tem como saber logo de cara quem é o seu Destino. Mais tem alguns sinais que permitem que a pessoa saiba. Por exemplo: Quando um Conjurador está usando seu poder e a pessoa que pode ser seu destino toca em você, seu poder é amplificado em dobro. É como se você pegasse forças daquela pessoa. Outra coisa que pode servir de dica é que é impossivel uma Conjurador matar seu destino e vice-versa. Sabemos disso porquê já existiu casos assim. A pessoa sempre exita no final. Pode odiar com todas as forças o seu Destino, mas nunca vai conseguir matá-lo. E sim, você pode odiar seu Destino, mas no final o amor é maior e vence. É impossível não amar o seu Destino no final. Outra coisa que indica é a conexão que sente com aquela pessoa. Em alguns casos é instâtaneo, em outros demora um pouco, mas a conexão sempre vem. Tem mais umas quantas coisinhas que indica se aquela pessoa pode ser seu destino, mas não vem ao caso agora. O caso é que eu não acredito. Pelo menos no meu caso acho que não. Creio que não tenho um Destino.
- Não tenho um Destino. - Respondo.
- Claro que sim, todos tem! - Lia exclama.
- Não fala besteiras, você fala como se fosse morrer. Você tem um destino sim. - Fernanda exclama. Ela não entende mais eu deixo assim mesmo.
- Seu Destino já está traçado, Izzy. - Lia diz com voz misteriosa. Nós nos encaramos e rimos. Depois de uma semana eu estou rindo.

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Não deixem de ler "Karma - Tudo que vai, volta" de minha autoria.
Beijinhos da Izzy :*

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