28 - Conversa Definitiva.

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Estou no meu quarto estudando quando minha mãe chega.
- Izzy, tem visita pra você. - Anuncia ela.
- Quem é? - Pergunto pensando por um momento que poderia ser Jonathan arrumando uma maneira de se vingar. Desde o acidente de carro que fico alerta, imaginando que a qualquer momento ele vai agir.
- É o Ethan. Mando ele subir? - Pergunta ela. Minha mãe é o tipo de mãe mais liberal. Enquanto tiver confiança, ela não liga se recebemos visita masculina no quarto. Contanto que a porta fique aberta. Fico confusa sem saber o que Ethan poderia querer.
- Pode mandar ele subir. - Respondo.
- Já sabe: A porta fica aberta. - Ela avisa.
- Eu sei, mãe. - Concordo. Ela sai deixando a porta aberta e logo Ethan aparece.
- Oi. - Cumprimenta ele envergonhado.
- Oi. - Cumprimento do mesmo modo. Ficamos nos olhando sem saber o que falar até que percebo que ele está esperando minha permissão para entrar. - Ah, desculpe-me! Pode entrar. Sente-se. - Ele entra e se senta ao pé da minha cama.
- Obrigado. - Ele agradece. Olho para ele em expectativa. - Cheguei em um mal momento?
- Não. Eu já estava terminando. - Tranquilizo-o.
- Ah, que bom. Nunca imaginei essa cena. Você rodeada de livros. - Comenta ele.
- Obrigado por achar que minha inteligencia não chega a tanto. - Ironizo. Ele fica vermelho.
- Não é isso. É que eu sempre imagino você agindo. No meio do movimento e da ação. - Explica Ethan.
- Bem. Eu nunca imaginei você no meu quarto. - Digo sarcasticamente.
- Nem eu. - Ele deixa escapar e olha ao redor. - É diferente de outros quartos de mulher que já vi. - Olho para o meu quarto sem ver nada demais. Minha Cama Box de casal coberta de almofadas. Minha escrivaninha com meu notebook e impressora. Minha mesa de cabeceira. Minha estante cheia de livros. Um tapete gigante, fofinho e branco no meio do quarto. Livros em cada canto possivel. As duas portas para o closet e para o banheiro. Uma penteadera. As paredes lilazes e coberta de tudo quanto é coisa. Fotos, desenhos meus, um mapa da cidade e piscas-piscas ao redor da parede da cama e várias outras coisas.
- Talvez seja porquê as outras mulheres de quem você entrou no quarto não sejam lá muito normais. Isso aqui é totalmente normal para mim. - Indico.
- É. Talvez você tenha razão. Só imaginei que seu quarto seria mais diferente. - Explica ele.
- O quê? Vc achou que eu teria roupas e armas jogadas por tudo quanto é lugar? - Brinco. - Sinto muito decepcioná-lo, mas eu arrumo meu quarto todos os dias.
- Está insinuando que eu nã arrumo meu quarto? - Ele pergunta.
- Não sei. Nunca entrei no seu quarto. - Indico.
- Verdade. - Ele concorda. Ficamos calados. Ele me olha intensamente. Espero ele dizer o motivo de ter vindo pelo que parece uma eternidade.
- Então...? - Pergunto.
- Então...? - Pergunta ele de volta.
- Bem, você que veio aqui. - Comento.
- Ah, verdade. Am... - Ele faz uma pausa. - Eu vim para ter uma conversa definitiva sobre nós dois.
- Nós dois?
- É. As coisas não podem continuar do jeito que estão. Você disse que eu timha que tomar uma atitude e muito pensar, eu cheguei a uma conclusão. - Diz ele.
- Que conclusão?
- Nós não podemos continuar nos beijando sempre que nos encontramos. Isso é errado. Não só com a Karolina. Mas para nós dois. Nós somos totalmente diferentes. Eu sou um caçador e você uma Conjuradora. Isso jamais ia dar certo. Então eu vou evitar ao máximo ficar sozinho com você e prometo que não vou interferir na sua vida. - Termina ele com um suspiro.
- Tudo bem. - Concordo. - É o melhor mesmo. Também vou evitar ao máximo ficar a sós com você. O indicado na verdade seria se nos evitassemos ao máximo. - Indico. Ele me olha resignado. - O que foi? Você sabe que eu estou certa. Nós dois no mesmo ambiente nunca da certo. Ou brigamos feito cão e gato ou nos agarramos sem nem pensar nas consequencias. - Ele suspira resignado.
- Mas não precisamos nos evitar também. Uma hora ou outra nós vamos ter que nos encontrar para resolver algo. - Diz Ethan.
- E você acha que eu vou ter prazer em ver você se agarrando com sua namorada por todos os cantos? - É minha vez de ficar resignada. Ele me olha assustado surpreso. - O que foi? Eu não tenho coração de pedra e nem tenho veneno correndo nas veias para aguentar algo assim. Sinto muito se minha sinceridade te assusta, mas é a pura verdade.
- E você acha que eu vou gostar de ver Leonardo, Thomas, Henrique e não sei mais quantos homens de bajulando? Não vou. E nem por isso estou reclamando. - Diz ele brusco.
- Há uma grande diferença e você sabe. Eu não namoro nenhum deles. Afinal, porquê você se importa? Eu fui apenas uma aventura afinal. Apenas um deslize, não é mesmo? - O desafio a dizer ao contrário. Ele abre a boca para negar mais parece pensar e acaba a fechando novamente. - Está vendo? Nem você não consegue negar. De qualquer maneira eu nem sei porquê me importo. Mesmo se você não tivesse uma namorada, ia dar no mesmo. Seu orgulho nunca permitira que tudo não passasse de uma mera aventura.
- Você não sabe de nada. - Diz ele irritado.
- Não é preciso muito para perceber. Qualquer um sabe. Afinal eu sou uma Conjuradora e você um Caçador como você mesmo fez questão de dizer. Quer saber? Se eu pudesse não mudaria o que sou para ficar com alguém tão preconceituoso. Aliás, eu não mudaria por ninguém. Se uma pessoa não é capaz de me aceitar assim, nunca teria a chance de me aceitar de outra maneira, porque eu jamais mudaria. - Concluo.
- Agora você me chama de preconceituoso! - Exclama ele jogando os braços para cima e começando a andar de um lado para outro pelo quarto.
- É a pura verdade, Ethan. Você jamais seria capaz de mudar seu jeito de pensar por minha causa. E eu nem estou pedindo isso. Não quero que ninguém mude por minha causa. Jamais pediria para você mudar. Mas vamos concordar que pra você eu fui só uma experiencia, um ato de rebeldia. Você queria saber como seria ficar com o inimigo. Bem, você conseguiu! Espero que esteja satisfeito. Agora pode voltar para sua vida de caçadas despreocupado, porque eu não vou tentar te impedir. - Aponto para a porta.
- Você não me conhece, Isabelly. - Aponta ele.
- Tem razão. Não conheço. Nunca conheci. Agora você é capaz de dizer o contrário de tudo que eu disse? - Desafio. Ele fica calado. - Não, não é? É assim que as coisas são. Eu sou uma Conjuradora, você é um Caçador. Podemos ter dando uma trégua por problemas maiores, mas quando o problema acabar vamos continuar de onde paramos. Vocês tentando matar gente inocente por mera ignorancia e preconceito. Já sei! Talvez eu até seja a primeira da lista.
- As coisas não vão ser assim.
- Você pode prometer? - Pergunto. Ele não diz nada. - Não pode. Eu sei. - Sinto o desespero tomando conta de mim. Levanto e fico de frente a janela. - Já aceitei as coisas como são.
Sinto ele chegando por trás de mim. Ele fica lá, parado. Coloca as mãos em minha cintura e suspira profundamente.
- Desculpe. - Diz ele.
- Não tenho o que desculpar. Sempre soube no que estava me metendo. Você não fez tudo sozinho. - Declaro. Ele me abraça por trás e tento engolir o caroço que sobe em minha garganta. - Melhor você ir embora. Já resolvemos o que tinhamos que resolver.
- Não consigo te soltar. - Ethan admite. - Não queria que as coisas fossem assim.
- Mas elas são. Nada vai mudar. A gente supera, ou melhor: Eu supero. Você não precisa, não é mesmo?
- Pare de tentar colocar palavras em minha boca. - Avisa ele.
- Eu não preciso. Agora vá. Tudo acaba aqui. Espero que você seja feliz. - Digo.
- Também espero que você seja feliz. - Concorda ele. Ethan me vira e beija minha testa. Fecho os olhos para não ver ele indo. - Tchau Isabelly.
- Tchau Ethan.

Heeey pessoas! Gostaram? Deixem suas opiniões nos coments, curtam e indiquem.
Leiam minhas outras duas obras:
- Karma - Tudo que vai, volta
- Atração Demoniaca
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #14Dia

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