46 - Mais um ataque.

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Estou na quarta aula quando tenho um mal pressentimento. Sinto uma dor invisível tomar conta do meu corpo. De novo não... Penso. Depois de muito esperar, finalmente percebo que não é comigo que está acontecendo. Sinto que estou sendo observada. Tento encontrar o olhar que me queima e ao olhar pela janela da sala, vejo Jonathan olhando para mim sorridente. O desgraçado ainda tem a ousadia de acenar com a mão, todo sorridente. Mas se não sou eu o seu alvo hoje, quem é? Em poucos segundos descubro. Ethan. É claro! Levanto-me e saio correndo da sala. Qualquer um pode pensar que sou idiota por me preocupar, mas é uma vida como qualquer outra. Jonathan ao perceber que não pode me afetar, tenta afetar as pessoas ao meu redor. A ligação que tenho com Ethan me permite encontrá-lo rapidamente. Ele está no banheiro masculino. Entro com tudo e um garoto me vê e começa a reclamar.
- Fora. - Aviso. Ele me olha assustado e cai fora. Tranco a porta e frito os circuitos da câmera. Encontro Ethan numa das cabines, da mesma maneira que ele me encontrou quando era comigo. Ele está muito gelado e todo molhado. - Ethan?! - Chamo. Ele resmunga algo incoerente. Balanço ele para trazer ele de volta, mas ele não reage. Conjuro o fogo dentro de mim e aqueço o seu corpo. Depois de algum tempo sua cor começa a voltar ao normal. - Ethan? - Chamo novamente.
- Isabelly? - Pergunta ele rouco. Ele se curva no vaso sanitário e mais água jorra de sua boca.
- Droga! - Exclamo. Tento pensar em alguma maneira de não deixar Jonathan vencer. Seguro as mãos de Ethan enquanto penso. Em alguns minutos ele retribue o aperto. Olho pra ele e fico chocada ao perceber que ele parece lúcido o suficiente. - Mas o quê...? - E é aí que olho para as nossas mãos e vejo que elas estão em chamas. Elas estão subindo pelos braços de Ethan. Ele parece melhor a cada minuto que passa. Olho ao nosso redor e vejo que estamos rodeados de um escudo de chamas. Uma luz com aspecto gelado tenta ultrapassar o escudo, mas não consegue.
- O que você faz aqui? - Ethan pergunta ficando ereto. Reviro os olhos.
- Salvando o seu traseiro não merecedor. - Respondo.
- O que está acontecendo? - Quer saber ele. - O que é isso ao nosso redor?
- Você pergunta demais. - Reclamo.
- Estou falando sério, Isabelly. - Ele revira os olhos. Sua voz ainda está rouca. Ethan parece ter dificuldade para engolir.
- Jonathan está acontecendo. - Respondo. - Isso ao nosso redor é um escudo. - Suas sobrancelhas franzem.
- Desde quando você faz isso? - Pergunta ele.
- Desde agora. - Respondo como se soubesse do que estou falando.
- Agora estamos quites. - Diz ele.
- Negativo. Você tem muito o que compensar ainda. Esqueceu que você tentou me matar? - Lembro-o. Ethan da um suspiro frustrado e volta a franzir as sobrancelhas. - Chega de perder tempo. Vou te levar para a enfermaria.
- Enfermaria não. - Nega ele.
- Você não está em posição de escolher. - Aviso e o ajundo a se levantar. Ele resmunga mais não tem muita força para me impedir. Coloco o braço dele no meu ombro e meu braço na cintura dele. Quando estamos nos aproximando da porta, Henrique entra.
- Izzy, Ethan? O que está acontecendo? - Pergunta ele.
- Me ajude a levar ele para a enfermaria. - Peço. Henrique rapidamente vai para o outro lado e me ajuda a carregar Ethan.
- Não preciso da ajuda de vocês. Não preciso ir para a enfermaria. - Reclama Ethan.
- Cala a boca ou eu te desmaio com um soco. - Aviso. Ele me fulmina com o olhar e eu o ignoro.
- O que aconteceu? - Pergunta a enfermeira quando chegamos na enfermaria. Ela nos ajuda a deitá-lo na maca.
- O mesmo que aconteceu comigo. - Respondo. Ela me olha assustada e começa a agir rapidamente. Ethan bebe bastante água.
- Ele não está como você estava. - Comenta ela.
- Eu cheguei a tempo. - Respondo.
- Como você sabia que ele precisava de ajuda? - Questiona ela.
- Ele me mandou uma mensagem pedindo ajuda. - Minto. Ela me olha por alguns momentos e da de ombros.
- Vocês podem voltar para a sala. - Avisa a enfermeira. Olho indecisa para Ethan, mas chego a conclusão de que já fiz a minha parte. Não tenho motivos para ficar.
- Tudo bem. - Concordo. Estou saindo quando Ethan me chama.
- Onde você vai? - Pergunta ele.
- Para a sala. Não tenho mais nada para fazer aqui. - Respondo. Por um momento ele fica decepcionado e parece não concordar, mas passa tão rápido que fico em dúvidas se realmente aconteceu. Seu rosto fica vazio de expressões e ele concorda. Volto a andar e já estou na porta quando paro.
- Vou avisar para a sua irmã vir ficar com você. - Digo sem olhar para tráz. - Ou prefere sua namorada?
- Minha irmã. - Responde ele. Concordo com a cabeça e saio. Henrique me segue.
- O que está acontecendo entre vocês dois? - Indaga ele.
- Nada. - Respondo.
- Fala sério, Izzy! - Reclama Henrique.
- Eu estou falando sério, Henry. É isso que está acontecendo: Nada. É isso que minha vida é ultimamente. Um grande nada! - Exclamo.
- Então esse é o problema: Nada. Estou supondo que isso te incomoda. - Supõe ele.
- Não podemos nos incomodar com nada, Henrique. - Digo.
- Você não age como se não se importasse. - Indica ele.
- Tanto faz. - Digo e saio andando rapidamente. Ele me puxa pelo braço me fazendo parar.
- Isabelly, eu não sei o que você acha que está acontecendo, mas nada não é a palavra para descrever. - Diz ele.
- E o que você supõe que é? - Pergunto.
- A expressão de Ethan ao ver você saindo não foi nada. Eu vi muitas coisas naquela expressão. Decepção, amor, saudade, dor, paixão, raiva... Isso não é considerado nada. - Responde ele.
- Não viaja, Henrique. - Reviro os olhos.
- Não viaja você, Isabelly. Eu sei o que eu vi. - Diz ele.
- Você viu errado. Você acha que o cara que tentou me matar é capaz de sentir algumas dessas coisas que você citou para mim? - Indago.
- Ele tentou o quê?! - Exclama ele. Em seguida balança a cabeça e diz: - Não responda. Sabe o que eu acho, Isabelly? Você não conhece Ethan como acha que conhece. Na verdade vocês não tiveram a chance de se conhecerem de verdade.
- Isso não muda o fato de ele ter tentado me matar. - Jogo os braços para o ar em frustração.
- Ele tentou, mas não conseguiu, conseguiu? - Indaga Henrique.
- Ele não seria capaz. Ele não pode me matar mesmo que queira muito. - Respondo.
- O que você quer dizer?
- Ethan e eu estamos ligados. - Solto. Fico surpresa por ter admitido a verdade.
- Como assim ligados? - Pergunta ele.
- Esquece isso. Você não pode falar isso pra ninguém. - Imploro. Henrique suspira frustrado.
- Tudo bem. Posso esquecer isso por agora. Mas, Izzy, você mesma disse que ele não consegue te matar, então por que está assim? - Indaga ele.
- Estou assim por ele ter tentado, Henrique! Ele pode nunca conseguir, mas ele tentou! Você não entende que isso é um ato de traição? Só por ele ter pensado nessa possibilidade já estragou tudo! - Exclamo irritada.
- Você já chegou a pensar no porque de ele ter feito isso? Ele não ia tentar matá-la sem motivos. - Ele vê minha cara de indignada e tenta se corrigir. - Não estou tentando dizer que você tem culpa de algo. Longe disso. Mas já chegou a pensar na possibilidade de que ele pode está sendo influenciado por algo ou alguém? Conheço Ethan, Izzy, ele não é esse tipo de pessoa. Ele jamais tentaria te matar sem um motivo. - Explica Henrique. Grunho de frustração. Ando de um lado para outro enquanto solto alguns palavrões.
- Talvez você não conheça Ethan como acha que conhece. - Indico.
- Talvez, quem sabe? Mas você também não conhece. Você não lhe deu a oportunidade de mostrar como é de verdade. - Ele faz uma pausa e depois continua: - É errado julgar algo que não conhece, Izzy. Você mesma é contra julgamentos precipitados, então porquê está fazendo isso?
- Ele também faz o mesmo. - Comento.
- Vocês não são iguais, Izzy. - Lembra ele. Respiro fundo para me acalmar.
- É melhor eu ir para a sala. Tenho que falar com Marian. - Digo.
- Tudo bem. Só pensa no que eu disse, tá? - Sugere Henrique. Aceno em concordância e vou em direção a sala de aula.

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Beijinhos da Izzy :*

ConjuradoresWhere stories live. Discover now