45 - Saiba com quem está lidando.

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Estou à algum tempo olhando o Atestado de Óbito de James. Cedric realmente conseguiu, o que já era de se esperar. Além de ser um Conjurador do Ar, um completo Conjurador como eu, ele é uma espécie de Feiticeiro. É fácil para ele conseguir as coisas. Ele só não gosta de arriscar. E como eu imaginava, o Atestado tem indícios de que poderia sim, existir outra causa para a morte de James. Se não fosse a cabeça decepada, a causa da morte seria afogamento e falta de água corporal. O que os médicos legistas descartaram por não haver indícios de que James se afogou. Além de que é "improvável" ele ter perdido toda a água corporal em menos de um dia. Se o motivo fosse a total desidratação do corpo, ele já estaria morto a muito mais tempo. Não entendo quase nada desses termos médicos, por isso decido procurar um profissional no assunto. Já passa da uma da madrugada, todos estão dormindo, mas não me importo com isso. Coloco um agasalho por cima do pijama, pego o Atestado de Óbito que imprimi e saio de fininho de casa, indo em direção a casa de William. Chegando lá aperto a campainha e espero. Quando ninguém aparece, insisto e bato na porta. Depois de um tempo, uma versão mais velha de Lydia aparece na porta.
- O que...? - Começa ela, mas a ignoro. Entro de supetão e vejo William descendo as escadas.
- Isabelly, o que você faz aqui à uma hora dessas? - Indaga ele.
- Agora entendo porquê minha mãe está puta com você. Sério, William? Colocar outra mulher dentro de sua casa? Estou decepcionada. - Reclamo.
- Não acredito que você veio aqui para discutir um relacionamento que não é seu! - Exclama a versão mais velha de Lydia.
- E nem seu. - Indico. Ela me olha furiosa. Ouço passos descendo a escada e quando olho vejo que é o restante do pessoal descendo. Ethan e Lydia me olham furiosos.
- O que ela faz aqui?! - Exclamam os dois. Reviro os olhos e os ignoro.
- Eu. Você. Seu escritório. Agora. - Indico a William.
- Não acredito que você deixou uma Conjuradora entrar na sua casa, William! - Exclama Lydia.
- Conjuradora? - Indaga a versão mais velha dela me olhando ameaçadoramente.
- En carne e osso. Agora vamos, William. - Digo e saio o puxando pelo braço. Faço uma pausa. - E só para avisar: É bom ninguém escutar atrás da porta. Vocês não vão querer me ver furiosa. - Aviso e continua puxando William.
- Você ficou louca?! Entrar aqui desde jeito? Eles poderiam ter te matado! - William me repreende baixinho quando estamos em seu escritório de porta fechada.
- Não é hora de repreensão, William. Temos coisas mais importante para resolver. - Aviso também baixo.
- Espero que realmente seja sério. - Avisa ele de volta. Reviro os olhos indignada.
- Preciso da confirmação de um especialista. - Digo entregando o Atestado.
- E isso não poderia esperar até amanhã? - Indaga William.
- Não. É o Atestado de Óbito de James. - Respondo. Isso já basta para trazer o médico e Caçador a tona nele. William senta-se e indica uma das cadeiras em frente a sua mesa para eu fazer o mesmo. Depois de observar os papeis várias vezes, ele suspira. - É possível ele ter sido morto por outro motivo? - Indago.
- Pela visão médica, não. - Começa ele.
- Mas...? - Incentivo-o a continuar.
- Já pela visão de um Caçador, é possível. Se a morte fosse realmente causada por um de nós, não teria existido indícios de atividade Conjuradora. - Explica ele.
- Só se eles estivessem trabalhando juntos. - Indico.
- O que não é possivel. - Lembra ele.
- Então Jonathan pode realmente ter feito isso? - Indago.
- Com certeza. A decapitação foi só uma maneira de a culpa recair nos Caçadores. Isso se Jonathan realmente tiver matado James. - Avisa William. - Por mais que o Atestado tenha indícios de que usaram poderes Conjuradores em James, isso não prova nada. - Lembra ele. Suspiro indignada.
- Realmente. Mas agora você acredita em mim? - Pergunto.
- Se você diz que foi Jonathan e me trouxe provas disso, eu acredito. O problema é que não adianta. Você não tem que convencer só à mim. Na verdade, isso é motivo para os Caçadores irem com tudo pra cima de vocês. Isso não é algo que eles perdoem. - Explica ele.
- E se os Caçadores também estiverem fazendo o mesmo? - Indago.
- Não acredito que você ainda está pensando nisso, Isabelly! - Reclama ele indignado. - Minha esposa foi morta por Conjuradores, isso foi provado.
- Assim como foi provado que James foi morto por um Caçador? - Lembro-o. - Você mesmo disse que achou a morte dela estranha!
- Isso não prova nada. - Diz ele.
- Eu posso provar. Se tiver algo para descobrir, eu vou. Você só tem que confiar em mim. - Imploro.
- Porque você está tão interessada na morte de minha mulher? - Indaga ele.
- Porquê eu odeio injustiças. Não quero que ninguém leve a culpa por algo que não fez. - Respondo desanimada.
- Isso tem algo a ver com Ethan? - Insiste ele.
- Pelo amor de Deus, não! O cara tentou me matar de novo! Você acha que vou fazer algo por ele? - Digo indignada.
- Ele tentou o quê?! - Explode William.
- Me matar. Eu sei que você não tem culpa disso, ou pelo menos espero que não, mas você poderia ter tentado colocar algum juizo na cabeça dele. - Reclamo.
- Isabelly, eu não estou sabendo de nada disso. Você acha mesmo que eu iria deixar Ethan fazer alguma coisa com você? - William parece magoado. - Você tem certeza que ele tentou te matar?
- Bem, se entrar no meu quarto pela janela armado com uma faca no meio da noite não é tentativa de assassinato, eu não sei o que é. - Respondo. William levanta rápidamente e vai em direção a porta. Entro no meio e impeço que ele saia. - Pra onde você vai?
- Colocar um pouco de juizo na cabeça do meu filho. - Responde ele tentando passar.
- Nem pensar. Deixe isso quieto. Eu sei me cuidar sozinha. Temos coisas mais importantes para nos preocupar. - Aviso impedindo que ele passe.
- Isabelly... - Diz ele em tom de aviso.
- William... - Digo no mesmo tom. Derrepente a porta é aberta e eu sou jogada contra o chão. Alguém muito pesado está em cima de mim. Sinto algo cortar o meu braço. Minha temperatura aumenta imediatamente. Olho para cima e vejo que é o Caçador amigo de Lydia que chegou na cidade. Dou um soco em seu nariz e o mesmo imediatamente começa a sangrar. Ele urra de dor, mas vem com a faca pra cima de mim novamente. O empurro e giro pra longe. Ele lança a lâmina na minha direção e eu desvio novamente. William agarra o Caçador por tráz e o prende contra a parede.
- Chega! - Exclama William alto o suficiente para todos ouvirem. Minhas mãos estão em chamas. Tenho certeza que meus olhos mostram a mesma coisa. - Parem todos! - Grita William ganhando a atenção de todos.
- Eu só estava te salvando dessa abominação! - Exclama o cara.
- Eu vou te soltar agora, mas se você ou qualquer um fizer um movimento que seja contra Isabelly, vão se ver comigo. - Avisa William.
- E comigo também. - Avisa Marian tomando minha frente.
- Marian... - Começo.
- Marian nada, Izzy! Ninguém vai machucar um inocente na minha frente e sair impune. - Avisa ela. William solta o cara que ainda não sei o nome e fuzila todos com o olhar.
- Quero todos fora, agora. E da próxima vez que vocês levantarem um dedo contra Isabelly ou seja quem for na minha casa, estão fora. - Avisa ele.
- Mas William... - Começa a mãe de Lydia.
- Mas nada! A casa é minha e quem desacatar as minhas ordens, está fora! Deixem Isabelly em paz. A única coisa que vocês sabem fazer é infernizar a vida dela quando ela não fez nada para merecer isso. Não quero saber quem vocês são ou que direitos tem. Isso não vale nada quando estão no meu território. - William deixa bem claro. Todos acenam em concordância. - Bom. Agora nos deixem a sós. Marian, pegue o Kit de Primeiros-Socorros e traga para mim. - Pede ele. Todos saem. A maioria me lançando olhares ameaçadores. - Pode apagar todo esse fogo e se sentar aqui, Isabelly. - William indica o sofá e eu faço o que ele diz. - Desculpe por isso, não sabia que as coisas estavam tão sérias. - Se desculpa ele.
- Não precisa se desculpar. A culpa não foi sua. Na verdade você arrasou no discurso. - Tento aliviar o clima. William tenta sorri. - Vou até pegar leve na hora de acabar com você por fazer minha mãe sofrer.
- Eu não fiz nada, Isabelly. - Diz ele. Marian chega com o Kit de Primeiros-Socorros e chá, depois de os deixar sobre a mesa, sai fechando a porta atrás dela.
- Você acha que não fez. Mas deixar uma mulher que não é nada sua ficar na sua casa quando está namorando com minha mãe é falta de respeito. - Discordo. William começa a limpar o ferimento no meu braço.
- Exatamente, Isabelly, ela não é nada minha. - Diz ele.
- Isso não é explicação decente, mas esse assunto é pra outro momento, aliás. Quero saber se você vai me deixar investigar o seu caso. - Lembro-o.
- Mesmo que eu deixasse, Isabelly, a morte da minha esposa aconteceu em outro estado. Como você acha que iria descobrir algo? - Indaga William.
- Eu vou viajar. - Respondo.
- Viajar?! - Exclama ele.
- Sim. Faltam poucos dias para as férias chegarem. Já decidi que vou para a Itália investigar a morte de James. Posso muito bem passar uns dias no estado em que você morava. - Explico.
- E o que sua mãe acha dessa viajem? - Ele quer saber.
- Não conversei com ela sobre isso ainda. Mas vou dizer que preciso de um tempo longe e ela vai entender. - Respondo. - Só espero que você possa ficar de olho nela e em Ivory. Tamara e Thomas vão ficar com elas, mas uma ajuda extra é sempre bom.
- É claro que eu vou ficar de olho nelas. Não vou deixar nada acontecer, prometo. - Promete ele.
- Fico mais aliviada. - Suspiro aliviada.
- E Jonathan? Não acha que ele vai tentar algo? - Indaga William.
- Prefiro acreditar que ele vai perder tempo tentando descobrir onde estou. - Respondo.
- Isso será uma boa distração. Mas como você vai viajar sem ele saber pra onde? - Pergunta ele.
- Tenho meus meios e meus contatos. Isso não vai ser um problema. - Respondo. - Então? Vai deixar eu investigar o caso de sua esposa? Se você tem tanta certeza que a morte dela foi causada por um Conjurador, não há o que temer.
- Esse é o problema, Isabelly. Não tenho mais tanta certeza assim. - Comenta ele.
- Mais um motivo para investigar. É sempre melhor saber a verdade. Assim como é melhor saber com quem você está lidando. - Opino. William suspira derrotado.
- Tudo bem, Isabelly. Você venceu. Vou te dar o Atestado de Óbito da minha esposa e toda a informação que você precisar para investigar. - Diz ele.
- Obrigado, William! - Agradeço dando um abraço nele. Ele fica rigído no inicio, mas logo retribue.
- Vamos ver quem vai ter que agradecer no final. Se você estiver certa, essa pessoa será eu. - Diz ele. - E seu curativo está pronto.
- Obrigada por isso também. Sabe, com todas as vezes que você já me concertou, eu deveria ter uma carteirinha Vip. Além de ser a paciente mais frequente, eu sou a mais comportada. - Brinco. O abraço acaba.
- Se você fosse minha filha, Isabelly, não iria se machucar nunca. - Comenta ele.
- Porquê? - Pergunto.
- Porquê eu iria te manter presa para impedir que se machucasse. Você não ia ver nem a luz do sol. - Diz ele. Eu rio.
- Ainda bem que você não é meu pai. - Brinco. Sinto imediatamente a falta de meu pai. Suspiro. - Acho melhor eu ir pra casa.
- Acho melhor você pegar uma roupa emprestada de Marian antes disso. Você está coberta de sangue. - Lembra ele. Concordo e depois de me limpar e vestir algo de Marian, vou para casa. Não olho para nenhum dos Caçadores ao sair pela porta da sala. Ergo a cabeça e os ignoro.

Olá, pessoas do meu core!! Oq acharam do cap? Deixem suas opiniões nos coments, votem e indiquem.
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #31Dia #ÚltimoDia
P.S: O Concurso #31DDP acaba para mim hoje, pessoas! Espero que tenham apreciado ter capítulos novos todos os dias. Talvez não vou mais postar todos os dias, mas vou tentar ser frequente com os novos cap's.

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