37 - Conversa entre pai e filho (Ethan).

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- O que é que está acontecendo entre vocês? - Pergunta meu pai depois que todos foram dormir. Acabou que todos ficamos na casa de Isabelly só por garantia. É claro que tivemos que espalhar alguns colchões pela casa. Scott e eu vamos dormir no sofá. André foi para minha casa. Ele disse que iria ficar acordado a noite toda vigiando a casa de Isabelly pela janela. Tamara foi junto. Disse que não iria confiar em alguém que já tentou machucar suas amigas. Thomas, é claro, foi junto, totalmente obstinado pela a atitude da irmã. Eu achei até melhor ele ter ido junto. Toda vez que olhava para a cara dele lembrava que ele tinha beijado a Isabelly e sentia uma imensa vontade de quebrar sua cara.
- Vocês quem? Pergunto me fazendo de desentendido.
- Não se faça de desentendido. Você sabe que estou falando de você e Isabelly. Qualquer um nota que tem algo acontecendo. - Avisa meu pai. Olho para os lado me certificando de que estamos a sós. Estamos sozinhos no jardim, mas não custa nada verificar.
- Não sei o que está rolando. - Admito.
- Então você admite que tem algo. - Diz ele vitorioso.
- Se você já sabe não preciso admitir nada, não é? - Ironizo.
- Nem vem com suas irônias para mim, Ethan. O que realmente está acontecendo? - Exige meu pai.
- Eu já disse, não sei. Está tudo muito confuso. Eu já tinha decidido que tudo isso ia parar. - Lamento.
- Mas não conseguiu, não é mesmo? - Pergunta ele.
- Não. - Afirmo.
- O que aconteceu hoje para você está tão assustado?
- Nem eu mesmo sei! Numa hora Isabelly estava quase derrotando Jonathan e quando olhei novamente ela estava fraca e a ponto de desmaiar. Só consegui pensar que eu tinha que ajudá-la. De alguma forma algo me dizia que eu podia e quando percebi já estava ao seu lado segurando sua mão. - Tento explicar.
- E? - Incita meu pai.
- E eu senti minhas forças sendo sugadas e Isabelly ficando forte novamente. E também tem as vozes.
- Que vozes? - Indaga ele.
- Vozes que ela admitiu que também ouve. Vozes que mandam destruir e queimar. - Respondo.
- Isso é estranho.
- Concordo. E ainda tem o fato de que a mão dela estava em chamas e mesmo assim eu não me queimei. Não é a primeira vez que isso acontece. O que está acontecendo, pai? - Pergunto desesperado.
- Eu não sei. Talvez você devesse perguntar a Isabelly. Quem sabe ela não tem a resposta? - Sugere ele.
- Não sei se isso é o mais indicado. Prometi que ia me manter afastado dela.
- Prometeu para quem? - Indaga ele curioso.
- Para ela e para mim mesmo. - Respondo.
- Porquê?
- Porquê eu namoro a Karolina. Não posso continuar errando com ela. - Tento convencer a mim mesmo.
- E que tipo de erro seria esse? - Sonda meu pai. Nunca cheguei a contar o que aconteceu para ele mais imagino que ele saiba.
- Você sabe. - Acuso.
- Não sei realmente, Ethan. Preciso que você me explique para entender. - Avisa ele. Suspiro derrotado.
- Todas as vezes que fico a sós com Isabelly sempre acabo traindo a Karolina. É incrível como isso acontece. Não consigo me controlar! Quando estou com Isabelly é como se só ela existisse. Esqueço totalmente do resto. - Admito.
- Já chegou a pensar na possibilidade de que se você esquece de tudo, principalmente da sua namorada, é por que não é realmente dela que você gosta? Porquê vamos ser sinceros: Quando estamos verdadeiramente apaixonados por uma pessoa, só ela importa. Quando o amor é verdadeiro não existe esse lance de deslize. - Afirma meu pai.
- Mesmo se esse fosse o caso, o que não é, eu jamais poderia ficar com a Isabelly. - Digo.
- Porquê não? - Pergunta ele.
- Qual é, pai? Você me entende melhor do que ninguém quando se trata desse assunto. Não posso ficar com uma Conjuradora quando minha mãe foi morta por um deles. - Afirmo.
- Nem quando se trata da sua felicidade? - Indaga ele.
- Eu já sou feliz. - Afimo resoluto.
- Não estou falando desse tipo de felicidade. Estou falando da felicidade que cria uma imenso vazio em você quando está sem ela. - Indica meu pai.
- Não sinto nenhum vazio. - Minto.
- Tem certeza? - Pergunta ele nada convencido.
- Absoluta. - Afirmo. Quem sabe convencendo-o não acabo convencendo a mim mesmo?
- Ethan, você quer ver sua irmã e eu felizes independente de com quem seja? - Pergunta ele.
- Mas é claro que sim! - Digo magoado de que ele ainda duvide.
- Então você não acha ruim que eu namore a Rosa? - Indaga ele.
- Claro que não. - Afirmo.
- Então porquê seria um problema você ficar com alguém que realmente te faz bem? - Pergunta meu pai.
- É diferente! - Me defendo.
- Se você pensar bem, não é tão diferente assim. Rosa é mãe de uma Conjuradora. De acordo com o conselho eu estou cometendo uma traição contra nossa gente de qualquer jeito. - Aponta ele.
- Mas eles acham que você está com ela só para ajudá-los. - Acuso.
- Isso não quer dizer que é verdade. - Avisa ele. - Eu não estou com a Rosa com segundas intenções. Estou porquê realmente me importo com ela. Eu gosto de estar junto dela e ela me faz bem. Não tanto quanto sua mãe fazia. Ninguém nunca vai substituí-la. Passei muitos dias me condenando por achar que a estava traindo, mas sabe a que conclusão acabei chegando?
- Qual? - Pergunto.
- Cheguei a conclusão de que sua mãe ia querer que eu fosse feliz independente de com quem fosse. Ela jamais consideraria isso como uma traição. Como sempre, ela ia achar que isso era o curso que as coisas tem que tomar, que era o destino. Lembre-se que ela sempre achou que tudo que acontece é por um bom motivo. - Explica ele.
- Isso é verdade. - Concordo.
- Então não se recrimine pelo que você sente ou deixa de sentir. Você não ama mais a Karolina? Tudo bem. Só não perca o seu tempo e o dela com algo que pode nunca dar certo. Karolina é uma menina inteligente. Ela pode ficar magoada com a decisão que você tomar, mas vai acabar entendendo uma hora. E quanto a Isabelly, se você sente algo por ela, te aconselho a tomar uma atitude antes que seja tarde. O mundo não para, meu filho. E está cheio de homens ao redor dela apenas esperando que ela lhes dê uma oportunidade para fazê-la feliz. - Avisa ele.
- Tomar uma atitude, foi isso que ela me disse para fazer. - Comento.
- Isso é ela dizendo que se você não quer, tem quem queira. - Diz meu pai.
- Como você sabe disso? - Indago.
- Ela não é muito diferente da mãe. Na verdade elas são muito parecidas, mesmo Rosa dizendo que Isabelly tem tudo do pai. - Responde ele.
- E eu? Sou parecido com quem? - Pergunto.
- Você? Pode não parecer, mas você tem o coração bondoso da sua mãe. Sempre pensando mais nos outros do que em si próprio. - Responde ele.
- Mamãe sempre dizia que eu puxei minha obstinação de você. - Acuso.
- Isso é verdade. E a teimosia de nós dois. Ela e eu eramos muito parecidos nisso. Igual você e sua Isabelly.
- Ela não é minha Isabelly. - Aviso.
- Verdade. E pode nunca ser. - Avisa ele de volta.
- Nossa, está ajudando muito. - Acuso.
- Você sabe que estou certo. Agora vou deixá-lo sozinho para refletir sobre tudo. Me avise imediatamente se algo suspeito acontecer. - Avisa ele e depois de dar um aperto reconfortante em meu ombro entra dentro da casa. Por incrível que pareça, fazia bastante tempo que não falavamos desse jeito de minha mãe. Se meu pai está tocando nesse assunto é por que está finalmente se conformando. A morte de dona Eleanor foi horrível para todos, mas parece que mexeu muito mais com o meu pai. Se Rosa finalmente trouxe a esperança de volta para ele, fico feliz que eles estejam juntos. Não duvido que minha mãe também esteja.

Heey pessoas! Oq acharam? Deixem suas opiniões nos coments, votem e indiquem. Só para avisar: Teremos segunda temporada! Podem comemorar \o/
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #23Dia

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