18 - Se deixando ser levado.

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Estamos em horário de aula, quando ouvimos o ruido de estática do auto-falante da nossa sala.
- Isabelly Donavan e Ethan Fernandez, por favor se dirigirem a diretoria agora. - Surge a voz da Diretora Sophia. Ethan e eu nos olhamos. Todos começam a sussurrar e nos olhar. O professor acena com a cabeça para a porta nos falando para ir, e é isso que fazemos.
- O que será que ela quer? - Ethan pergunta.
- Estou tão no escuro quanto você. - Respondo. Chegamos em frente a sala da diretora e Ethan bate na porta.
- Podem entrar. - Responde Mrs.Sophia. Nós estramos e percebemos que a psicóloga da escola se encontra ao lado da diretora. - Sentem-se. - Ela indica duas cadeiras em frente a sua mesa.
- Algum problema? - Pergunto.
- Temos um problema com alguns alunos e espero que vocês possam nos ajudar, se estiverem dispostos, é claro. - Responde a diretora.
- E o que ganhamos com isso? - Ethan é direto.
- Vamos ouvir primeiro, o que acha? - Aviso, lhe lançando um olhar de aviso.
- Sim, claro. Conte-nos, querida diretora, qual é a fonte do problema. - Pede ele.
- Temos alguns alunos problemáticos com problemas na aula de Literatura. Em alguns casos, é simples problema de atenção, em outros, se trata de alunos que só querem chamar a atenção. O professor Rezende fez todo o possível para tentar remediar a atenção, e vocês sabem o quão bom professor ele é. O problema é que ele não conseguiu resolver. E nem a nossa psicóloga, Srta.Herrera, conseguiu descobrir a fonte do problema. Os alunos não desabafam e não tem a intenção de facilitar. Depois de muito conversarem entre si, a Srta.Herrera e o Sr.Rezende, eles chegaram à uma conclusão que talvez possa funcionar e também ser muito benéfica para vocês dois. - Explica Mrs.Sophia.
- Que seria? - Pergunto.
- Notei que alguns desses alunos tem certa admiração por vocês dois. O Sr.Rezende também já notou eles falando sobre vocês dois durante a aula com muito entusiasmo. Talvez por vocês serem mais velhos e de um ano mais avançado seja a explicação. Isso acontece muitas vezes. É como se eles desejassem ser vocês. O Sr.Rezende e eu, chegamos a conclusão de que se eles tivessem aulas de reforço com alguém que inspira tanta admiração, talvez eles começassem a ter interesse pelo assunto. Vocês são jovens e assim como eles, falam a mesma lingua. O Sr.Rezende disse que vocês dois mostram muito interesse pela materia em questão, e que são os melhores alunos que ele tem. Também disse que tinha certeza de que vocês ajudariam se soubessem sobre este assunto. É claro que metade da nota de vocês já vai estar garantida, pela ajuda que vocês vão prestar. Nós sabemos que vocês não precisam, mas foi a única maneira que pensamos em oferecer para nos ajudar. É claro que se tiverem outra idéia de serem recompensados e que não seja abusiva, estamos à todo ouvido. - Termina a Srta.Herrera. Ethan e eu pensamos por alguns minutos.
- Como funcionaria tudo? - Pergunto.
- Vocês teriam a biblioteca e a sala de aula de Literatura, para darem as aulas, quando não estiverem no horário de aula, é claro. E vamos disponibilizar o que mais vocês precisarem. O uso da biblioteca será livre para vocês dois. - Mrs.Sophia anuncia. Não penso duas vezes em responder.
- Estou interessada no assunto. Se me explicarem mais, eu digo se aceito. - Comunico.
- Estou disposto a ser convencido. - Diz Ethan.
- Vou ter que deixar vocês com a  Srta.Herrera, então. Tenho muitos assuntos para resolver ainda. Podem conversar sobre esse assunto o restante dessa aula, vou avisar na sala. Se for possível receber uma resposta ainda hoje, ficaria grata. Assim não perderemos mais tempo. - Avisa Mrs.Sophia e se levanta.
Conversamos sobre o assunto até o comecinho da outra aula e acabamos aceitando. Srta.Herrera fica muito feliz e garante que não vamos nos arrepender. Saimos da sala conversando sobre o assunto.
- Não sabia que era tão querido assim. - Brinca Ethan.
- Não deixe isso lhe subir a cabeça. - Brinco.
- Agora é sério. Acho que elas exageraram um pouco. Não acho que seja adorado como elas dizem. - Comenta ele.
- Fala isso para a mulherada que vive atrás de você. - Digo sarcasticamente.
- Notei certo rancor, ou é engano meu? - Pergunta ele brincalhão.
- Não enche. - Digo revirando os olhos.
- Tava bom demais pra ser verdade! - Reclama ele.
- O quê? - Pergunto brusca.
- Sua simpatia. O que eu fiz dessa vez? - Pergunta ele.
- Nada. Você não fez nada. - Respondo e ando na frente. Quando viro o corredor, vejo dois homens, parados e conversando de um jeito esquisito. Reconheço o cabelo loiro-branco imediatamente. Volto para trás imediatamente.
- O que foi? - Pergunta Ethan.
- Shh. - Digo e puxo ele para perto de mim, impedindo-o assim de continuar.
- O que foi? - Repete ele baixinho.
- Jonathan está aqui. - Aviso.
- Não brinca, Isabelly. - Diz ele.
- Gostaria de estar. Olhe você mesmo, mas seja discreto. - Aviso. Ele coloca a cabeça para olhar e rápidamente volta para trás.
- O que ele faz aqui? - Pergunta ele.
- Não tenho idéia. Mas para estudar é que não é. - Indico. Olho discretamente e vejo os dois, ainda conversando. É um funcionário da escola que se encontra com Jonathan. - Isso está muito estranho. - Comento baixinho.
- E muito suspeito também. - Sussurra Ethan de volta. - Acha que ele está armando algo?
- Não dúvido nada. - Respondo. Vejo eles se despedirem e quando Jonathan está para se virar, corro para trás, puxando Ethan junto comigo. Ele me olha com ar interrogativo. - Ele está vindo. - Aviso.
- Droga! - Exclama Ethan. Vejo os armários dos alunos e me enfio do lado puxando Ethan comigo. Ele fica espremido ao meu lado. Ficamos calados e logo ouvimos os passos e o assovio de Jonathan.
- E agora? - Ethan sussurra. Uma idéia me vem a mente.
- Tenho uma idéia! Entra na onda. - Aviso e em seguida ergo o capuz do casaco de Ethan, fazendo assim seu rosto ser imperceptível. Me espremo mais ao lado do armário e puxo Ethan pra cima de mim, fazendo assim ele ficar na minha frente. Em seguida puxo o rosto de Ethan para o meu e o beijo. No começo ele demonstra surpresa. - Te falei para entrar na onda! - Sussurro contra os seus lábios. Ele logo me encosta na parede, colando nossos corpos um ao outro e coloca as mãos ao lado de minha cabeça. Ele corresponde o beijo vigorosamente. Logo sinto sua lingua pedindo passagem e eu abro minha boca. Mordo seu lábio inferior e ele geme de satisfação, retribuindo meu gesto. Ouços os passos de Jonathan e sua risada de cara que entende das coisas.
- Se pegar no corredor da escola, eu fazia muito isso. Aproveitem. - Anuncia ele e passa direto. Mal percebo suas palavras de tão eufórica que me sinto. Esqueço o verdadeiro motivo daquele beijo e deixo-me levar. Ethan ao que parece está fazendo o mesmo. Logo sinto uma de suas mãos puxando meu cabelo e a outra percorrendo meu quadril. Eu me perco totalmente. Retribuo o gesto puxando o cabelo dele, o que faz o capuz cair. Jonathan não percebe nada, ele já está distante dali. Com a outra mão puxo Ethan mais contra mim. Nossas linguas fazem uma dança erótica e eu fico louca. Nunca me senti tão bem e ao mesmo tempo tão frustada na vida. Desejo algo que não sei o que é, só sei que quero mais. Nos beijamos loucamente e esquecemos de onde estamos. Depois de algum tempo que parece cedo demais, minha consciência entra em alerta.
- Ethan. Sussurro.
- Hmm? - Pergunta ele e volta a me beijar. Por mais alguns minutos esqueço o que ia dizer. Até que uma voz nos interrompe.
- Não acredito que vocês estão se comendo no corredor! - Ouço a voz de Scott exclamar. Ethan o ignora e volta a me beijar.
- Ethan. Acho que Jonathan já foi tem um longo tempo. E o Scott está aqui. - Anuncio. Ethan grunhe de irritação e cola as nossas testas juntas. Respiramos profundamente.
- Eu poderia dar mais um tempinho para vocês, mas os mocinhos podem ser pegos e acabarem sendo suspensos, ou até expulsos. - Scott avisa.
- Já entendi, Scott. - Ethan reclama sem ainda me soltar.
- Já pensaram o escândalo que ia ser, se lugar de mim, fosse a Karolina que pegasse vocês se comendo no corredor?! - Scott exclama. O que é um banho de água fria para mim. Karolina. Droga! A namorada. Como você pode esquecer da namorada?! Penso. Retiro os braços de Ethan que ainda estão ao meu redor. Saio de perto dele só para garantir.
- Obrigado, Scott. Você é o cara. Agora se me permitem, tenho uma aula para ir. Só anunciando: Não aconteceu nada. Você não viu nada. Tudo bem? - Peço. Ethan não me olha. Já Scott nos olha estupefato.
- Acreditar que esse belo show de vocês não aconteceu? Difícil mais eu consigo. Scott não viu nada, afinal nada aconteceu. - Diz ele.
- Obrigada. - Agradeço e me viro para sair dali.
- Ei, Izzy? - Scott chama.
- Sim? - Pergunto sem me virar.
- Ignorar eu posso, agora já vocês, eu acho meio difícil. E só para avisar, se eu fosse você dava uma passadinha no banheiro. Você está uma bagunça bem quente. - Anuncia ele e percebo o indicio de um sorriso em sua voz.
- É claro. Obrigada. - Digo e vou saindo.
- Izzy? - Scott chama novamente.
- O quê?! - Pergunto exaperada, dessa vez olhando para ele.
- O banheiro fica para o outro lado. - Exclarece ele sem tentar disfarçar o sorriso do Gato Risonho. Suspiro indignado e volto em direção aonde eles estão. Passo por eles sem olhar, mas logo sinto uma mão em meu braço que me faz sentir rodeada de energia. Olho para o dono da mão e me pego olhando nos olhos azuis de Ethan.
- Cuidado para não encontrar Jonathan. - Avisa ele.
- Pode deixar. - Digo e saio.

Oii pessoas lindas! O que acharam? Achei o começo muito chato, mas amei o resto. Qual a opinião de vocês?
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Não deixem de ler minhas outras duas obras: "Karma - Tudo que vai, volta" & "Atração Demoniaca".
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #4Dia

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