47 - Em chamas.

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Passa da meia-noite quando recebo um SMS de Ethan.
Isabelly, preciso muito conversar com você. Por favor, me encontre no antigo deposito daquela empresa de produtos quimícos daqui a meia-hora. É importante. Te espero lá. Seja discreta.
Fico confusa com a mensagem e em dúvida sobre o local escolhido. Não sei o que fazer. Da última vez que tivemos uma conversa (se é que se pode chamar assim) ele tentou me matar. Não confio mais nele. Na verdade, não sei se já confiei alguma vez. É claro que já confiou, ou não teria se pegado com ele. Meu subconsciente acusa. Reviro os olhos. Depois de uns minutos acabo cedendo. Minha curiosidade sempre me venceu, porque seria diferente agora? Pulo da cama e vou em direção ao meu closet vestir algo quente (não no sentido malicioso) e discreto.
Saio de fininho de casa pela janela do meu quarto. Não posso pegar meu carro então vou correndo. Tenho que fazer um desvio ao avistar um carro de patrulha fazendo sua ronda noturna. Rapidamente chego ao depósito. Não fica muito longe da minha casa. Ele está completamente abandonado desde que um teste de mistura de produtos quimícos causou uma explosão. Hoje em dia é usador por pessoas que usam drogas ou casais que tem encontros secretos. Coisas que nunca entendi. Desde quando um lugar que teve uma grande explosão é um ambiente romântico? Vai entender essas pessoas... Entro o mais discretamente possível já preparada para todos os cenários possíveis. Num piscar de olhos vou explodir tudo isso se for preciso. Vou andando pelos cantos das paredes que estão escuros com passos silenciosos. Procuro Ethan por todos os lugares e não o encontro. Na verdade o lugar está totalmente vazio, o que é muito estranho. Isso me cheira à enrascada. Porque não pensei direito antes de vir? Me repreendo. Resolvo sair rapidamente e quando estou quase chegando na saída, meu radar alerta de um movimento em cima de mim. Me movo tarde de mais. Algo ou alguém cai por cima de mim me prendendo ao chão.
- Agora você vai se ver comigo, desgraçada. - Ouço a voz de Lydia dizer. Minhas mãos entram em chamas, mas logo elas são puxadas pra cima, pra longe de Lydia.
- Achou que não viriamos prevenidos? - Indaga um dos novos Caçadores, prendendo minhas mãos. De certa forma ele não se queima. Olho para as mãos de Lydia e vejo que ela está com luvas de aparência estranha. Ela me da um soco certeiro.
- Estava louca pra fazer isso! - Exclama ela sorridente. Grunho raivosa e Conjuro meu poder. Quando estou começando a entrar em chamas algo molhado e gelado é jogado sobre mim.
- Nem tente. - Avisa outro Caçador segurando um balde. Ele me dá um chute nas costelas com muita força, me fazendo perder o ar. Giro com Lydia em cima de mim ficando por cima dela e puxo o Caçador que segura meus braços em minha direção, dando uma cabeçada nele. Ele fica atordoado e me solta. Percebendo minha chance, me levanto e me ponho a correr. Não vou muito longe. Logo algo perfura minha perna. Grito de dor e ao olhar para baixo, vejo uma adaga cravada nela. Sou jogada ao chão novamente e puxada pelos cabelos.
- Pra onde você pensa que vai, aberração? Não se preocupe, você só sai daqui morta, se é que vai sobrar alguma coisa. - Diz Lydia rindo.
- Só se eu te levar junto comigo. - Aviso. Deixo meu cabelo entrar em chamas, queimando assim as mãos dela. Lydia grita. Levanto rapidamente e dou uma joelhada em seu queixo. - Você não acha mesmo que um balde de água pode me deter, acha? - Minha provocação não dura muito, porque rapidamente tenho dois brutamontes em cima de mim. Deixo as chamas consumirem meu corpo, fazendo-os assim se afastarem, mas não antes de levarem algumas queimaduras. Eles partem para as armas. O mais alto pega um espada, o menor um arco e flechas.
- Vamos acabar com você. - Diz o maior.
- Vocês e mais quem? Ethan? Aliás, cadê aquele covarde? Deve estar assistindo de camarote, não é? - Pergunto. Ergo os braços para cima. - Apareçe, covarde!
- Você acha mesmo que ele ia aparecer? Ele já fez a parte dele que foi te atrair até aqui. Você não significa nada pra ele, tanto que ele nem fez questão de vir para não perder tempo. - Diz Lydia se levantando e me cercando junto com os outros dois.
- Ah, entendi. Vocês fazem o trabalho sujo, por quê assim se descobrirem, vocês serão os únicos a se ferrarem, enquanto ele sai impune. Tô vendo como Ethan se importa com vocês. - Ironizo.
- Vádia! Vou acabar com você! - Explode Lydia vindo pra cima de mim. Caçador Número Um se move com a espada em minha direção. Desvio dele e acabo esqueço do Caçador Número Dois, sendo assim acertada por uma flecha num dos biceps. Lydia vem com uma faca longa em minha direção, esquento-a rapidamente e ela a solta. Lanço uma bola de fogo em direção do Caçador Número Um. Ele desvia e ela acerta um barril de gasolina. Ele explode, acertando um ao lado que explode também e o mesmo acontece com o terceiro. Que diabos?! Eles pretendiam colocar fogo em mim? Somos jogados longes e logo chamas começam a se espalhar pelo lugar, queimando papeis, madeiras, cobertores velhod e tudo que se encontra pelo lugar. Com certeza coisas trazidas pelos usuários de drogas e namorados. Estou me levantando quando sou jogada contra a parede. Caçador Número Um está em cima de mim, me acertando uma joelhada no estômago. Ele ergue a espada e é detido quando a vem trazendo em minha direção.
- Ainda não, John, vamos nos divertir um pouquinho primeiro. - Lydia o detém. John dá um sorriso maníaco e concorda. Sinto dor por tantos lugares que não consigo me concentrar em detê-los e nem em Conjurar uma pequena chama sequer. Eles me deixam deitada no chão. Tento me.curvar, mas John puxa meus braços, os segurando. - Alex, segure as pernas dela. Vou me livrar de algo desagradável. - Pede Lydia. Alex faz o que ela diz e Lydia logo está acima de mim passando a mãos em meu braço. - O que acham de nos livrarmos dessa tatuagem horrenda?
- Ótima idéia. - Concorda John animado.
- Posso fazer? - Pede Alex.
- Não. Eu faço com o maior prazer. - Discorda Lydia. Percebo que ela está falando sério. Me debato tentando me soltar, mas a única coisa que consigo é fazer sangue jorrar das minhas feridas mais rápido. - Segurem ela direito. - Avisa ela. Eles me apertam com mais força e logo sinto a faca de Lydia em cima de minha tatuagem. Ela começa o processo torturante de arrancar minha tatuagem. A dor da pele sendo cortada e arrancada é horrível. Grito obcenidades em todos os idiomas que conheço. É inevitável, lágrimas escorrem pelo meu rosto, o que só aumenta o prazer de Lydia. Os três gargalham entusiasmados. Lydia faz o mais devagar possível para me torturar. Quando termina bate palmas em comemoração.
- Porque não vamos para esses olhos em chamas agora? - Sugere John.
- Boa idéia, John! - Parabeniza Alex.
- Claro. Quer fazer as honras, John? - Sugere Lydia.
- Com o maior prazer. - Concorda ele. Eles trocam de lugar e John pega a faca de Lydia, trazendo-a em direção ao meus rosto. É aí que perco o controle e explodo. É como se uma bomba saisse de dentro de mim e detonassr tudo pela frente. Os três gritam assim que suas roupas entram em chamas. Vou até Lydia primeiro. Seguro-a pelos pulsos, queimando-os e deixando as marcas de minhas mãos. Queime. Destrua. Ela merece. Acabe com todos eles. As vozes começam a sussurar em minha cabeça. Por um momento é isso que penso em fazer. Aumento as chamas do depósito, espalhando-as por todo lugar. Queime. Destrua. Faça logo. As vozes insistem em tom de comando. Sinto algo vindo em minha direção e viro rapidamente, dando de cara com John muito próximo. Aumento o fogo que queimam suas roupas, fazendo-o gritar e parar no lugar. Por um momento realmente me sinto satisfeita, até a sensatez me atingir. O que eu estou fazendo? Penso. Estou me tornando o monstro que eles me acusam ser! Me repreendo. Rapidamente apago as chamas dos corpos dos três. Não posso fazer nada com as queimadurar que já ficaram. Faço o mesmo com o local. Acalmando as chamas aos poucos, assim como faço com as vozes em minha cabeça, que acham que tem mais poder que eu. Eu comando meu corpo. Eu as comando! Aviso. Quando o fogo diminuiu o bastante, paro. Não posso gastar todas as minhas forças. Tenho que conseguir sair daqui. Dou uma última olhada nos Caçadores, garantindo que estão vivos e saio daquele depósito. Vou cambaleando até o orelhão mais próximo, o meu celular já era. Disco o único número que me vem a mente no momento a cobrar mesmo.
- Alô? Atende uma voz familiar me trazendo calma.
- Léo, preciso de ajuda.
- Onde você está? Pergunta ele. Passo o endereço, me escondo no local indicado e apago.

Heeey pessoas lindas! Oq acharam do cap? Espero que tenham gostado. Deixem suas opiniões nos coments, votem e indiquem.
Beijinhos da Izzy :*
P.S: Leiam "Karma - Tudo que vai, volta" e "Atração Demoníaca" de minha autoria.

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