09 - Surpresa desagradável.

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Depois de terminarmos de comer vamos todos à sala e nos sentamos para conversar. O almoço foi agradável na medida do possivel. Pelo menos todos se decidiram por manter uma conversa agradável, e até agora, com todos sentados no sofás, continua. Pelo menos até Ivory abrir a boca.
- Então, Ethan. Karoline não ficou com raiva por você e minha irmã se beijarem na festa do Henrique? - Pergunta ela irônica. Maldita!
- O quê?! - Minha mãe e William perguntam espantados olhando para nós dois.
- Eu dixe! Voxes namolam! - Mel exclama batendo palmas.
- Porquê eu não fui informado? - William pergunta.
- E eu? Querida, você deveria me contar esse tipo de coisa! - Minha mãe diz ofendida. Ethan me olha com a sobrancelha arqueada e dà um sorrisinho irônico. Já sei o que ele vai responder. Provávelmente que eu o peguei de surpresa. Quando ele abre a boca eu o corto.
- Ninguém falou nada porquê não hà nada para falar. - Respondo. Ethan me lança um olhar zombador.
- Mas é claro que há! Todos só falam disso! - Ivory teima.
- Falam mais não provam. Alguém viu? Não! Porquê semelhante coisa nunca existiu. - Digo lançando-lhe um olhar mortal.
- Se não aconteceu, porquê todos falam disso? É óbvio que ninguém iria inventar algo assim." - Ela insiste.
- Deu para acreditar em falsos boatos agora, irmãzinha? Você é prova viva de como eles são falsos. - Lhe lanço um sorriso sarcástico a desafiando a continuar.
- Tanto faz. Mas o que você não pode negar é o beijo que aconteceu entre você e Henrique. Isso todos viram. Contou para a mamãe? - Ela muda de assunto. Sim, para quem não sabe, o Henrique me beijou depois do ocorrido com Ethan. Fiquei um tanto surpresa, e ao que pareceu, todos ficaram. Ele o fez quando estávamos dançando. Ele simplismente me puxou e me beijou, na frente de todos. Isso serviu para aplacar a fofoca do meu "beijo" com Ethan. Todos chegaram à conclusão de que Henrique não beijaria uma garota que à poucos momentos estava se "pegando" com outro. Fernanda e todos os outros que presênciaram o ocorrido anterior à esse ficaram calados. Todos decidiram que seria o melhor a fazer. Agora não me parece que William está acreditando muito na nossa "inocência", mas o eu poderia ter feito naquele dito momento? Entregar ao meu inimigo a arma com à qual ele tentou me matar? Nem pensar. E ainda mais com Fernanda lá. O que ela iria pensar ao me ver entregando uma adaga para Ethan? Não sei aonde ele estava com a cabeça para pedi-la de volta naquele momento.
- Você e Henrique? Desde quando? - Minha mãe pergunta.
- Desde nunca, mãe. Foi só um beijo. Ivory que vê coisa onde não existe. - Respondo.
- Vocês jovens, não entendo porquê simplismente se beijam ou "ficam" como dizem e assunto encerrado. - Ela suspira.
- Bel, vamu nu pakinho? - Mel pergunta.
- Claro, princesa, vamos. - Respondo.
- Voxe vai canta pla mim? - Ela pergunta.
- Se você quiser, sim. - Falo.
- Quelo xim! - Diz ela pulando.
- Ótimo! O que acha de ir buscar o violão no meu quarto? Acha que consegue? - Pergunto.
- Eu semple conxigo! - Diz ela correndo para o meu quarto.
- Não corre, Mel! - Advirto-a.
- Então, porquê não vão todos as parquinho enquanto eu lavo a louça? - Minha mãe sugere.
- Nem pensar! Vou para o meu quarto. - Diz Ivory levantando-se e subindo as escadas.
- Eu te ajudo com a louça. - William diz.
- Não precisa, vá se divertir com eles. - Minha mãe fala.
- Não, eu insito. - Ele diz levando-a em direção à cozinha e nos lançando um olhar de "conversamos depois".
- Mas alguma desculpa? Digam que sim, por favor! - Imploro.
- Para sua grande decepção, não. Eu vou. - Diz Ethan sorrindo.
- Eu vou! - Scott e Marian exclamam juntos.
- Eu mereço! - Reclamo revirando os olhos.
- Eu dixe que semple conxigo! Diz Mel descendo as escadas com o violão maior que ela. Vou até ela e o pego das mãos dela. - Bel! Eu conxigo! - Ela exclama fazendo beicinho.
- Não queremos que você se machuque, amorzinho. - Explico.
- Voxê que tá dodói! Tenho que ajulda! - Insiste Mel.
- Não precisa, princesa. - Falo.
- Pul Favol? - Pede ela com os olhinhos brilhando. Suspiro.
- Tudo bem, tomatinha. Mas tenha cuidado! - Entrego o violão à ela.
- Tomatinha, sério? - Diz Ethan baixinho no meu ouvido. Sinto arrepios por todo corpo.
- Cala a boca! - Falo mal humorada. Ele ri. Dou um soco no seu braço sem que Mel perceba e à sigo porta à fora. O parquinho é em frente a nossa casa. Ele divide nossa rua da outra que fica do outro lado. Percebo que deveria ter um carro em frente a nossa casa.
- Cadê o carro de vocês? - Pergunto segurando Mel pelo casaco para atraversamos, já que as mãozinhas dela estão ocupadas.
- Sério? Carro para vir do outro lado da rua até aqui? - Pergunta Scott.
- O quê?! - Exclamo e fico paralisada.
- Sai do meio da rua, maluca! Esqueceu que está com uma criança? - Repreende Ethan. Lanço-lhe um olhar fulminante. Começo a andar novamente.
- Dá pra responderem? Como assim do outro lado da rua? - Exijo.
- Como você é péssima de raciocínio! - Ethan provoca. Chegamos no parquinho e Mel me entrega o violão e corre para o escorregador.
- Vou te bater. - Ameaço.
- Estou morrendo de medo! - Ethan zomba. Dou outro soco nele, mas ele segura meu braço antes de tocá-lo.
- Me solta, idiota! - Exijo.
- Parem vocês dois, esqueceram que tem criança aqui? - Marian nos repreende. Ethan me solta e tem a descência de parecer envergonhado. Sento-me e os encaro.
- Expliquem. - Digo. Marian suspira e senta-se ao me lado, um pouco distante, mas ao meu lado.
- Moramos do outro lado da rua. Naquela casa ali. - Fala ela me mostrando. Droga!
- E porquê eu nunca fui informada disso? - Pergunto.
- Porquê não é da sua conta. É óbvio que não se deve dizer onde mora ao seu inimigo. - Ethan revira os olhos.
- Babaca. - Digo.
- Pirralha mimada. - Ele contra-ataca.
- Idiota.
- Aberração.
- Assassino. - Termino. Ethan me olha com um olhar mortal.
- Olha quem fala. - Diz ele.
- Você não sabe nada sobre mim. - Falo.
- Chega, vocês dois. Parecem duas crianças mimadas. Vocês moram praticamente na mesma rua, e daí? Também moro nessa rua e não estou encomodado. - Diz Scott jogando os braços pro ar. Mel vem correndo para mim e se joga no meu colo. O que faz todos nós mudarmos suas atitudes.
- Canta pla mim agola? - Pergunta ela.
- Claro, florzinha. Qual música você quer? - Pergunto.
- A do fime que a gente axistiu! - Diz ela.
- Valente? - Pergunto.
- Xim! Mais, Bel? Como voxê vai tolcar? - Ela pergunta.
- Ah, querida! Nem me toquei! Mas eu dou um jeitinho. - Falo.
- Eu toco. - Diz Scott.
- Xélio? - Pergunta Mel entusiasmada.
- Claro! Tudo por você, pequena! - Diz ele sorrindo.
- Eba! Obigado! - Ela se joga em cima dele rindo.
- Vai me dizer que conhece a música? - Pergunto.
- Claro! Tenho duas irmãs que adoram esse filme. Diga o nome da música e eu lembrarei. - Ele exclarece.
- U xéu eu vou tolcar. - Diz Mel.
- Ah, eu sei qual é. Só não esperem que eu cante. Eu suplico! - Diz ele dramáticamente.
- Não! A Bel canta! Ela tem a vox bunita! - Mel exclama.
- Está dizendo que eu não? Vou te ensinar uma lição, mocinha! - Diz ele pegando ela no colo e fazendo cocegas. Mel começa a rir sem parar.
- Não! Bel, ajulda! Solcorro! - Diz ela gargalhando. Não aguento e começo a rir. Ethan me olha de um jeito estranho mais logo nos acompanha junto com Marian, no final todos estamos rindo. Quando por fim Scott deu misericórdia, estavamos todos sem ar de tanto rir. Não conseguimos parar depois que começamos. A risada da Mel é contagiosa. Por um momento não eramos inimigos mortais, apenas pessoas normais se divertindo e pondo em prática a arte de rir. Logo que recuperamos o fôlego Scott pega o violão.
- Vamos começar. - E logo em seguida ele começa a tocar. Quando chega a hora de eu cantar, eu começo:
"Tempos frios, me chamando, vejo o céu azul brilhar, as montanhas sussurrando que pra luz vão me levar, vou correr, vou voar, e o céu eu vou tocar, vou voar, e o céu eu vou tocar..."
Logo Marian e Mel me acompanham e cantamos juntas. Mel do jeitinho adorável dela. Quando terminamos de cantar, Mel pede para Scott empurrar o balanço pra ela, já que eu machuquei a mão. Ele vai todo entusiasmado. Olhando assim ninguém imagina que ele é um assassino. Nenhum deles.
- Porquê eu não soube que vocês moravam do outro lado da rua? Eu nunca vi vocês por aqui. - Pergunto a Marian.
- Provávelmente porquê não ficamos muito em casa, e quando ficamos, nem saimos para o lado de fora. Não gostamos de socializar muito, salvo sua mãe. Nosso pai se encantou por ela quando à viu no hospital. - Explica ela.
- Se encantou, é? - Pergunto irônicamente.
- Sim. E de verdade. Desde que nossa mãe morreu ele nunca se interessou por ninguém, até encontrar sua mãe, claro que no começo ele achou melhor ficar longe, resultou inevitável. Ela tem um jeito de fazer todos quererem está por perto. - Ela diz.
- Já tinham conhecido ela antes? - Pergunto.
- Já, no hospital. Mas nunca conversamos. E só viemos saber que a mulher da qual papai falava, hoje.
- Entendo. E agora que descobriram que ela é mão de uma "aberração" como eu...?
- Não sei o que vai ser. Isso quem tem que decidir é nosso pai, afinal eles que namoram, ou pelo menos assim acho.
- Se ele fizer alguma coisa com ela, acabo com ele.
- Ele não vai machucá-la. Jamais feriria à alguém inocente.
- Não me refiro somente ao fisico. Ela já sofreu demais, e não vou permitir que um idiota estrague tudo.
- Ah, já vejo.
- E pra todos vocês serve o mesmo aviso. Nem minha mãe, nem minha irmã.
Marian assente e ficamos caladas por alguns minutos. Noto que Ethan já não está com a gente. Está junto com Scott, brincando com Mel no carrossel. A cena é muito ilária, logo começo a rir. Marian notando do que estou rindo logo me acompanha. Não resisto e vou até eles.
- Tem lugar pra mais uma, tomatinha? - Pergunto.
- Eu também quero! - Diz Marian.
- Tem xim! - Responde Mel gargalhando.
- Então vamos! - Digo dando risada. Sento ao lado de Mel e Marian senta-se do outro lado dela. Os meninos voltam a girar o carrossel, logo Mel pede pra ir mais rápido. Logo estamos rindo e gritando feito crianças. Nossa diversão logo é cortada.
- O que diabos está acontecendo aqui?! - Exige André, que por acaso está furioso.
- Não polde fala palavlão. - Repreende Mel. André à olha irritado, o que a faz ficar assustada. Levanto e pego-a no colo não importando minha mão.
- Cai fora. Não tem coisa melhor pra fazer que assustar criancinhas? - Pergunto.
- Cala a boca, aberração. Aliás, posso saber o que vocês fazem com ela? Por acaso ficaram loucos? - Exige ele.
- Não fala axim da Bel! - Exclama Mel furiosa.
- Fica quieta menininha! Sua mãe sabe que você anda com aberrações? - Ele pergunta.
- André! Pare com isso! - Repreende Marian.
- Cara, cai fora. - Diz Scott.
- Dirija à palavra à ela de novo e eu acabo com você. - Falo irritada.
- É o que você faz com todos não é? Não duvido que tente. - Diz ele. Percebo Mel me olhando assustada e se agarrando a mim com força. Ela não pode presenciar isso.
- Marian, pode levar Mel pra dentro de casa? - Peço.
- Claro. Vem comigo, princesa. - Responde ela estendendo os braços pra Mel.
- E a Bel? Não polde fica soxinha! - Diz ela. Isso me aquece o coração.
- Tio Scott e Tio Ethan vão ficar com ela. Vamos. É conversa de adultos. Posso conseguir mais torta de morango pra você. - Insiste Marian.
- Xe eles plometelem cuidar da Bel, eu vou. - Insiste Mel.
- Nós prometemos. Não é, Ethan? - Diz Scott.
- Sim. Prometemos. - Diz Ethan. Mel se convence e vai com a Marian.
- Que lindo! Parecem uma grande família! Vocês sabem que podem ser acusados de traição, certo? - Provoca André.
- Cai fora, cara. Conversamos depois. - Diz Ethan.
- Sério, Ethan? Não foi você mesmo que tentou matá-la ontem? Estou começando a acreditar nos rumores de que vocês estavam juntos em todos os sentidos. Não duvidaria nada de que você caiu de encantos por essa vadiazinha.- Insiste André. Não aguento e vou pra cima dele. Lhe dou um soco com todas as forças que tenho e acerto seu náriz em cheio. Logo começa a jorrar sangue.
- Sua puta! Vou matar você! - Diz ele vindo pra cima.
- Vem, covarde! Você só sabe assustar crianças indefesas! - Vou pra cima dele de novo, mas sou segurada. André olha pra mim e dá um passo pra trás ainda com as mãos sobre o náriz tentando estancar o sangue. Sei que meus olhos estão em chamas, mas isso não o assusta por muito tempo, logo ele vem pra cima, mas Scott entra no meio e o segura pela camisa. Então Ethan é quem me segura.
- Vou matar você, e vou desfrutar muito! - André grita. Vejo vizinhos saindo alarmados para saber o que acontece.
- Tire ele daqui, Scott. - Manda Ethan. Não precisa perguntar duas vezes, Scott sai arrastando André. - Acalme-se. Sua mãe está vindo. - Diz Ethan ao me virar pra ele. Faço o que ele diz e respiro fundo repetidas vezes.
- O que aconteceu? - Minha mãe pergunta. Olho pra ela quando tenho certeza de que já não pode perceber nada em meus olhos.
- André veio atrás de confusão, quando ele falou algo desagradável, Mel disse que não podia falar palavrão e ele mexeu com ela e continuou mesmo percebendo que à assustou. Isabelly foi defendê-la e eles começaram a brigar. - Explica Ethan. Olho pra ele agradecida e ele assente.
- E você lhe deu um soco? - Pergunta minha mãe.
- Ele me ofendeu. - Explico.
- Não gosto de agressão, Isabelly. - Ela me repreende. Quando vou discutir William diz:
- Melhor eu resolver esse assunto e falar com os pais de André. Aliás, tenho que ver se quebrou o náriz. - Ele e minha mãe se despedem com um rápido beijo e ele se encaminha a sua casa, Ethan e Marian vão logo atrás depois de ela me sussurrar um "desculpa". Mel corre pra mim.
- Pol quê ele fez aquilo? - Pergunta ela.
- Não sei, princesa. - Respondo.
- Apesar de minha opinião sobre agressão, aprovo o que fez, mas não faça de novo. - Sussurra minha mãe sorrindo.

Heey pessoas! Gostaram? Espero que sim!
Não deixem de ler "Karma - Tudo que vai, volta"
Bjks da Izzy :*
Música em honra à AnaCarolinaFelixRibe

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