10 - Noticia devastadora.

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Chego a escola no outro dia e sou recebida por abraços de Fernanda e Lia. Elas começaram a se aproximar aos poucos. Agora meio que formamos um trio. Ethan e seu séquito estão do outro lado do meu armário. E é claro que o idiota do André se encontra junto. Henrique ao me ver vem de encontro a nós. É a primeiro vez que o vejo desde o beijo que ele me deu na festa.
   - E aí, linda? - Comprimenta ele colocando o braço ao redor do meu pescoço.
   - Ei. - Falo de volta sem graça.
   - Algum problema? - Ele pergunta preocupado.
   - Não, nenhum. - Digo me obrigando a sorrir.
   - Ah, não! Você não vai ficar estranha só porquê te beijei. Nem pensar! - Exclama ele.
   - Até porque você retribuiu. - Comenta Fernanda com um sorriso malicioso. Mostro a lingua pra ela. - Que madura você! - Ela ri.
   - Super. - Digo.
   - Pessoas, pessoas. - Comenta Lia.
   - O quê?! - Perguntamos juntos.
   - Nada! Só falei o que veio na minha cabeça. - Se defende ela. Olhamos um para o outro e logo em seguida começamos a rir. O que eu acho ótimo, não iria suportar um clima tenso. Vou ao meu armário pegar os livros que vou usar.
   - Soube do que aconteceu ontem, tudo bem? - Pergunta Henrique se colocando ao meu lado.
   - Na medida do possivel. - Respondo suspirando.
   - Não liga, o André é um idiota as vezes.
   - Só as vezes?
   - Okay, na maioria. - Diz ele. Olho pra ele e arqueio as sobrancelhas. - Você não o conhece o suficiente, só isso. - Diz ele jogando as mãos pro ar se rendendo.
   - Tanto faz. - Resmungo.
   - Hoje você está com um humor hein? - Reclama ele.
   - Só não estou me sentindo bem. Presinto que algo vai acontecer. - Digo.
   - Tenho certeza que sim. Mas você não está assim só por o que eu fiz, né?
   - Não, fica tranquilo. - Sorrio.
   - Que bom. - Ele me abraça e vai de encontro ao grupo de caçadores.
   - E esse climinha ai, hein? Será que vou ter cunhada nova? - Fernanda provoca.
   - Como você é chata. - Brinco.
   - Magoei. - Brinca ela se fazendo de ofendida. Assim que fecho o armário ouço meu celular tocando. Pego em minha bolsa e vejo que é o Thomas. Atendo.
- Oi, amor! - Cumprimento.
- Izzy... Diz ele com uma voz nada normal.
- O que aconteceu? - Pergunto. As meninas me olham preocupadas.
- Não sei como falar.
- Fala de uma vez! Vocês estão bem?
- É o James...
- O que aconteceu com ele? - Exijo.
- Ele morreu.
- Como assim?!
- O mataram. Foram eles. - Sinto o meu ar sumir. Olho para Ethan e seus amigos com ódio mortal. Eles vêem e me olham assustados. Não consigo acreditar.
- Não. - É a única coisa que eu digo.
- Sinto muito, Izzy. - Fala Thomas. Eu não consigo respirar. Não respondo nada. Logo ouço ele chamando meu nome. Desligo. Isso não está acontecendo. Não pode. Sinto uma raiva imensa e dou um soco no armário. Sinto uma dor aguda na minha mão, percebo que usei minha mão machucada. Eu não ligo. Logo corro. Ouço Fernanda e Lia me chamando, mas eu não paro. Corro até meu carro e entro. Soco o volante repetidas vezes. Ouço Lia e Fernanda entrando e falando comigo, mas não vejo nada. Sinto um desespero imenso. O James não. Giro a chave na ingnição, mas sou puxada.
   - Izzy, olha pra mim! - Diz Lia. - Izzy, olha! - Ela exige. Olho pra ela e solto um soluço inconsolado. - O que aconteceu?
   - Quero sair daqui. - Peço. Quando Lia vê que não vou explicar nada ela sai do carro. Vejo ela dando a volta e vindo para o meu lado. Ela abre a porta e me olha.
   - Tudo bem. A gente te tira daqui, mas você não está em condições de dirigir, deixa comigo. Vai pra lá. - Diz ela fazendo gesto para o banco do passageiro. Eu aceno e mudo, ela entra e fecha a porta. - Pra sua casa?
   - Não, por favor. Qualquer outro lugar que não tenha ninguém. - Imploro.
   - Tudo bem. Sei de um lugar perfeito. - Diz ela e dá a partida. Thomas não para de me ligar, mas não vou conseguir falar com ele agora. Desligo o celular.
   Lia estaciona em um lugar cheio de traillers na floresta. Ela diz que de lá vamos ter que ir a pé. Deixamos as mochilas no carro,  tracamos e seguimos uma trilha. Ela é longa e precisamos subir bastante. Quando chegamos os final dela, percebo que acabamos em um penhasco que tem uma vista de toda a cidade. Lia senta e indica o lugar ao lado dela. Eu sento e Fernanda faz o mesmo do outro lado. Abraço meus joelhos e encosto a cabeça neles. Choro desconçolada. As meninas não falam e nem fazem nada. Apenas esperam. Choro até não ter mais o que chorar. Quando minhas lágrimas acabam eu respiro fundo e olho a paisagem.
   - Ele morreu. - Falo.
   - Quem? - Pergunta Lia gentilmente.
   - O James. - Falo e ela espera. - Ele era meu melhor amigo. E mataram ele. - Suspiro.
   - Eu sinto muito. - Diz ela.
   - Igualmente. Sinto muito mesmo. - Fernanda fala. Espero elas perguntarem algo mais elas ficam caladas.
   - Eles mataram ele. É só os que eles sabem fazer né? Ele nunca fez mal a ninguém. Era a pessoa mais bondosa que já conheci. Aí eles vão lá e fazem isso. Depois dizem que nós somos as aberrações e os assassinos. Eu deveria matá-los, aí sim as nossas mortes seriam justificadas. Deveriamos nos tornar os mosntros que eles dizem que somos. - Falo sem parar.
   - Izzy, para... - Começa Lia.
   - É a verdade, você sabe! - Continuo.
   - Do que você está falando? - Pergunta Fernanda.
   - Isabelly, por favor. - Pede Lia. Me levanto e começo a andar de um lado para o outro.
   - Fui idiota. Não deveria ter permitido a entrada deles na minha casa, por mais que minha mãe goste deles. Eles não são confiáveis, na primeira oportunidade vão tentar fazer o mesmo comigo. Já tentaram aliás, né? - Não consigo parar de falar.
   - Izzy, chega! - Lia exclama.
   - É verdade, Lia! Você tem que tomar cuidado, todos vocês, ninguém vai sair imune. - Estou histérica.
   - Chega! Você está falando coisas sem sentidos, está nos assustando. Olha só a Fê! - Lia me para segurando nos meus braços. Ela olha no fundo dos meus olhos tentando me fazer entender. Olho para Fernanda e percebo o olhar assustado dela. Droga! Perdi o controle e falei demais.
   - Desculpa, fiquei histérica. - Falo me sentando novamente.
   - Tudo bem, é normal nessa situação, porquê não nos fala como era o James? - Sugere ela. Lia suspira e senta ao meu lado.
   - Ele foi a melhor pessoa que conheci. Posso afirmar que foi o melhor amigo do mundo. O conheci na Itália. Ele, Thomas e Tamara. A nossa vida era viver grudados uns aos outros. Ele era perfeito. O irmão que nunca tive. Ele sempre me ajudava em tudo que eu precisava. Era positivo e sempre teve o costume de acreditar que todos tem algum tipo de bondade no coração, até as piores pessoas. Sempre achou que todas ações são movidas pelo amor. É tão estranho falar dele no passado, não acredito que isso aconteceu. Sempre acreditei que ele era imortal, que nunca poderia ser vencido...

Ei, galera! O que acharam? Deixem suas opiniões. Agradeço todas as leituras, por mais poucas que são. Obg pessoas lindas.
Não deixem de ler "Karma - Tudo que vai, volta" de minha autoria.
Beijinhos da Izzy :*

ConjuradoresWhere stories live. Discover now