38 - Encontro.

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- A gente não precisa fazer isso, sabe? Podemos marcar para outro dia. - Avisa Léo ao me encontrar na saída da escola. O nosso encontro teve que ser adiado por causa dos ferimentos que o incidente com Jonathan causou. Passei uma semana em casa com minha mãe em cima de mim a todo momento. Hoje foi que finalmente consegui convencê-la de que estava bem o suficiente para vir para a escola. Não estou totalmente curada mais não tenho por que ficar em casa se estou bem o suficiente para voltar para a aula.
- Já te falei para não se preocupar com isso, Léo. Eu estou bem. - Afirmo convicta.
- Só não quero que você piore. - Explica ele.
- Eu sei. E nem vou. - Volto a afirmar.
- Tudo bem. Mas vamos que ter muito cuidado, está bem? - Avisa ele.
- Cuidado é o meu nome do meio. - Brinco.
- Duvido. - Ele tenta soar sério mais acaba sorrindo.
- Você está sendo o meu grande salvador do tédio. - Comento quando já estamos no estacionamento.
- É sempre um prazer te salvar, não importa do quê. - Diz ele abrindo a porta do passageiro para mim.
- Só lembre-se de que não sou feita de vidro. - Aviso. Quando vou entrando no carro ouço Lia nos chamando.
- Léo, Izzy! - Exclama ela correndo até nós.
- Algum problema? - Pergunta Léo preocupado.
- Ah, nenhum. Só vim te avisar para cuidar bem da minha amiga ou eu ferro com você. - Avisa ela seriamente.
- Você não deveria estar preocupada com seu irmão? - Brinco.
- Ah, não. Ele sabe se virar. - Responde ela.
- E eu não? - Pergunto ofendida.
- Quando se trata de outras coisas, sim. Agora quando se trata do charme do meu irmão, não. Ele tem o mesmo gene que eu, ou seja, é irresistível. Então só queria avisar que ele está proibido de quebrar seu coração. - Explica Lia.
- É mais fácil eu sair com o coração quebrado. - Argumenta Léo.
- Verdade. Então não quebre o coração do meu irmão, Izzy. - Avisa ela.
- Vocês são terríveis. - Digo indignada.
- Tudo bem, Lia. Você já atrapalhou de mais. Agora cai fora. - Avisa Léo.
- Belo irmão, você. Cuidado, posso acabar repensando minha opinião e permitindo que ela quebre seu coração. - Indica Lia dando um tapa no braço dele.
- Permitir? - Indago.
- Já gastou muito do nosso tempo, pirralha. Tchau. Vai namorar um pouquinho que você ganha mais. - Avisa Léo empurrando-a em outra direção.
- Eu voltarei! - Brinca ela divertida.
- Adios. - Me despeço.
- Au revoir. - Acena ela e sai rindo. - Usem camisinha! - Grita atraindo a atenção de todos.
- Vádia! - Exclamo.
- Também te amo! - Grita ela de volta e acena com a mão. Entro no carro e Léo fecha a porta negando com a cabeça indignado com a atitude da irmã gêmea.
- Ela é terrível, me desculpe. - Pede ele envergonhado quando entra na carro.
- Já estou acostumada, não esquenta. - Tranquilizo-o e ele da a partida no carro.

- Então, por onde começamos? Só não escolha nenhum brinquedo perigoso que possa te machucar. - Avisa Léo quando chegamos ao parque de diversões.
- Isso diminue bastante nossas opções. - Lamento.
- Desculpa por isso. - Lamenta ele.
- Você se desculpa demais! Deixa disso e vamos nos divertir. - Aviso puxando-o pela mão. Ele tenta evitar que eu esbarre em várias pessoas no processo. - Não precisa me protejer, Léo. Estamos aqui para nos divertir. - Aviso quando faço uma pausa para decidir onde ir. Ele abre a boca e já sei o que ele vai dizer. O corto na hora. - Nem ouse pedir desculpas. Não seja um chato.
- Que tal darmos alguns tiros? - Sugere ele depois de repensar o que dizer.
- Adorei a idéia! - Exclamo animada fazendo ele rir.
- Você é incrível. - Diz ele rindo.
- Você também não é tão mal. - Brinco fazendo-o rir mais ainda.
- Que bom. Parece que já estou ganhando alguns pontos. - Comemora ele pegando minha mão e nos levando em direção das barracas de jogos.
- Uhuul! Acabei com você! - Comemoro dando pulinhos quando ganho no tiro ao alvo pela quinta vez.
- Você é muito competitiva. - Diz Léo sorridente.
- Isso te incomoda? - Pergunto.
- Não. Acho fascinante. - Responde ele sinceramente.
- Você é um Don Juan. - Acuso brincalhona.
- Você gosta? - Pergunta ele enlaçando minha cintura delicadamente.
- Estou decidindo. - Brinco.
- Até quando você vai me deixar nessa agonia?
- Acho que não vai demorar. Depende do quão convicente você for. - Respondo.
- Cuidado, Izzy. Eu posso ser muito persuasivo. - Avisa ele com um enorme sorriso no rosto.
- Eu também posso, Léo. - Aviso de volta deixando os meus lábios a pouco centimetros dos dele. Percebo que ele fica desconcertado com meu atrevimento.
- Então, moça. O que vai querer dessa vez? - Pergunta o dono da banca de jogos já cansado. Todas as vezes que ganhei deixei uma das crianças que estão ao nosso redor escolher um premio para elas. Léo fez o mesmo com as três vezes que ganhou. Só na primeira vez foi que aceitei escolher um prémio para mim. Não escolhi um urso gigante de pelúcia por achar muito piegas. Sendo assim escolhi um cachorro de pelúcia pequeno muito fofo e macio.
- Pode deixar Alice escolher. - Respondo apontando para uma das crianças que estavam a bastante tempo tentando acertar e não conseguia. Perguntei o nome de todas, mas o único que acabei decorando foi o de Alice. Ela me lembra muito Ivory quando ainda era pequena e tinha uma grande inocência. Alice comemora dando pulinhos e abraça minhas pernas. Após agradecer corre e escolhe um urso gigante que é maior que ela. Rio com a cena.
- Você é muito bondosa. - Observa Léo.
- Olha quem fala. - Digo dando um empurrão de brincadeira nele com o ombro.
- A idéia de tudo isso foi sua. - Aponta ele. Me sinto desconfortável com tanta atenção então pego meu cachorrinho e pergunto a primeira coisa que me vem a cabeça:
- Que tal a roda-gigante agora?
- Izzy, você tem medo de altura! - Lembra ele espantado. Me arrependo rapidamente de ter falado a primeira coisa que me veio a mente.
- Am... Estou me sentindo corajosa hoje! - Minto. Afinal não vou voltar atrás com o que disse.
- Tem certeza? - Indaga ele inseguro. Aceno em concordancia por medo de abrir a boca e negar. - Okay. Então vamos lá. - Diz ele pegando em minha mão e me levando em direção a cabine de ingressos. - Ainda da tempo de desistir. - Avisa ele antes do cara travar o nosso assento.
- Não. Tudo bem. - Digo nervosa. Estou agarrando o cachorro de pelúcia tão forte que o coitado está todo amassado. O assento é travado e seguro a barra com uma das mãos fortemente. Nós começamos a subir e eu tremo.
- Vem cá. - Diz Léo me puxando para si ao perceber meu nervosismo. Ele enlaça minha cintura com os braços e eu grudo na sua camisa e fecho os olhos. - Essa foi uma péssima idéia. - Comenta ele beijando minha testa.
- Não. - Nego ainda nervosa.
- Tudo bem. Vamos te distrair. - Diz ele fazendo circulos em meu braço com os dedos. De certa forma isso me tranquiliza um pouco. - Qual é sua cor favorita?
- Azul. - Respondo sem pestanejar.
- Porquê azul? - Indaga ele curioso.
- É a cor do céu. Eu adoro o céu. - Digo simplismente. - E a sua?
- Verde. - Responde ele prontamente.
- Porquê? - Pergunto me sentindo menos tensa.
- É a cor que mais representa a natureza. Não tem coisa melhor que ela. - Responde ele.
- A natureza?
- Sim. - Léo afirma. Começo a relaxar de encontro a ele. - Qual é o seu sabor de sorvete preferido?
- Morango. - Respondo.
- Morango? Eu achei que poderia ser chocolate, já que você ama tanto. - Comenta ele.
- Amo chocolate, mas o sorvete é horrível! Ele é amargo! - Explico.
- Isso é verdade. O meu preferido é de creme. - Diz ele.
- Hm... Também gosto de creme. - Comento me aconchegando mais contra ele.
- Então está decidido. Vamos tomar sorvete. Essa será nossa próxima parada. - Conclui Léo.
- E algodão doce? - Sugiro divertida.
- Tudo que você quiser, Izzy. Tudo que você quiser. - Concorda ele. Ficamos aconchegados um no outro até que a roda-gigante para. Fico nervosa ao perceber mesmo sem olhar que estamos no topo. - Izzy?
- Hm...?
- Abre os olhos. - Sugere Léo.
- Não. - Nego escondendo o rosto na camisa dele o fazendo rir.
- Vamos lá. Você vai gostar da vista. Só um pouquinho? - Pede ele. Exito. - Confia em mim? - Indaga ele. Aceno com a cabeça e depois de criar coragem abro os olhos. Léo tinha razão, a vista não era só bonita, era explêndida. - Gostou?
- Gostei. É linda. - Concordo.
- Eu concordo. - Diz Léo. Olho para ele e percebo que não era para a vista que ele está olhando. De certa forma, coro. Eu nunca coro! Léo começa a se aproximar de mim. Quando nossos lábios estão quase se tocando a roda-gigante da um solavanco nos fazendo voltar a girar.  Agarro a camisa dele novamente como se ela fosse minha tabúa de salvação.
- Ela tinha que girar agora! - Léo reclama baixinho me fazendo rir.

- Então vamos de sorvete ou cachorro-quente primeiro? - Pergunta Léo quando já estamos em terra firme.
- Cachorro-Quente. O doce vem depois. - Digo animada.
- Nunca vi uma mulher tão animada para comer besteiras. - Comenta ele divertido.
- Querido, eu sou única. - Brinco.
- Totalmente. Você é exclusiva. - Concorda ele sério. A vergonha acaba me fazendo ficar calada. Estamos esperando nosso lanche ficar pronto quando alguém esbarra em mim, fazendo uma dor alucinante tomar conta das minhas costas. Léo percebe.
- Cuidado por onde anda, cara! - Avisa ele furioso. O homem ignora ele totalmente e continua seu caminho. - Dói muito? Me desculpe, eu deveria estar mais atento. - Lamenta Léo.
- Na se culpe, fui eu que não percebi. Essas coisas acontecem, Léo. - Comento tentando tranquiliza-lo.
- Ainda assim! Eu deveria cuidar de você. - Se recrimina ele.
- Ei, tudo bem, calma. - Ignoro a dor e tento tranquiliza-lo. Coloco a mão em seu rosto e o faço olhar em meus olhos. - Não foi culpa de ninguém, entendido? Esbarrões acontecem nesses lugares. - Aviso.
- Eu não deveria ter te trazido aqui. - Teima ele.
- Pode parar, Leonardo! Esse passeio foi a melhor coisa que me aconteceu durante toda essa semana. Não estrague algo tão bom, entendeu? - Exijo. Ele exita, mas depois de um tempo concorda com a cabeça. - E não peça desculpas. - Aviso. Ele sorri e coloca a mão sobre a minha.
- Só quero te ver feliz. - Diz ele.
- Eu estou. - Afirmo.
- Mesmo? - Pergunta ele inseguro.
- Mesmo. Vou estar mais ainda quando comer meu cachorro-quente completo. - Brinco.
- Só você para falar de comida numa hora dessas! - Ele ri. Pegamos nossos cachorros-quentes e vamos em direção de um banco e nos sentamos. - Ainda dói muito?
- Quase nem sinto. - Minto.
- Nós podemos ir para casa. - Sugere ele.
- Não sem antes nos lambuzarmos de sorvete! - Exclamo ultrajada.
- Quantos sorvetes você quiser, então. Mas me avise se sentir algo. - Pede ele.
- Pode deixar. - Digo. Depois de explorarmos todo o parque vamos para o sorvete. Pedimos os nossos favoritos e nos sentamos na grama enfrente ao lago.
- Adoro estar rodeada de água. O que é estranho considerando o que Conjuro. - Comento.
- Não é estranho. É até compreensivo. A água é como o seu refugio quando você está cansada de tanto fogo. - Comenta Léo.
- Você me entende mais do que eu imaginava. - Digo sorrindo.
- Eu tento, pelo menos. - Concorda ele. Meu sorvete começa a derreter rapidamente devido ao meu calor corporal excessivo.
- Droga! - Reclamo. Léo começa a rir.
- Deixa eu te ajudar. - Ele se oferece quando termina o dele rapidamente. Entrego o meu sorvete pra ele e ele tem a idéia de me dar na boca.
- Cade o aviãozinho? - Brinco.
- Se você quiser... - Sugere ele entrando na onda.
- Ná. Sem aviãozinhos. - Nego. Nisso ele acaba sujando o canto da minha boca de sorvete.
- Droga! - Exclama ele tentando conter o riso. Tento ficar séria mais acabo rindo junto. - Hm, deixa eu te ajudar. - Diz ele ousado e beija o canto da minha boca limpando a sujeira de sorvete. - Sorvete quente! - Exclama ele muito próximo.
- Deixa eu ver se é bom. - Enfio o dedo no sorvete e passo na bochecha dele.
- Não! - Diz ele rindo tentando me deter. Nessa brincadeira acabo o derrubando no chão e caindo por cima. Limpo o sorvete com a boca.
- Hm, não é tão ruim... - Comento atrevida. O sorriso de Léo desapacere e ele me olha intensamente. Ele acaricia meu rosto descendo pelo pescoço.
- Eu te admiro tanto, Isabelly. Você nem imagina o quanto. - Diz ele intenso.
- Você está bem intenso. - Comento.
- Você gosta? - Ele quer saber.
- Gosto. - Admito finalmente. Sem mais "ainda estou decidindo". Leonardo sorri como uma criança numa manhã de natal ao ganhar o presente desejado. Num piscar de olhos os seus lábios estão finalmente nos meus. Não tem nada de confusão, incertezas ou culpa. Apenas calmaria e intensidade. Léo me transmite uma sensação de segurança e de coisa certa. Depois que o beijo infelizmente termina, ele diz vitorioso:
- Valeu a pena esperar.

Heey pessoas! O que acharam do momento Lebelly? Espero que tenham gostado. Deixem suas opiniões nos coments, votem e indiquem.
Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #24Dia

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