35 - Vozes (Ethan).

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Queime. Destrua. Vozes falam sem parar em minha cabeça desde que peguei na mão de Isabelly. Quando vi que ela estava fraca e a ponto de desmaiar, a única coisa em que conseguia pensar era em ajudá-la. De algum modo eu tive a certeza de que eu era o único que poderia. Senti algo me impusionando em direção à ela até que estava segurando a sua mão. Queime. Destrua. As vozes insistem. De algum modo a mão de Isabelly e a minha estão em chamas e não sinto dor alguma. Sinto que parte da minha força está sendo drenada.
- Isso é impossível! - Exclama Jonathan assustado. Queime. Destrua. As vozes não param. Elas insistem tanto que começo a sentir uma dor enorme na cabeça. Depois de um tempo estou repetindo junto em minha mente: Queime. Destrua. E é aí que acontece. A onda de fogo de Isabelly aumenta tanto que meus olhos ardem. Ela faz a onda de gelo e água de Jonathan recuar tanto que em pouco tempo já não existe mais. Fogo o consome e ele uiva de dor. Tento fechar os olhos para não ver aquilo acontecendo, mas não consigo. Jonathan como todas as outras vezes, recua. Ele vira liquido e some por entre as árvores como da outra vez. O único indício da ida dele é algumas gotas de sangue que ele vai deixando pelo caminho. No momento em que estou pensando em correr atrás dele, Isabelly cai me puxando com ela.
- Estou tão cansada. - Diz ela baixinho. Coloco ela no meu colo e passo os braços ao seu redor.
- Isabelly, o que você está sentindo? - Pergunto.
- Sono. Eu quero dormir. - Responde ela fechando os olhos.
- Não. Você não pode dormir! - Aviso balançando ela. Ela geme de dor e sinto algo encharcando meus braços. Quando olho, percebo que ele está coberto de sangue. - Droga! Você está sangrando!
- Por tooodo lado. - Cantarola ela.
- Onde dói?
- Não sei. Em todos os lugares, acho. - Responde Isabelly. Derrepente todos estão em cima de nós. - Não façam tanto barulho! Estou tentando dormir. - Reclama ela. Levanto rapidamente com ela no colo.
- Precisamos tirar ela daqui. - Aviso e começo a andar.
- Nós não podemos voltar para a festa com ela assim! - Exclama Karolina.
- E não vamos. Scott e Lia, vão na frente e peguem a bolsa dela. Vamos precisar das chaves do carro. Quero que vocês já estejam me esperando nele quando chegarmos. Lia, aproveite e tranquilize nosso pai. Diga que vamos precisar dele e que eu ligo quando chegar a hora. - Aviso. Eles acenam com a cabeça e correm.
- Foi tudo culpa minha. - Choraminga Fernanda.
- Não foi culpa de ninguém. - Tranquilizo-a. - Vocês dois vão precisar vir junto. Vamos precisar combinar a história. - Digo para ela e Henrique.
- Ir para onde? - Fernanda pergunta.
- Para casa da Isabelly. Você vai precisar fazer uns curativos também. - Respondo.
- E nossos pais? - Henrique pergunta.
- Vamos dar um jeito, mas não agora. O mais importante primeiro. - Aviso. - Agora precisamos correr. - Em outro momento seria menos complicado correr com Isabelly no colo, mas me sinto fraco. Por isso nos atrasamos um pouco. Leonardo e Thomas pediram para levá-la mais não consegui permitir. No momento só acho que ela esteja segura se estiver comigo. Tive que ir todo o caminho impedindo que ela dormisse. Quando saimos da floresta temos que nos esgueirar pelos cantos para não dar de cara com ninguém. Henrique nos cobre por ser o único que não está coberto de sangue ou machucados. Quando chegamos no carro Scott e Lia já estão lá.
- Vamos. Lia, eu sei que não tem jeito de te convencer ao contrário então você vem com a gente. Scott, você dirige. - Aviso.
- Nanda. - Reclama Isabelly.
- Ela também vem. Calma. Fernanda, Henrique, vocês vão com Marian, Thomas e Leonardo. O resto vai no meu carro. - Digo jogando as chaves para eles.
- Porquê eu não posso ir com você? - Reclama Karolina.
- Isabelly vai precisar ir deitada. - Explico. - Vamos logo, estamos perdendo tempo! - Exclamo. Entro no banco de trás com Isabelly e Scott e Lia rapidamente entram na frente.
- Léo. - Chama Isabelly. Ele aparece na janela.
- Algum problema, Izzy? - Pergunta ele.
- Cuida deles. - Pede ela.
- Pode deixar. Cuidem bem dela. - Avisa ele e sai. Scott dá a partida.
- Preciso saber onde você está machucada. Pode me dizer? - Pergunto a Isabelly quando já estamos na estrada.
- Perna e Costas. - Diz ela simplismente. Viro ela de costas lentamente e percebo de onde vem tanto sangue. Lia nos olha preocupada. - Está feio, não está? - Pergunta Isabelly.
- Não muito. - Minto.
- Não minta para mim. Sei que está muito ruim. - Avisa ela.
- Posso saber como, Mulher Maravilha? - Tento brincar.
- E você quem seria? O SuperMan? - Brinca ela de volta. - Respondendo a sua pergunta: Eu não sinto mais nada. Se não sinto mais é porquê a coisa tá feia. Provavelmente estou atordoada. - Exclarece. Realmente, o corte parece ser bem fundo. Tem muito sangue.
- Vou ter que tirar a sua blusa. - Aviso.
- Pervertido. Viu só, Lia? Ele quer se aproveitar do meu momento de fraqueza. - Bufa ela indignada.
- Homens só pensam naquilo. - Lia entra na brincadeira. Incrível como Isabelly é. Mesmo sofrendo ainda tenta fazer os outros ficarem bem.
- Eu preciso fazer um torniquete. - Aviso indignado.
- Mentira. Você quer me ver nua. - Brinca ela. Reviro os olhos.
- Isso ele quer mesmo. - Comenta Scott.
- Calem a boca. - Reclamo. Tento tirar a blusa dela sem machucar mais a tentativa é frustada.
- Corta logo isso! - Exclama Scott. Já que não tem outro jeito, pego a faca que ele me passa e corto a camiseta dela. Em seguida tiro a minha camisa e pressiono no enorme corte que ela tem nas costas.
- Porquê você tirou a camisa?! - Exclama Isabelly confusa.
- Para pressionar no ferimento. - Respondo também confuso.
- Dava pra usar a minha. - Reclama ela indignada.
- Não dava não. Ela está totalmente encharcada de sangue. - Aviso. Ela começa a chingar em Italiano. - Não é como se eu fosse te atacar, Isabelly.
- Não é como se você não apreciasse a vista. - Brinca Lia.
- Traidora. Você sabe que é meio difícil eu apreciar alguma coisa na posição em que estou. - Reclama ela nos fazendo rir. Depois de um tempo o silêncio toma conta do carro. Corto uma parte da minha camisa e faço um torniquete na perna dela. Continuo usando o restante para pressionar o corte nas costas. Depois de algum tempo percebo que Isabelly está quase caindo no nosso.
- Isabelly, não dorme. - Aviso.
- Então não me deixa dormir, ué. - Reclama ela.
- Izzy, vamos conversar um pouco? - Sugere Lia.
- O quê? Você quer conversar sobre o fato de você ter me avisado? - Reclama Isabelly.
- Sobre o quê? - Pergunta Lia confusa.
- Destino. Essa palavra te diz alguma coisa? - Responde Isabelly frustada.
- Ah, sobre isso. Estava na cara pra mim, mas confesso que ainda sim fiquei surpresa. - Comenta Lia.
- Do que vocês estão falando? - Pergunto.
- Coitado de você, Ethan. Sempre é o último a saber... - Lamenta Isabelly.
- A saber o quê? - Pergunto.
- Você nunca vai conseguir me matar. - Divaga ela.
- Acho que você está delirando. Não penso em matar você. - Digo confuso.
- Não pensa agora. De qualquer maneira nunca vai conseguir. - Insiste ela.
- Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo? - Exijo. Lia abre a boca para falar mais Isabelly a corta.
- É coisa nossa. Não ligue para as minhas divagações. Acho que estou perto de delirar mesmo. - Explica ela. - Falando nisso, você salvou minha vida. Obrigada.
- Eu não salvei a sua vida.
- Vai por mim, salvou sim. Você não imagina o quanto... - Divaga ela novamente. - As vozes estavam insuportáveis.
- As vozes?! - Lia, Scott e eu exclamamos.
- Sim. As vozes. As vezes odeio elas. - Comenta Isabelly.
- Umas vozes que falam para Queimar e Destruir? - Pergunto.
- Como você sabe? - Ela quer saber.
- Eu as ouvi depois que peguei na sua mão. - Explico.
- Sério isso? - Indaga ela.
- Desde quando você ouve vozes? - Quer saber Lia.
- Desde sempre. Elas vem ficando piores. - Responde Isabelly.
- Porquê isso acontece? O que elas querem? - Pergunta Lia preocupada.
- Elas querem destruir, é claro. Meu elemento de conjuração é o fogo. É claro que ele ia querer que eu destruisse o mundo. - Lamenta Isabelly.
- Isso não acontece com o Thomas, acontece? - Indaga Lia.
- Não que eu saiba. E nem me fale nele. Ele fez besteira. Ele não deveria ter feito aquilo... - Lamenta Isabelly.
- O que ele fez, Isabelly? - Pergunto preocupado.
- O idiota se declarou e me beijou. Ele não deveria ter feito isso. Agora ele estragou tudo! Como vou olhar pra cara dele agora? - Reclama ela exasperada. - Porquê eu tô falando isso pra vocês? Isso é errado. Tá vendo no que dá falar demais, Isabelly? Vocês não ouviram nada disso. Esqueçam que eu falei algo. Hoje não é meu dia de sorte. Jonathan, Caçadores, Conjuradores, Destinos... Como diabos eu vou lidar com isso?!
- Do que é que você tá falando? O que é esse Destino? E é difícil esquecer que Thomas te beijou. Não me peça isso! - Exclamo.
- Ui, ele ficou com ciúmes. - Provoca Scott.
- Cale a boca! - Isabelly e eu exclamamos juntos.
- Vocês estão muito reclamões. Namorem um pouquinho que é o melhor que vocês fazem. - Indica Scott.
- Tudo bem. Chega todos vocês. Isabelly, você não deveria nem está fazendo esforço, isso aumenta o sangramento. Ethan, você não tem o direito de reclamar com quem beija Izzy ou não, afinal você vive enfiando a lingua na boca de Karolina e Izzy não reclama. Scott, deixe eles se matarem, se meter não adianta. E vai mais rápido! - Exclama Lia exasperada. Com isso todos ficamos calados.

Heey pessoas! Oq acharam do cap? Deixem suas opiniões nos coments e votem e indiquem.
Beijinhos da Izzy :*
P.S: Desculpem se o cap ficou chato.
#31DiasDePublicação #21Dia

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