13 - Revendo velhos amigos.

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Não acredito que me deixei convencer a vir aqui. Penso enquanto viro outra dose de Tequíla e observo Fernanda dançando com o irmão. Se vocês estão se perguntando onde é aqui, vou lhes dizer. Bar do Joe's. Eu sei, muito original. Mas cada um escolhe colocar o nome do seu estabelecimento do jeito que quiser. E o Joe é legal. E agora vocês se perguntam: Mas você é menor de idade! Isso é muito certo. Mas como eu disse: o Joe é legal. Nos fingimos que nossa identidade falsa é verdadeira, e ele finge que acredita. Sim, ele sabe que não é. Contanto que a pessoa a beber não seja o motorista da noite e não exagere, ele continua fingindo que acredita. Mas continuando de onde paramos, Fernanda e Lia sendo como são, acabaram me convencendo a vir para esse lugar. E acreditem, minha mãe ajudou, é claro que diferente das meninas e sendo minha enfermeira particular, ela me avisou que não quer ver filha bêbada chegando em casa, por maior que o luto seja. Okay, estou tentando evitar ficar bêbada, mas é meio difícil, sabe? Ainda não cheguei até lá, mas penso que pode não demorar.
- Porquê algumas pessoas tem que ser tão idiotas? - Lia pergunta ao meu lado.
- Talvez porque já nasceram assim! - Exclamo um pouco alta. Lia revira os olhos.
- Você nem sabe de quem estou falando! - Ela acusa.
- Como você sabe? - Pergunto.
- Como eu sei? Ora, você passou uma hora inteirinha dedicando olhares ao seu copo de bebida e evitando olhar para um certo caçador gostoso que está com sua namorada. - Explica Lia.
- Não estou evitando nada! E esse copo é tão mais bonito que qualquer um aqui. - Digo fingindo estar bêbada.
- Ah meu Deus, já começou! - Exclama ela de olhos arregalados.
- O quê?! - Pergunto alarmada olhando para todos os lados.
- Seu momento não sóbria. - Lia explica.
- Ah, pelo amor de Deus! Achei que estivesse falando de coisa séria. - Suspiro.
- E é sério. Não quero uma companhia bêbada. - Diz ela fazendo beicinho.
- Que amiga delicada eu tenho! Obrigada. - Reviro os olhos.
- De nada! - Lia diz piscando um olho. Olho pra ela emburrada e ela começa a rir. - Ah, pelo amor, não faz essa cara, tava brincando. Pode ficar bêbada o quanto quiser, só não indico. Sabe, a coisa do fogo e tal.
- Nem me lembre! As vezes gostaria de poder ficar beeeem bêbada.
- Porquê você iria querer ficar beeeem bêbada?
- Para esquecer, pra quê mais alguém fica bêbado?
- Comemorar?
- Gosto de lembrar o que comemoro, de que vale a pena beber pra comemorar se no outro dia não vou lembrar a felicidade que senti?
- Você até que faz sentido para uma quase bêbada. - Lia diz sorrindo.
- Engraçadinha. - Murmuro.
- Então, voltando ao começo da conversa... Não quer saber de quem eu estou falando? - Ela diz piscando os olhos inocentemente.
- Não. - Digo.
- Qual é, Izzy, não está nem um pouquinho interessada?
- Você vai me dizer de um jeito ou do outro, estou certa?
- Certissíma!
- Okay, vá em frente. - Surpiro. Ela me olha com expectativa. Droga, tenho mesmo que fazer isso? - Tudo bem, de quem você está falando? - Pergunto derrotada.
- De um certo caçador gostoso é claro!
- Qual deles? São tantos! - Pergunto me abanando dramaticamente. Lia ri.
- Ethan. Porquê idiotas tem que ser tão gostosos?
- Porquê será mesmo?
- Um dia eu descubro. Enfiiiim! Ele está lá, agarrado à namorada feito chiclete, e fica te encarando intensamente.
- Porquê será hein? Será que não é porque ele está louco para me ver debaixo de sete palmos?
- Não acho que seja esse o motivo. Uma pessoa que te quer morta não te olha desse jeito.
- Que jeito?
- Porquê não dá uma olhada?
- Não, obrigada.
- Ele vai te achar covarde, ele já sabe que eu o flagrei te encarando, com certeza sabe que te contei.
- Não ligo para o que ele pensa.
- Sei...
- Porquê vocês pegam tanto no meu pé?
- Porquê nos importamos com você.
- E o que o caçador tem a ver com isso?
- Não sei, ainda. Mas vou descobrir. Agora olha.
Reviro os olhos e respiro fundo. Viro outra dose e me viro, ficando assim de frente para todo o bar. Foi fácil localizar Ethan. Desde que cheguei senti o olhar dele queimando minhas costas. E é claro que ele acaba me olhando ao mesmo tempo que eu o olho. Realmente, ele me encara intensamente, mas não do jeito que a Lia insinua, é claro que não. Não esperaria nada menos de um assassino que mata pessoas inocentes. Olho para ele e lanço-lhe um olhar mortal. Ele não deu o sorrisinho debochado que eu imaginei que ele iria dar, ele apenas ficou lá, me encarando. Qual é o problema dele?! Suspiro novamente.
- Hoje você está cheia de suspiros. - Comenta Lia. Continuo olhando para Ethan, mas logo percebo outra pessoa nos encarando. André. E diferente de Ethan, ele sim está nos olhando mortalmente. Quando percebe meu olhar me dá o sorriso debochado que eu esperava de Ethan e olha para a Lia de cima a baixo. - Não gosto dele. - Lia comenta.
- E nem deve. Fica longe dele, tá bom? - Aviso.
- Não pretendo nada menos que ficar bem longe. - Fala ela esfregando os braços. É, também sinto arrepios quando se trata desse sujeito. Penso. Léo ao perceber a cara de preocupada da Lia se aproxima de nós.
- Algum problema? - Pergunta preocupado.
- O de sempre maninho, Caçadores por todo lugar, isso me dá nos nervos. - Explica Lia.
- Quer ir pra casa? - Ele pergunta.
- Não, de jeito nenhum! Foi um sacrifício tirar a Izzy de casa, não vou embora por bobagem. - Ela diz.
- Tem certeza? - Léo insiste.
- Absoluta. De qualquer maneira, somos muitos, pra quê temer eles se somos muito melhores? - Lia diz dando um sorrisinho irônico. Léo relaxa ao ver que a irmã tá bem.
- Contanto que todos fiquem juntos. - Digo. Léo me lança um olhar interrogativo. - Não confio neles, nem um pouco, então é melhor todo mundo ficar junto só para garantir. - Explico.
- Isabelly está certa. - Ele concorda, o que me surpreende. Momentos assim são raros. - Que foi? Só falei a verdade. - Ele da de ombros. Lia me cutuca.
- Izzy. - Chama ela sem me olhar.
- O que foi? - Pergunto.
- Aqueles ali não são seus amigos? - Pergunta ela. Tento olhar para onde ela olha mais não vejo ninguém. O bar hoje está lotado, Joe chamou um DJ e agora todos estão dançando amontoados.
- Quem? - Pergunto.
- Aqueles das fotos que você tem no quarto. - Diz ela.
- Não vejo ninguém. - Falo.
- Ali ô. - Ela me puxa pra perto dela e aponta. Olho e o que vejo me faz começar a desmoronar. Eles me vêem e sorriem. Thomas e Tamara. Não perco tempo, levanto e corro até eles, Thomas abre os braços e eu me jogo em cima dele. E é aí que eu desmorono de vez.
- Oi princesa, senti saudades. - Diz ele me levantando. Grudo o rosto em seu pescoço e as lágrimas começam a descer. Não aguentei, eles me lembram tanto o James.
- Ei, tudo bem? - Ouço Tamara perguntar, mas não levanto o rosto.
- Me tira daqui. - Sussurro pra ele. Ele olha para algum lugar.
- Por aqui. - Ouço Lia dizer. Ele começa a andar ainda me segurando longe do chão, acho que a segue. Logo me vejo no quarto que serve de armazem para o Joe. - Vou deixar vocês a sós. - Lia fala e saí.
- Ei, vai ficar tudo bem. - Tamara diz e me abraça também. E ficamos assim por um longo tempo, eu no meio deles dois sendo abraçada e chorando tudo que ainda faltava chorar. Quando já não tenho mais lágrimas finalmente os soltos.
- O que vocês fazem aqui? - Pergunto enxugando as lágrimas, Thomas me puxa para perto novamente e termina de enxugar meu rosto por mim.
- Viemos te ver. - Ele explica.
- Você acha mesmo que iamos deixar você passar por tudo sozinha? Nem pensar! Só nos desculpe pelo atraso, queriamos deixar tudo resolvido para não surgir nenhum imprevisto, assim poderemos ficar com você o tempo que você precisar. - Tamara explica.
- Vocês são os melhores. - Digo tentando sorrir.
- Somos mesmo. Espero que não se incomode em ficarmos na sua casa, sua mãe nos convidou e foi impossível dizer não. - Ela diz.
- Mas é claro que falamos que só vamos ficar se você aceitar. - Thomas completa.
- É claro que não me incomodo, mas vocês falaram com minha mãe? - Pergunto.
- Como acha que a gente te encontrou? Ela nos disse onde você estava e corremos pra te ver. - Tamara me abraça novamente.
- Senti tanto a falta de vocês. - Digo.
- E nós de você. - Thomas fala me abrançando também e beijando minha testa.
- E ficamos muito decepcionados ao saber que você anda chorando pelos cantos e deprimida. James nos pediu para cuidar de você e não deixar isso acontecer, e aqui estamos nós. Sentimos falta dele, demais, mas temos que honrar seu pedido, é disso que vivemos, de honra. - Tamara fala.
- Ele pediu isso? - Pergunto.
- Pediu, pra Tamara e pra mim nas cartas que ele deixou pra nós. - Thomas explica.
- Agora senta aqui e nos conta tudo que anda acontecendo. - Diz Tamara sentando-se no chão e me puxando. Thomas faz o mesmo. Faço um resumo para eles dos últimos dias e eles fazem o mesmo, me contanto todos os detalhes. Conversamos tanto que nem vejo o tempo passar, a única coisa que nos impede de continuar é uma batida na porta. Tamara se levanta para ver quem é.
- Izzy, tem um bonitão aqui querendo te ver. - Diz ela minutos depois. Levanto e vou para a porta e vejo Léo. Ele parece aflito.
- Algum problema? - Pergunto.
- Sabe algo da Lia? - Ele pergunta e tenho um mal pressentimento.
- Não, o que aconteceu? - Pergunto preocupada.
- Ela sumiu. Procurei ela por todos os lugares, perguntei à todas as pessoas e liguei, não a encontrei e ela não atende. - Ele diz aflito. Me sinto ficar sem chão.

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Beijos e chocolates da Izzy pra vcs :*

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