Conjuradores

32 - Um pedido.

- O que é que tá rolando entre você e Leonardo? - Thomas chega perguntando quando já estamos em casa. Tamara sobe a escada de fininho achando que eu não percebo. Dou um suspiro cansado.
- Não está acontecendo nada. Porquê? - Pergunto.
- Vocês parecem muito intimos últimamente. - Comenta ele.
- Qual é o problema de ser intimo de alguém? Léo é uma ótima pessoa. Confesso que a gente vivia se matando no inicio, mas era porque nos julgamos sem nos conhecer. - Indico.
- Então já rolou algo entre vocês? - Insiste ele.
- Não. Porquê tantas perguntas?
- Essa é a última, juro. -Promete ele. - Pode rolar algo entre vocês?
- Não sei. - Respondo sinceramente.
- Não sei? Como assim não sabe? - Insiste Thomas. Suspiro resignada e me jogo no sofá.
- Simplismente não sei. Não posso dizer que não ou sim quando estou tão confusa. Léo é maravilhoso. É claro que ele está investindo em mim. Isso está na cara pra todos. Mas não sei que decisão tomar, por isso resolvi deixar as coisas rolarem. Se tiver que ser, será. - Explico.
- Você tem que tomar cuidado, Izzy. Você tem que lembrar que foi assim que tudo começou com Jonathan. Com ele investindo. - Avisa ele se sentando ao meu lado.
- Dessa vez é um pouquinho mais diferente.
- Diferente como? - Thomas pergunta.
- Dessa vez eu não sou indiferente. Eu me importo com Léo. Me sinto bem com ele. - Digo vagamente.
- Você tem certeza disso? Não sei se ele é o homem certo pra você. - Comenta ele.
- É mais certo que Ethan ou Jonathan, pelo menos. - Thomas me olha surpreso. - O que foi? Todo mundo já sacou que rolou algo entre mim e Ethan. Não tenho mais motivos para negar.
- Léo sabe? - Quer saber Thomas.
- Ele foi um dos primeiros a sacar ao que parece. - Confirmo.
- E o que ele acha disso?
- Ele não se importa. Ele disse que não vai deixar o caçador ganhar. - Concluo.
- Não sei não. Ainda acho que ele não é o homem certo pra você. - Avisa Thomas.
- Ninguém é o homem certo pra mim de acordo com você. - Comento.
- Exatamente. Ninguém é. - Admite ele me olhando intensamente. Isso está ficando estranho.
- Afinal, pra quê tanta implicância? - Pergunto.
- Você nunca percebe, Izzy. Todos percebem, menos você. - Ele nega com a cabeça e em seguida se levanta e sobe as escadas.

***
No final da aula de reforço no outro dia Ethan me puxa para conversar quando estou de saida.
- Posso falar com você? - Pergunta ele.
- Não acho que seja uma boa idéia. - Aviso.
- Porfavor? - Insiste ele. Suspiro indignada e aceno com a cabeça. Ele suspira de alivio e vai em direção a porta.
- Não feche. Melhor deixar aberta só pra garantir. - Aviso. Ele me olha aborrecido. - Não me olhe assim! A idéia de evitar certas situações foi sua.
- Tudo bem. Você venceu. - Concorda ele derrotado.
- Então, sobre o que você quer conversar? - Pergunto.
- Queria saber como você está com tudo isso. - Responde ele.
- Estou levando. Tenho muita gente para me ajudar a passar por isso. - Admito.
- Gente demais. - Reclama ele.
- Do que você está reclamando? - Pergunto.
- Não, nada. Prometi que não ia mais tocar nesse assunto.
- Que assunto? - Insisto.
- Você e Leonardo. - Admite ele. Tento me segurar para não perguntar nada, mas acabo soltando:
- O que é que tem Leonardo e eu?
- Vocês estão juntos? - Solta ele.
- Porquê a pergunta?
- Vocês parecem bem intimos. Ele pega na sua mão, vocês se abraçam a todo momento. Ele vive na sua casa... - Começa ele.
- Ah, não. Você também não! Inacreditável! - Corto-o.
- Eu também não o quê?
- Quer saber? Esquece. Não é da sua conta o que eu deixo ou não deixo de fazer com Léo. - Aviso.
- Eu não gosto. - Ele admite.
- Tô pouco me lixando para o que você pensa! Você prometeu que não ia mais tocar nesse assunto. Você tem que cumprir sua promessa. - Aviso.
- Eu não consigo. Não consigo não me importar com você. Não consigo não sentir ciúmes ao ver vocês dois juntos. E olha que eu nem os vi se beijando ainda. Imagine quando isso acontecer... - Solta ele.
- Dane-se! Não ligo para o que você sente ou acha que sente. Não lhe devo satisfações. Você é obrigado a aguentar do mesmo jeito que eu aguento todas as vezes. Você me deve isso! - Exclamo. Tristeza toma conta de suas feições.
- Porquê tem que ser ele? - Pergunta Ethan. - Você poderia ter qualquer outro. Porquê ele?
- Porque ele é totalmente o oposto do que você é. E você está enganado. Eu não posso ter quem eu quiser. - Concluo.
- Pode sim. Claro que pode. Quem é que não vai querer você? - Pergunta ele horrorisado.
- Você, Ethan. Você. - Respondo.
- Você está enganada. Eu quero, mas não posso. - Explica ele.
- Não. Você pode, mas não quer o suficiente. - Discordo. - Tudo bem, Ethan. Eu entendo, ou pelo menos tento. Ao contrário de você que nem sequer tenta.
- Você não sabe como as coisas funcionam. - Discorda ele.
- Ah, eu sei sim. Muito bem. Mas não temos porquê continuarmos com essa conversa que não vai nos levar a nada. Prefiro perder meu tempo com quem realmente merece. E você, Ethan, não merece. - Termino. Pego minhas coisas e quando estou saindo pela porta esbarro em Léo.
- Me desculpe! - Pede ele.
- Tudo bem. Não foi culpa sua. Eu é que não olhei por onde andava. - Digo.
- Resolvi vir buscar você. Espero que não se incomode. - Diz ele com olhar de desculpas.
- Não. Não me incomodo. Vamos?
- Claro. Vamos lá. - Ele acena com a cabeça para Ethan e nós saimos.
- Queria te fazer um pedido. - Começa Léo.
- Pode fazer. Se eu puder ajudar. - Concordo.
- Sai comigo? - Pergunta ele. Eu imaginei que a qualquer momento ele poderia perguntar isso, mas confesso que fiquei bastante surpresa ainda sim. - Não quero exigir nada de você. Estou te chamando para sair meio que como amigos. É claro que se rolar algo eu não vou achar ruim.
- Como você é cínico! - Brinco.
- É sério. Gostaria de levá-la para sair comigo porquê te acho maravilhosa e queria muito ter uma chance com você. Como sei que você ainda não está preparada para isso, achei que um passeio sem compromisso poderia ser melhor. Nós podemos deixar as coisas rolarem facilmente se assim facilitar para você. - Conclui ele.
- Você é maravilhoso. - Digo dando um beijo em sua bochecha.
- Isso é um sim? - Pergunta ele.
- Com certeza. - Afirmo.
- Você é demais! - Exclama ele me erguendo e me girando no corredor da escola.
- E você é louco! - Exclamo rindo. - Okay, já comemorou. Agora me coloca no chão.
- Eu me empolguei. Desculpe-me. - Admite ele envergonhado.
- Tudo bem. Todo mundo tem direito a uma comemoração. - Concordo.
- Você é a melhor. - Diz ele.
- Eu sei. - Falo convencida.
- E impossivel também. - Comenta ele rindo.
- Isso também. - Concordo. Ele ri e pega minha mão.
- Posso ou é demais? - Pergunta. Penso por um momento.
- Pode. - Afirmo. Ele me lança um sorriso que ilumina todo o meu ser.

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Beijinhos da Izzy :*
#31DiasDePublicação #18Dia