MIRROR OF LIFE

MOL | 001

"Oh, tell me, tell me, tell me how to turn your love on
You can't get, get anything that you want
Baby just shout it out, shout it out
Baby just shout it out, yeah"- Kiss you

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Phoebe Moon

¦ Piw-Piw-Piw-Piw ¦

Era um som enervante que vinha de perto, abri os olhos levemente, olhei em volta e certas recordações surgiram do porquê de estar ali. O meu pai, mas o que raio aconteceu afinal? Morreu? E se morreu porque não me contam logo? Têm pena de mim? Pois, até eu já tenho pena de mim.

Tiro um adesivo que estava preso na minha pele e levanto-me, olho para a minha roupa, estava com uma bata enorme e azul, aliso-a e saiu daquela sala. Passo pelo corredor e procuro um médico o mais rápido possível.

- O meu pai? O Jonathan?- agarro nos seus braços e grito desesperada, ele olha para mim com pena, não acredito.

- Tem mais familiares?- o médico pergunta e eu mecho a cabeça negativamente, ele suspira e manda-me segui-lo para um lugar mais calmo, onde me possa contar as más notícias. E ignorei e exigi que me contasse o que realmente aconteceu.

- O fígado dele já estava muito consumido pelo alcool, e acho que ontem foi o final. O que acabou de acontecer...- interrompi-o, não lhe perguntei isso, eu perguntei pelo meu pai, mas porquê que esta gente só responde a perguntas enixistentes?

- Não ivente histórias e diga onde está o meu pai? Ele morreu?- ele engole em seco e olha-me, para de olhar para mim! Conta-me agora seu inutil, eu tenho o direito de saber!

- Ele morreu.- por fim falou, minha vontade era de matá-lo também, e agora? Isto tinha mesmo de acontecer? Pergunto-me o que fiz a deus para minha vida ser assim tão má.

Levanto as mãos até a minha cabeça e choro. Agora perdi a minha família toda, até quando eu vou aguentar?

Saiu a correr e vou para a casa de banho, ligo a torneira e passo água pela minha cara. Olho-me no espelho e vejo os pingos das minhas lágrimas se misturarem com a água, agarro no meu telemóvel.

- Phoebe?- ouvi a voz do meu irmão no outro lado da linha, mais lágrimas se soltam e raiva também cresce, talvez se ele estivesse aqui não estaria nesta situação agora.

- Ele morreu...- sussurrei, nem sei se ele percebeu, não queria dizer aquilo muito alto, não queria ouvir.

- Phoebe? Estás bem?- ele perguntou um pouco preocupado, pergunto-me se ele era feliz assim, longe da sua família? Que agora já nem existe.

- Ele morreu Marcus, o pai morreu!- agora grito, ele estava dando-me nervos, fazendo perguntas parvas, nunca quis saber de mim e agora vem-me com estas perguntas? Poupa-me!

- Não faças nada, vou partir hoje mesmo para aí.- ele fez uma pausa para respirar.- Phoebe, toma cuidado.- ele terminou e eu desliguei mesmo sem acabar, guardei o telemóvel e saí da casa de banho.

E agora? Para onde vou? Não tenho para onde ir, posso ir para a minha casa mas até quando eu vou conseguir ficar, a água vai acabar, a luz também, e a renda é a pior, não tenho dinheiro. Não sei o que fazer. Aos poucos, os meus passos vão ficando mais lentos e dificeis de controlar, parecia que a minha dor estava consumindo tudo por dentro, até a minha respiração está descontrolada, talvez seja melhor ir para a sala onde estava, também não tenho por onde ir mais.