MIRROR OF LIFE

MOL | 003

"But if you like causing trouble up in hotel rooms
And if you like having secret little rendezvous
If you like to do the things you know that we shouldn't do
Then baby, I'm perfect
Baby, I'm perfect for you."- Perfect

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Phoebe Moon

- Hey, acorda soneca!- sinto um empurrão de leve e levanto-me limpando o pouco de sono que havia nos meus olhos, este pedaço dormindo fez-me bem. Olho para cima e vejo meu irmão, o seu ar é horrível e os seus olhos estão demasiado vermelhos. Sento-me enquanto os meus olhos habituam-se à luz que sai da janela.

- Eu estava dormindo bem...- resmungo e volto a fechar os olhos mas o Marcus levanta-se tendo a brilhante ideia de bater palmas para acordar-me.

- Sim, mas tens de te arranjar para o funeral, trouxe umas roupas.- ele joga um saco de plástico, deve estar cheio de roupas novas e eu avisei-o que não queria nada disso.

- Não era preciso, eu tenho as minhas.- afasto o saco.

- Por isso mesmo. . .- ele agarra no saco e tira algumas roupas de lá.- Fui à casa e trouxe umas roupas tuas.- ele foi a casa? Por isso é que seus olhos estão ainda vermelhos, ele esteve chorando, e parece que não foi pouco. Admito que não deve ser nada fácil para ele.

- Foste a casa?- pergunto espantada.

- Sim, ainda continua linda.- ele desperta um sorriso orgulhoso.- Obrigada por cuidares de tudo, apesar de ainda seres uma adolescente tens mais maturidade do que eu ou qualquer uma pessoa.- ele abraça-me e não conseguimos conter as lágrimas, num momento senti a minha camisola ficar húmida pelas suas lágrimas, mas agora sou eu quem está fazendo isso.

- Eu tinha de ser forte, pela mãe.- falo enquanto acariciu as suas costas largas, ele beija o cimo da minha testa, limpa as lágrimas e sai, deixando-me sozinha para vestir-me.

Usei qualquer coisa, uma camisola totalmente preta escrito "Love yourself" no lado esquerdo bem pequeno, um casaco de de cabedal preto, umas jeans pretas e umas botas de cano pretas. Não é o melhor, mas não tinha pachorra para ficar horas escolhendo roupa.

...

- Quem quiser ver o nosso irmão Jonathan que venha agora antes de ser enterrado.- o padre fala e os irmãos, a mãe, o pai, alguns primos, sobrinhos, cunhadas aproximaram-se do corpo do meu pai e ficaram preplexos com o seu estado. Eu também aproximo-me com o meu irmão me abraçando de lado e olho para o corpo morto do meu pai.

Ele está pálido, sua boca está roxa e seus olhos também, sua pele está franzida, ou seja, está irreconhecível, o meu irmão apertou-me mais contra si e chorou. Eu simplesmente não consegui chorar, os meus olhos ficaram um pouco atacados de lágrimas mas nenhuma saiu.

O pai foi enterrado e eu jogo o meu ramo de flores, era como se o meu se escondesse ao lado dos outros, rezo e volto para o lado do meu irmão, não gosto de ninguém que está aqui, todos olham-me como se o meu pai bebesse somente por minha culpa, eu também concordo mas eu ainda era uma criancinha e ninguém se importava comigo, só o meu irmão.

Alguns deram os seus pesamos, mas eu ignorei completamente, o meu irmão é que agradecia. A terra foi jogada para o caixão e eu e o Marcus ficamos olhando, entretanto todos foram saindo mas eu não podia sair sem faz antes uma coisa.