MOL | 027

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Phoebe Moon

- Dá-me isso.- a Shannon tenta tirar-me o casaco mas dou-lhe um estalo, eles que não queiram testar mais a minha paciência.

- Anda, vamos.- o Michael agarra na mão da Shannon e tenta sair mas eu agarro nos seus cabelos, eles que não pensem que vão a algum lugar sem antes me explicar o que está acontecendo.

- Vocês estão loucos?- grito e ela empurra-me, o Michael quer matar-me neste momento mas ele não se atreve a fazer isso, quem tem vontade de matar alguém aqui sou eu.

- Olha a polícia.- o Michael grita e oiço os seus passos a correr quando olho para trás e vejo três polícias com uma arma apontada para mim, estou com o casaco na mão que cai logo que eles chegam perto de mim. Olho em volta e vejo-me sozinha nesta situação, eles fugiram e deixaram-me aqui sozinha. Não aguento e as lágrimas começam a cair sobre o meu rosto. Um dos polícias vem até mim e agarra nos meus braços mas eu impeço-o.

- O que está fazendo?- pergunto afastando as minhas mãos das algemas que ele estava a tentar colocar. Eles não viram os outros dois ali? Os verdadeiros ladrões?

- Cala-te, qual foi o juízo de roubares isto?- um deles agarra no casaco e joga para a minha cara, é impressionante a maneira como eles me estão a humilhar.

- Não fui eu, porra!- grito mas está cada vez pior, ele encosta-me a parede e algema-me, nem os meus gemidos de dores se eles tiveram pena. Mas odeio quando têm pena.

Eles arrastam-me pela estrada até dentro do centro comercial outra vez, agora percebo o quanto eu estou frita, não sei como lidar com esta merda, nem sei o que raio vim fazer aqui. Nem o Calum se teve decência de chegar mais cedo. Meu deus... Só quero bater-me com imensa força por não ter ficado a dormir. Quando passo pela casa de banho vejo o Calum virado com o telemóvel na orelha, talvez ele ainda me possa salvar.

- Calum.- grito e ignoro os olhares com pena para mim, sei que esta merda está cheia e que a minha consciência está limpa como o quarto do Harry.

Ele não ouve o primeiro grito mas esforço-me para gritar mais alto, os polícias estão a ser demasiado sacanas comigo sem ter provas de que fui eu que roubei, sei que estava no local do crime e na mesma hora do crime escondida com a prova, mas isso não quer dizer nada. Cristo... Quer dizer tudo, como é que vou sair desta?

Ele olha para mim aterrorizado mas vem a correr para mim o mais rápido possível. Eu queria soltar-me deste polícia chinfrudo mas não consigo, apenas fico empurrando-o pelos lados.

- O que aconteceu?- o Calum pergunta e olha para tudo o que está ao meu lado, os polícias, as algemas e o casaco de cabedal que aqueles caralhos roubaram.

- Foi o Michael, eles roubaram um casaco e fugiram. Liga ao Harry e avisa-o para vir ter aqui.- grito enquanto os polícias me afastam do Calum, onde raio eles me levam? A prisão não fica por este lado com certeza.

Pedi ao Calum que chama-se o Harry e ele assentiu, de todas as escolhas que poderia fazer o Harry parecia-me a mais apropriada, se o meu irmão sonha-se que eu estou metida nisto tenho a certeza que o resto da minha vida seria um inferno, mesmo eu estando inocente de todo, eu sei que ele vai saber. Ele tem de saber.

Aqueles polícias de meia tigela não sabem o quanto eu os estou xingando, juro que quando eu sair desta porra cada um vai levar com cinco dedos na cara. Eles levam-me para uma sala dentro de uma loja de sapatos, se o que roubaram foram um casaco qual é a lógica de me trazer para aqui? Eles são piores do que eu pensava.

Sento-me numa cadeira enquanto os polícias falam com uma mulher histérica, três polícias só para prender alguém que roubou um simples casaco, tenham vergonha na cara. Nem com tráfico de droga se eles têm tantos polícias. O Calum entra pela porta antes que o polícia tente impedí-lo.

MIRROR OF LIFEWhere stories live. Discover now