MIRROR OF LIFE

MOL | 005

"Maybe it's the way she walked
Straight into my heart and stole it
Through the doors and past the guards
Just like she already owned it"- Best song ever

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Phoebe Moon

Chego perto da garagem e ele está atrás do carro mexendo alguma coisa. Aproximei-me mesmo sem fazer barulho e quando cheguei ao seu lado ele assustou-se, pergunto-me o que será que ele estava fazendo para assustar-se desta maneira.

- Ah... És tu.- ele agarrou no peito e fechou a porta de trás, eu cruzo os braços para apreciar tudo nele, ele levanta uma sombracelha e passa por mim.

- Diz-me porquê que me levaste para a cama.- eu virei-me para ele e perguntei, não percebi a intenção dele quando começou a sorrir, será que dar-lhe uma chapada fazia algum mal?

- Eu ainda não te levei para a cama...- ele aproxima-se e passa a mão pelo meu ombro sempre descendo.- Mas podemos fazer isso agora.

Ele estava se aproximando, ele estava aproximando-se, ele... Ele quer beijar-me? Meu coração está como um motor e meus olhos vão se derreter, quando ele já estava a milésimas de distância eu vou por baixo e solto-me dos seus braços, ele vira-se mordendo o lábio inferior, mas ele queria mesmo beijar-me?

- Porquê que me levaste para o quarto?- insisti, queria pelo menos entender o que este otário tinha em sua defesa.

- Eu não te levei para o quarto.- ele é sempre assim tão teimoso? Se não foi ele quem foi? Agora anda sozinha, vamos ver.

- Levaste sim, diz-me porquê.- aumentei o tom de voz e ele cerrou os olhos em mim, uns olhos que à pouco procuravam a minha alma, uns olhos que eu queria guardar dentro da carteira de tão lindos e verdes serem.

- Porra! Eu não levei.- ele grita e entra no carro deixando-me sozinha, mas porquê que ele não admite e ponto, as coisas são sempre tão dificeis para os outros, se fosse eu dizia logo mas ele não é eu, é muito mais cobarde. Unh! Quem me dera ter-lhe acertado o soco de ontem.

Saí e consegui ver o seu carro em alta velocidade pela estrada, ele só pode estar de TPM, não, ainda pior. Ele tem algo do tipo assim "Eu estou sempre de TPM", ou "Eu adoro a TPM" ou "Saiam da frente que o mestre da TPM está a passar". Ele consegue irritar-me tanto ao ponto de me fazer pensar estas coisas estúpidas que me libertaram um sorriso.

Só agora percebi a minha figura no meio da rua, quando uma mulher mais idosa olhou-me de boca aberta, o dia está horrivelmente gelado e eu estou com um casaco, uma camisola de pijama e short's, eu não consigo dormir de outra maneira. Eu não sei, mas as minhas pernas transpiram muito e eu uso short para conseguir dormir melhor. Felizmente esta foi a noite de poucas em que consegui dormir bem, tirando a parte do sofá.

Vou ao correio, se caso a Gemma perguntar a demora eu sempre arranjo a desculpa de que o carteiro demorou ou algo do gênero. Entro em casa e deixo as cartas em cima de uma mesa, vou até à cozinha e a Gemma já não está, deve ter ido trabalhar, e eu sou a única que não faz nada nesta casa, vou tentar ocupar o meu tempo conhecendo os arredores desta casa.

Vou tomar o meu banho e visto uma roupa simples e menos quente, odeio aquelas roupas que só me fazem sentir calor, prefiro algo mais leve. Quando saiu do meu quarto já pronta, olho para uma porta em frente, é o quarto do Harry, talvez vocês não saibam mas eu sou uma pessoa vingativa e esta é a melhor oportunidade para vingar-me.

Entro no quarto dele sem disfarçar, não está ninguém em casa agora por isso nem vale a pena me armar em ninja agora. Entro e fico deslumbrada novamente, este sim devia ser o meu quarto, mobília preta, livros interessantes, paredes brancas, cama confurtável. É ridículo pensar que o meu irmão fez aquele quarto, que agora é meu, com as lembranças que tinha de mim criança, decerteza que se arrependeu de fazer com que a cor principal fosse amarela sendo que agora eu amo é o preto. Não imaginava que aquela conversa no hotel da minha cor preferida ia ser tão significativa para a decoração do meu novo quarto.

Mas pensando bem, o que vou fazer para me vingar do Harry, eu sei que ele me levou para a cama, e eu nem percebi, mas ele tem de perceber que ninguém se mete com a Phoebe Moon. Entro mais no seu quarto e encontro um mini armário debaixo da sua secretária. Abro e vejo que ele tem uma dispensa de comer no seu quarto, lembro-me dos avisos dele "...e não comas o meu comer, tens de perceber que esta casa é minha e não quero ninguém me chatiando.", esse aviso não vai valer agora. Meu deus, ele está cheio de M&M's, Snickers, Twix, Doritos, Cocas e milkas. Eu estou no paraíso? Agarro em tudo e coloco num saco. Ainda não sei como é que ele come isto tudo e não fica gordo, assim era melhor, se ele fosse gordo não ficava a imaginar coisas tontas com ele.

Levo o saco até ao meu quarto e guardo debaixo da cama, tenho a certeza que isso o vai afetar imenso, acho que vou gastar o resto da tarde comendo todas aquelas procarias. Agarro no meu telemóvel e vou até o jardim, que era simplesmente lindo, grama verde e fresca, algumas espreguiçadeiras, e luzes ainda apagadas devido a luz do dia, um lago e árvores, está tudo muito bem cuidado, sempre gostei de flores como de animais, não posso ver um humano maltratar um deles.

Sento-me numa cadeira e respiro fundo, as coisas estão bem agora, mas será sempre assim? As coisas nunca estão bem, não sei como estou conseguindo sobreviver dois dias sem confusão. Preferia que algo acontecesse, isto é meio sinistro, sem nada de horrivel para me preocupar.

Adolescentes passam pela frente da casa, talvez a escola já tenha acabado e os meus momentos de paz vão acabar só para ouvir aquela voz áspera, eu nem dei pelas horas passarem e já é tarde, mas acho que ainda não é hora de saída da escola, pelo menos em Chicago só saíasse para lá das seis quase todos os dias.

Mas Chicago é a última coisa que me quero lembrar, agora que parece que meus pensamentos e opiniões se estão clareando não quero voltar à época negra, em que tudo o que eu fazia era negativo para todos. Não isso agora acabou, vou tentar ser a melhor pessoa agora, uma social e simpática, nem sei o quanto isso vai custar-me.

Decido entrar dentro de casa e fazer algo mais de útil, mas está tudo tão arrumado, o maximo que posso fazer é desarrumar.

- Boa tarde, como foi o teu dia.- a voz do meu irmão é lançado da sala até onde estou, na cozinha. Vou até ao seu encontro e encontro um homem cansado e transpirado. Riu da sua figura.

- Foi melhor que o teu, sem dúvida.- talvez agora perceba, ele trabalha e muito para manter tudo estável e eu sou sempre a mesma injusta de sempre por o culpar da morte do meu pai quando eu sou a razão da morte da minha mãe.

- Pois sim, o dia inteiro em casa.- ele beija a minha testa e sobe. Sabem, já não sinto aquele irmão distante que ele era antes de sair de Chicago, ele agora está muito mais carinhoso e meigo.

Sento-me no sofá e a porta é aberta, olho para trás e vejo a minha nova cunhada entrar pela porta, ela sorriu quando entrou e eu fiz o mesmo, mas desta vez foi sincero, não aqueles sorrisos falsos de costume.

- Phoebe, eu trouxe uma surpresa.- a Gemma aproxima-se com um saco, odeio surpresas. A última surpresa que me ofereceram foi a morte do meu pai, essa foi uma surpresa e das más.

- Não era preciso.- sorri sem graça agarrando o saco que ela me deu, olhei para ela que fez sinal para eu abrir. Quando abro saco encontro uma caixa com um Tablet? Para quê que quero isto, já tenho o meu telemóvel e já é suficiente.

- Eu comprei isso com a intenção de poderes falar com os teus amigos de Chicago, não deve ser nada fácil abandonar os amigos, acho que isso podia ajudar.- ela fala sorridente, mas o meu sorriso caiu, Gemma! Porquê que não te metes na tua vida? Que porra de amigos? Eu não preciso deles!! Sem ela acabar de falar eu me levanto e jogo o saco com a caixa no chão. Se tudo for sempre assim eu não irei aguentar, juro que estou fazendo de tudo para poder me juntar a esta família, mas eles não me conhecem! Subo as escadas e o meu irmão já descia com um melhor aspeto, ele para no caminho para me olhar mas eu vou sempre é tranco-me no quarto.

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