Qual é o seu valor?

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Encarei meu rosto no espelho de teto daquele motel várias vezes. Não só hoje, como em outros dias... não era a primeira vez que eu vinha aqui. Reparava também nas bundas dos caras. As piores eram as que tinham pelo, horrível, sério! Não queiram ver isso nunca...

Eu já não aguentava mais, o cara era bonito, rico e pá. Mas meu? Pau pequeno? Poxa... isso me fez pensar. Se você fosse um homem. O que escolheria: ser milionário com o pau pequeno ou só pobre e bonito com o pau grande? Eis a questão. Por ser rico, hoje, principalmente no Brasil... era algo bem difícil!

— Já deu, já deu!

— Que? — o cara me encarava pingando de suor e com a respiração ofegante.

— É, meu! Meu tempo já acabou. — o empurrei para sair de baixo dele.

— Mas eu nem gozei... — ele lamentou.

— Isso não é problema meu. Cadê minha grana? — ele ainda me encarava sem entender — vai mano, cadê meu dinheiro?

— Calma... você não acha que podemos curtir mais um pouco?

Ele se levantou com o pinto roçando em mim e achei aquilo bem engraçado.

— Não, Pedro. Pedro teu nome, né? — parei ele com a mão no seu peito — eu curti o lance, mas já são 6 da manhã e se eu não voltar logo, meu patrão me mata! — me afastei e comecei a me vestir.

— Eu converso com ele, pô! — ele veio mais uma vez e eu já estava perdendo a paciência.

— Mano, você não tá ouvindo? Meu tempo acabou, caralho! — gritei — porra! Você pagou por uma noite! Não por um dia, agora deixa eu vazar?

Ele me olhou incrédulo com o meu escândalo e eu ainda colocava aqueles saltos de puta.

— Você vai pagar por me dar um fora. Você vai! Sua desgraçada!

Ele avançou em mim e senti um puxão na minha nuca. Filho da puta. Lutando contra ele, dando socos no vento consegui correr e buscar minha parceira de todas as noites na minha bolsa.

— Vem, vem pra tu vê! Vem! Mostra que tu é homem, otário. — gritei com minha faca na mão. Eu segurava com tanta força que meus dedos estavam vermelhos — desgraçado! Quando eu contar que você tentou me bater, você tá fodido. — ameacei ele com a faca mais uma vez.

— Calma, calma! Pelo amor de Deus. Toma, toma!  — ele pegou a carteira em desespero — quanto eu te devo? — ele se tremia todo. Cuzão.

O meu preço pra uma noite inteira era de mil reais... mas por que não abusar um pouco?

— Mil e oitocentos! — disse firme ainda segurando minha faca.

Ele separou toda a minha grana e colocou na cama com cuidado e se afastou com as mãos atadas. Eu estava segurando pra não rir. Peguei o dinheiro, enfiei no meio dos meus seios e o encarei mais uma vez.

— Foi bom negociar com você, anjinho! Espero ter outras noites com você e seu pau pequeno!

Lancei um beijo no ar, peguei o cartão do quarto e passei na porta para ser liberada. Fechei a porta e me encaminhei para o hall de entrada do motel, peguei um uber e saímos em direção ao uber.

Sempre acabava assim... eu era dura na queda, era bruta. Mas no início eu me fazia de boa moça, falava manso, soltava gemidos de garotas de 15 anos. Só pra parecer ser novinha para os caras que me comiam, mas depois... quando entrei pra prostituição virei sucesso, eu era carne nova, não só no pedaço como de idade. Era sempre assim, eles só queriam as mais novas, os cafetões também, eles me amavam! Eu rendia uma boa grana para eles.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now