Nothing Like Us

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Era uma droga ter que esperar por permissão pra entrar naquele apartamento idiota. Qual é? Eu tenho cara de seqüestradora? De ladrona de joias? Bom, dependendo da joia...

O porteiro velho abriu o portão e eu entrei, dentro do elevador pensei em desistir e voltar pra casa... o que ele deve estar pensando de mim? Que eu vim correr atrás dele? Que ainda o amo? Que quero transar com ele?

A porta do elevador se abriu e eu olhei cada porta do corredor e encontrei. 56, respirei fundo e toquei a campainha... demorou uns dois minutos pra abrir, era o que? Charminho? Se fazendo de difícil pra demorar de abrir uma porta? Babaca.

— Oi! -ele falou sem expressão sobre mim.
— Oi!
— Entra... -ele deu passagem.

Mas que apartamento era aquele? Um cheiro de vodka com vômito tomou minhas narinas, copos de plásticos no chão, pacotes de camisinhas, luzes de balada ainda estavam ligadas... eu quase não enxergava o sofá.

— Você veio sem avisar e nem deu tempo de arrumar a casa da festa passada. -ele simplesmente disse enquanto abria a cortina da sala.
— Bom, eu passei por aqui perto e quis ver como você está. Mas pelo o que eu vejo... na mesma.
— Pois é! Minha vida não poderia estar melhor! -ele se jogou no sofá.
— Como assim? Você... você está jogando sua carreira no lixo fazendo essas merdas!
— Não é o que os jornais dizem.

Ele estava frio, o cabelo não estava como antes, haviam tatuagens novas...

— Mas vem cá, o que você veio fazer aqui?
— Já disse. Vim ver como você estava! -meu coração gritava por socorro.
— Com certeza, não!
— Eu acho que vou embora...

Minha voz estava trêmula e eu queria chorar, Júnior não tinha o mesmo olhar que ele me dava antes, ele estava me assustando.

— Você não vai embora! Não vai, não! -ele pegou no meu braço- Até porque, nem chegamos perto de fazer o que você veio fazer.

O corpo dele se deitou em cima do meu no sofá e eu senti um grande incomodo porque, provavelmente eu estava deitada em cima de alguns copos de plásticos e garrafas.

— Mas, mas eu não vim fazer nada! -minha respiração estava tão descompensada quando meus batimentos.
— Não minta pra mim, Maya! -a respiração dele cortava no meu rosto e eu me arrepiava-

Sua mão apertou minha cintura e há muito tempo eu não sabia o que era ser tocada por ele era pra eu estar feliz e me entregar. Mas ele não era o mesmo. O beijo forçado por ele saiu, e pela primeira vez senti nojo do seu gosto, senti nojo por ele ter feito isso com outras mulheres na noite passada.

O medo me tomou como se eu estivesse no meu primeiro programa quando eu tinha dezesseis anos, enfiei minhas unhas em seus braços e o empurrei com brutalidade e ele me olhou com ódio.

— Qual é garota? O que você quer comigo? Abre o bico de uma vez porra! -ele gritou.

"Você deve pensar que sou estúpido
Você deve pensar que eu sou um tolo
Você deve pensar que sou novo nisso
Mas eu já vi isso tudo antes"

— Ju-Júnior. Calma! Eu só queria fazer as pazes contigo e ser tua amiga, só isso! Eu senti sua falta e queria ser sua amiga!
— Amiga de cu é rola pra mim! Sabe por que? Porque você pisou em mim na primeira oportunidade. Você implorou por atenção, por um relacionamento. Você disse que me amava e quando eu retribui a primeira coisa que você fez foi me dá um pé na bunda, sua desgraçada!

"Eu nunca vou te deixar perto de mim
Mesmo que você signifique tudo para mim"

Cada palavra que ele cuspia na minha cara me rasgava ao meio porque nada daquilo era verdade.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now