Convite

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— Você é um babaca! -gargalhei.
— Falou a garota saci... -ele revirou os olhos.
— Você prometeu que não iria me chamar assim mais!!! -dei tapinhas em seu peitoral.
— Pessoas vivem prometendo coisas que não irão comprimir nunca.

O olhei pasma com a frase e ele deu de ombros rindo de mim. Arthur agora fazia parte dos meus dias e posso te dizer que meus dias estão incríveis. Tirando o fato de que eu estou desempregada e não sei como pagar minhas contas... eu estou vivendo bem sim.

Aquele dia em que vi o Neymar me rendeu muita coisa! Já que eu estava demitida, não custava nada tirar umas casquinhas e xingar a minha ex-chefe de todos os xingamentos possíveis e ainda ser ameaçada de processos. Eu estava de cabeça cheia e bem puta, mais do que já sou. Porque, foram apenas algumas xícaras! Não precisava ter me mandado embora.

Hoje me vejo entre a cruz e a espada. O restinho de dinheiro que sobrou na minha conta não dava nem para as despesas do próximo mês e era isso ou nada. Eu ainda não contei qual é minha única solução? Bom, talvez porque não seja fácil pra mim. Mas eu teria que vender meu lindo carro. Sim! Eu ia ter que vender minha Audi pra poder viver nesse lugar que apelidei de "Maquete do Inferno" porque eu não sei o que fazer aqui mais e o único lado positivo de Barcelona é meu ficante, Arthur.

Ele tagarelava sobre o desenho que ele preparava para apresentar numa reunião grande de negócios e eu fingia prestar atenção porque na verdade eu só queria beijar aquela boca rosada e carnuda.

— E aqui seria coberto com vidro fumê, as portas vão ser automáticas, claro. -ele apontava no desenho perfeito que ele havia feito- e no lado de fora vou colocar fontes de água super caras porque a empresa que vai bancar tudo, tem grana! -ele gargalhou.
— Bem que você poderia me levar em algum prédio que você projetou, não é? -o abracei por trás.
— Seria um ótimo programa! -ele se virou pra mim e sorriu- mesmo vendo na sua cara que você não tá entendendo nada do que eu tô falando, você quer mostrar interesse...
— Ei! Claro que eu estou entendendo!
— Ah, é? -ele gritou surpreso- então me fala aí, tudo o que eu falei! -Arthur cruzou os braços me desafiando.
— Bom... as portas... as portas vão ser automáticas! -eu só sabia disso.
— Hm... continue! -ele arqueou as sobrancelhas.
— Eu já te disse o quanto sua boca é incrivelmente e espetacularmente sexy?
— Você não vale um centavo Maya Paes!

Nós gargalhamos e nos beijamos. Eu me sentia protegida em seus braços grandes, ele tinha mais corpo que o Júnior. E eu percebia isso sempre que eu estava deitada por de baixo dele, enquanto ele beijava loucamente meu pescoço... mas não estou muito afim de dividir minhas noites de sexo com esse homem incrível.

Arthur já sabia de bastante coisa sobre mim, menos que eu era garota de programa. Falar disso é a mesma coisa dele dizer que já foi noivo... totalmente desnecessário!

— A gente podia sair pra dançar hoje... -ele me abraçou e beijou meu pescoço.
— Sabia que lançaram séries novas na Netflix? -o olhei animada.
— Tá, já entendi seu joguinho! -Arthur revirou os olhos e se afastou de mim olhando pro teto deitado.
— Amor, eu estou tão desanimada! E eu queria ficar mais tempo contigo, tu não quer?
— Eu quero! Claro que quero...
— Então! A gente pode pedir uma pizza, comer até morrer e ver alguma série.
— Você não precisa fazer essa cara de gato de botas!

Gargalhamos com a referencia dele sobre meu rostinho lindo e fofinho que faço questão de fazer quando quero algo e ele não. Meu telefone começou a tocar e no visor estava Jotinha.

— E aí princesa!
— E aí meu bom, suave?
Carai... quem é o homem e quem é a mulher aqui?
— Tô zoando! -rimos- o que me leva a honra dessa ligação?
— Meu aniversário!
— Meu Deus, Jota! Já são quase nove horas... eu deveria ser uma das primeiras a te dar parabéns. Desculpa mas—
— Que? Tá louca garota? -ele riu- meu aniversário é no sábado que vem, tô te ligando mesmo pra te convidar pra festa!
Festa? -olhei pro Arthur que comia sua unha igual um rato nem prestando atenção na minha conversa.
Sim, festa! Se você não for, por causa daquele problema, eu vou mandar matarem você!
— Que problema garoto? Eu estou muito bem, não existe problema nenhum!
— Ah, então assim espero. Sem desculpas, duvido que você arrume um emprego até semana que vem pra estar ocupada.
— Nossa meu anjo, muito obrigada pela força, viu? Seu apoio é tudo o que eu preciso! -revirei os olhos e ele gargalhava.
— Então já esclareci tudo, agora vou ir pra uma baladinha monstra. As garotas não vão se divertir sozinhas, não é mesmo?
— Você se garante demais, menino!
— Eu sou. Beijos gatinha, até qualquer dia que eu estiver com fome e sua casa for a mais próxima pra eu bater um rango. Amo você!
— Babaca, também amo! Beijinhos!

Desliguei o telefone e o Arthur agora me encarava interessado.

— Ama quem?
— Jota? Meu melhor amigo! -dei de ombros.
— Hm! Você nunca disse que me ama.
— E nem você!

Deixei ele deitado na cama e fui buscar o número da pizzaria na geladeira.

Então quer dizer... que vou ter que olhar pra cara imunda do Neymar mais vezes? Quer dizer, isso é óbvio. Mas eu não esperava vê-lo agora. Não com o Arthur... porque vou ter que levar meu ficante/namorado junto.

Queria tanto ter a chance de desistir de ir, de dar uma desculpa... mas o Jota me conhece muito bem. E nem que eu fique doente, internada, ele vai levar a festa pro quarto do hospital.

— Então quer dizer que vai ter festa pra gente ir semana que vem? -ele me olhou sorrindo.
— Achei que não estava prestando atenção. -me sentei na cama ao lado dele.
— Ah, eu estava!
— Enfim, sim. Teremos uma festa pra ir!
— Então isso significa que...
— Sim, meu bem! Significa que iremos encontrar Neymar Junior.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now