Party?

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Era um barulho insuportável mas eu estava decidida a não levantar pra atender. O tri-lim-lim era persistente, não desistia e já era a terceira vez que me ligavam, levantei do chão xingando até a terceira geração da família do desgraçado que estava ligando na minha casa, bufei e tirei o telefone do gancho o levando até o meu ouvido.

— Fala.
— Maya? Garota! Já são onze horas, cadê você no trabalho?

Eu realmente não estava adapta em trabalhar de manhã.

— Ah, eu, eu vou ir! Estou saindo de casa! -estremeci.
— Sua irresponsável! -Jota gritou.
— Uou! Não precisa falar assim!
— Eu sei -ele gargalhou- estou brincando. Mas vem logo antes que o chefão chegue.
— Ok, até já!

Desliguei o telefone e olhei minha sala devastada, garrafas de bebida, TV ligada, tudo uma zona. A dor de cabeça chegou junto com o enjoou, a noite passada me pisou.

Corri pro meu quarto e tomei um banho e escovei meus dentes diversas vezes pro hálito de cachaça sair de mim. Penteei meus cabelos e fiz um coque porque o bichinho estava imundo. Corri pro estacionamento e pisei fundo até o escritório, ao chegar cumprimentei meus colegas e o Seu Neymar ainda não havia chegado, ótimo.

Me sentei na minha cadeira e já haviam uma pilha de papéis pra checar, sadness.

— E aí mulher! -Jota beijou meu rosto.
— E aí homem! -sorri, ele era um cara muito legal.
— Seu rosto tá horrível!
— Obrigada pelo elogio, amor! -respondi enquanto separava os papéis.
— Meu, hoje o Júnior vai fazer uma festa lá em casa, vamos?
— Eu não, tô por aqui de trabalho pra concluir e tô muito cansada -mentira.
— Ele chegou ontem revoltado, virou a noite jogando CS e dizendo que ia passar o rodo. -ele gargalhou- esse fim de namoro com a Bruna não deve ter sido fácil.
— Não mesmo -respondi sem vontade alguma.
— Agora vou ir me matar na minha sala, até o horário de almoço Mah!

Ele fechou a porta e eu soltei um ar pesado, inferno! Eu não preciso saber de cada passo que o Júnior dá! Será que ninguém vê? "esse fim de namoro com a Bruna não deve ter sido fácil" e dai? Eu não preciso saber. Porque na verdade, eu já sei! Muito mais do que eu devia por sinal.

E como se não bastasse, eu ainda tinha que ouvir murmúrios e comentários sobre a tal festa, que exploda tudo! Eu vou seguir minha vida muito bem sem o Júnior. Eu não ligo pra nada que ele faça.

Sai do meu trabalho às quatro da tarde e ao abrir a porta do meu apartamento eu quis sentar e chorar, por que fiz tanta bagunça? Arranquei meus scarpins no meio da sala e comecei a catar tudo que havia no caminho e joguei no balde de lixo, em seguida varri e passei um pano com álcool em tudo.

Terminei de fazer meu jantar às oito, e me sentei de frente a TV pra comer, me mandaram mensagens me convidando para a festa mas mal eles sabem que eu queria que a festa explodisse em mil. Por que é tão difícil pra mim? Eu estou dilacerada e o desgraçado tá fazendo uma big festa na sua mansão escrota.

Tomei meu banho e coloquei meu pijama e me deitei, eu não dormia cedo mas me deitei e fiquei no escuro olhando pro teto, revirando na cama meus pensamentos e lembranças me empurravam para um buraco negro onde tudo era triste e sozinho, eu chorava de soluçar e me amaldiçoei por ter conhecido o Júnior.

Eu o amava, já tinha admitido pra mim mesma e eu queria tê-lo por perto sempre que eu quisesse, mas era totalmente errado o que sentíamos e eu não podia aceitar. Liguei chorando pra Ju e ela não sabia me controlar.

— Amiga, por favor para de chorar -ela respondeu manhosa.
— Você tinha razão Julia... sempre teve. Agora estou aqui, numa ilha sozinha rodeado de pessoas próximas ao Júnior. -funguei- Eu queria você aqui, entende?
— E eu entendo meu amor, mas você precisa se acalmar, Maya! O Neymar não merece um porcento do seu sofrimento, eu prometo que você vai encontrar um carinha legal!
— Eu vou mudar minha vida, não tenho como esquecer o Júnior vivendo ao lado da família dele...
— E o que você quer fazer?
— Vou cortar o mal pela raiz
— Maya, você sempre tem esses planos, não me conta, age por impulso e depois vem chorar no meu ouvido. Não que eu esteja reclamando, mas poxa amiga, começa a pensar duas vezes nas suas decisões.
— Não preciso pensar duas vezes, e dessa vez... você vai se orgulhar.

Desliguei o telefone e o taquei longe, chega desse inferno! Eu iria viver bem e sozinha longe daquele infeliz.

Acordei no dia seguinte exausta e mal, iria ser só mais um dia ruim entre os outros... busquei meu celular e soube que a festa foi só para homens, e que existiam muitas prostitutas no local... vídeos do Júnior bêbado vazavam a todo instante e com certeza nesse momento o escritório estava pegando fogo.

Me ajeitei como todas as manhãs, passei na padaria e comi algo com pressa e fui até a empresa...

— Eu não quero saber, Júnior não tem que dar satisfação pra ninguém! Apenas pro Barcelona!
— Os caras vão comer os miolos do Juninho, tio!
— Eu não acredito que o Júnior vai voltar a agir como um moleque de dezesseis anos.

O pai dele não parava de gritar na reunião e o Jota dava suporte, eu apenas pestanejava calada observando tudo, mas em breve eu não faria mais parte daquilo.

— O negócio tá feio hoje! -Jota se aproximou.
— Pois é, né? -concordei.
— A festa foi boa, eu to um lixo. Mas o Juninho exagerou na bebida... levou umas três minas pro quarto, quebrou a casa todinha.
— Ele é solteiro né, ele pode! -dei de ombros pro Jota.
— Poder, pode. Mas não extrapolar dessa forma! E parece que na quarta ele quer fechar uma boate pra nós. Mas dessa vez eu controlo tudo.

Ata.

Marquei uma conversa com o pai do Júnior e já estava prestes a começar, eu só estava o esperando entrar na sala o que não demorou. O observei sentar na cadeira em minha frente e cruzar seus dedos e olhar nos meus olhos.

— O que tem a dizer Maya? Creio que é algo importante, ou não?

Ele estava grosso e bravo o que fez eu engolir em seco.

— Eu quero pedir demissão, senhor Neymar.

[N/A] Eu já tinha esquecido que ia postar mais hoje... COMENTEM!

Amo vcs.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Donde viven las historias. Descúbrelo ahora