Véspera de Natal part. 2

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Estava me segurando pra não chorar no carro, mesmo Júnior assegurando pra mim que voltaríamos todos os dias a tarde depois da escola dos meninos... ou poderíamos até buscá-los. Eu e a Lívia trocamos contato e ela jurou que agora eu fazia parte da família também.

Eu tinha medo de encontrar a família dos meus irmãos e eles me quererem longe deles... mas estava tudo dando tão certo, que eu estava em dúvida se aquela era a minha vida de verdade.

— Sabe de uma coisa que não falamos desde quando você chegou?

Olhei Júnior dirigir e ultimamente eu fazia isso constantemente. Era tão atraente vê-lo segurar o volante, olhar fixado na estrada... seus músculos ficavam mais rígidos as vezes quando ele apertava o volante mas depois voltava ao seu modo relaxado. Era lindo olhar aquilo!

— O que? -ele olhou com pressa.
— Sobre seu prêmio de melhor do mundo...
— Ah, nem me fale porque ainda não superei.
— Eu imagino -sorri lembrando do momento- você é merecedor e sabia que um dia isso ia acontecer. Agora quero saber de outra coisa.
— Diga! -ele pediu balançando a cabeça positivamente.
— "Ela sabe que estou falando dela"

Repeti aquela fala que me balançou por muito tempo, lembro que foi naquele dia que eu soube do sexo do bebê e que Julia havia brigado comigo.

— Oh! -ele sorriu- você estava assistindo?
— Não que eu tenha parado meu tempo pra ver, mas era a única coisa que passava na TV.
— Nossa, Maya! -meu namorado protestou e eu gargalhei.
— Óbvio que eu estava assistindo pra vê você ganhar! Agora desembucha, quem era a pessoa, Júnior? Alguém que eu não conheço?
— Era pro seu porteiro. Eu fiquei com muita dó dele de verdade.

Eu queria segurar o riso, porque eu sabia pra quem ele havia dedicado o prêmio. Mas eu queria ouvir da boca dele.

— Júnior... -o olhei o reprovando esperando a verdade.
— Tá! -rolou os olhos- eu já estava praticamente de passagens compradas pra vir te ver. Eu só ia comemorar, dar uma festinha e no dia seguinte correr pra cá. Eu sabia que iríamos nos resolver e eu estava complemente apaixonado por você.
Estava?
— Ainda estou né cacete?! -gargalhei.
— Eu queria muito estar com você nesse dia... mas prometo que estarei no próximo.

Entrelacei sua mão na minha e depositei um beijo.

— Como pode ter certeza disso? -ele me olhou.
— Meu amor... seu nome é Neymar Júnior! -respondi óbvia.
— Eu já posso tirar meus fones? Porque eu juro que vou pular do carro se vocês continuarem com esse lero-lero de Awn te amo, own docinho eu te amo mais, não eu que amo!

Julia gritou do banco de trás irritada e eu e o Júnior gargalhamos e continuamos zombar dela.

A viagem foi extremamente longa por conta do trânsito mas finalmente chegamos no Guarujá. Quando passamos pela guarita do condomínio sentia as minhas mãos suarem de nervoso. Todos já estavam aqui, faltava só a gente.

— Sua mão tá gelada, babe!

Eu também demorei de entender Júnior me chamar de "babe" mas ele diz que é o jeito que os americanos chamam suas namoradas. Aqui geralmente é amor, lá é Babe, Shawty... ou vários outros. E agora ele fala praticamente três línguas e acha mais bonito, sim, revire os olhos comigo!

— Só estou um pouco nervosa... -confessei.
— E eu com fome, desce logo desse carro, Maya!

Minha amiga gritou da janela e eu obedeci aquele dragão nervoso. Observei ela correr para os braços do Gil, ela não correu literalmente. Apenas andava apressava jurando que ninguém estava notando. Coitado do Gil que está louquinho pra pedi-la em namoro e ela só enrola o coitado.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now