𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑

Só tentar

Senti meu rosto ficar branco com aquela revelação, meu coração começou a tocar um enredo do carnaval do Rio de Janeiro e eu estava com medo de estar tremendo também.

Arthur não podia nem sequer sonhar que eu tinha caso com o Júnior. Ele era a minha única chance de ser feliz de verdade, eu sei que as coisas estão indo rápidas demais, mas o Arthur era um cara completamente diferente de todos os outros.

— Eu sei Maya! -ele pegou minha mão- não tinha como você esconder, moramos praticamente parede com parede e você faz um tremendo barulho! -vi seu sorriso abrir- mas eu também já trombei com ele no elevador e nos saímos juntos. Eu estava um pouco assustado com aquilo, não é todo dia que a gente vê um ídolo mundial no seu condomínio então o cumprimentei...

— Neymar?! Puta merda. Sou seu maior fã! Pode acreditar! -eu dava risada sem parar, imagina quando rapaziada souber disso.
— Opa! Tudo bem? Valeu pelo carinho! -Neymar riu e apertou minha mão.
— Topa uma foto? Meus amigos de pelada não vão acreditar! -eu ainda estava animado com isso.
— Opa, claro!

Ele posou para a foto e eu confesso que tremi um pouco porque bicho, era o Neymar!

Eu vi que ele estava meio perdido no corredor dos apartamentos então não custava nada tirar mais uma casquinha do cara e ajudar ele.

— Tá perdido? -perguntei antes de entrar em casa.
— Puta mano, estou sim. Eu esqueci o número do apartamento dela e o meu amigo não me responde pra dizer onde é. -ele encarava o celular nervoso.
— Dela? Qual o nome? -juntei as sobrancelhas.
— Maya! Maya Paes!
— Uau! -gargalhei- ela mora bem aqui! -apontei pra porta da Maya que era bem próxima da minha.
— Caramba! Valeu mesmo! -ele sorriu- manda um salve pro seu bonde!
— ...Então eu entrei em casa e enquanto eu fazia meu jantar eu ouvi seus gritos e os dele também. Então só foi juntar uma coisa na outra! -ele deu de ombros.

Que vergonha.

Eu só consigo pensar isso: que vergonha.

— Tá. Mas eu não estou mais afim de falar sobre isso! Eu estou muito bem sem o Júnior! -fiquei de costas pra ele e puxei a coberta.
— Maya, foi por isso que aquele seu amigo veio aqui e te vi toda tensa com os olhos inchados, eu sei que é. Mas olha -ele me puxou para que eu o olhasse- eu jamais te machucaria. E eu quero te ajudar, quero te ajudar a superar isso de verdade... seja lá como você conheceu ele... e eu também nem tenho todo o luxo que o Neymar tem. Mas da pra viver com o que eu tenho!

Meus olhos encheram de lágrimas mas controlei pra não chorar mais. Cocei meus olhos pra eles pararem de frescura e não desperdiçarem mais lágrimas e foquei no Arthur que me olhava curioso.

— Eu não tenho o que fazer aqui... tipo, você entendeu. Eu não tenho mais ninguém aqui. Minha vida está no Brasil!
— E eu? Você tem a mim agora. E eu tenho a você! A gente pode ser feliz ou tentar enquanto você não me aceitar no teu coração eu vou lutar pra ser aceito.
— Mas você não sabe da minha vida, não sabe o que eu fazia ou o que eu faço.
— Maya, eu confio em você de olhos fechados. -ele me olhou nos olhos.
— Não sei... eu já escutei muitas palavras bonitas por aí e nenhuma delas foram reais. -me afastei dele e me levantei.
— Por favor. Me deixa tentar! Só... tentar.

Engolia seco com o que ele dizia, ele era tão real. Tão verdadeiro! E ele e eu nunca transamos. Não existia interesse sexual por detrás daquelas palavras... no Neymar existia. Ele dizia me amar pra meia hora depois estar pedindo pra eu gemer mais alto seu nome.

— Você faz ideia de quantas mulheres sonham com um cara como você nesse exato momento?
— Várias. -ele apenas respondeu firme.
— Várias. Então porque tem que ser eu? -eu andava de um lado pro outro no quarto tentando raciocinar tudo aquilo.
— Nenhuma delas são você! E você não sabe o quanto eu esperei pra estar aqui agora conversando com você. Você não sabe no tanto que eu me segurava pra não vir aqui e te pegar no colo durante as discussões e gritaria... e você também tem um ótimo gosto musical! -ele me fez rir-
— Você tem certeza disso? -o olhei buscando verdade naquele olhar que me matava aos poucos.
— Tenho.
— Então vamos apenas ficando, tudo bem? Só... só ficar!

Ele deu de ombros sorrindo e exibindo suas covinhas e veio até mim e me abraçou. Eu queria falar com Deus. Perguntar o que ele queria fazer comigo, qual era a peça que ele queria pregar a mim colocando Arthur na minha vida num momento como esses.

Eu não posso amar Arthur e Júnior ao mesmo tempo!

Ou Arthur era um refúgio, uma saída.

Bom, eu não sei. Apenas sei que ficamos mais tempo colados na cama, eu assistia TV e ele fazia carinho de um jeito delicado nos meus cabelos enquanto escrevia um relatório para a empresa que ele trabalhava.

Eu me sentia tão inferior, tão burra do lado dele. Ele falava bem, vivia de terno e era um engenheiro. Com certeza um homem que qualquer mulher se apaixonaria... e eu era uma garota de programa no Brasil e nas horas vagas garçonete quebra galho de uma lanchonete. O que esse cara viu em mim?

— Minha mãe é doutora num hospital em São Paulo e meu pai engenheiro também. Sou filho único, talvez por isso eu tenho esses privilégios. Mas meu sonho era ter irmãos quando eu era mais novo, mas aí meus pais se divorciaram e esse sonho foi pro espaço.
— Adoraria conhecer sua família. Eles parecem ser adoráveis! Mas porque veio pra cá?
— Barcelona é maravilhosa! Tranquila e a arquitetura desse lugar é invejável! Tudo tão "antigo" -ele fez as aspas- e eu amo trabalhar aqui.
— Não sente nem um pouco de vontade de voltar?
— Pro Brasil? Deus me livre! As coisas lá estão horríveis e eu tô bem aqui, Brasil só em férias mesmo...

Eu o olhava encantada por tamanha perfeição. Arthur. Jesus! Como eu nunca tinha o visto aqui?

Tudo o que eu quero agora é seguir em frente com a minha vida e me entregar pra ele de verdade.

[N/A] @neymarjr tu foi substituído.
COMENTEM MUITO QUE O PRÓXIMO É PEDRADAAAAA