Felipinho

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— Para, para! Você não vai a lugar nenhum! -Jota me pegou no colo enquanto eu socava suas costas.
— Eu não vou ter esse filho, não vou! -eu berrava.
— Como não? Você tá louca?

Jota me colocou no chão e trancou a porta do meu quarto.

— Você nem sabe se essa criança é mesmo do Júnior!
— Ele foi o último com quem eu transei. E no teste tá bem grande lá, duas semanas!
— Que droga! Vocês fazem as merdas de vocês e eu que tenho que controlar tudo. Vocês são um saco!
— Me poupe. Agora deixa eu sair daqui, eu tenho que afiar umas facas.

O empurrei e corri pra porta mas ele havia pego as chaves, claro como eu sou burra.

— Joclécio, nome de imbecil. Eu não estou pra brincadeira. Eu vou quebrar tudo, vou fazer o maior escândalo se você não deixar eu sair daqui.
— Só se você prometer que não vai atrás do Júnior agora. -ele cruzou os braços.
— Eu sou a mãe, eu tenho que tomar providências.
— Você não vai tomar nada mais que juízo aqui dentro, e eu tenho paciência pra esperar.

Jota se jogou na minha cama, tirou os sapatos e começou a ver televisão enquanto eu assistia ele fazer tudo isso em pé do lado da porta. Pensando: sou mãe.

Sou mãe de um humano, de uma pessoa que nesse exato momento tá dentro de mim e vai crescer, crescer, crescer e quando eu for notar, já vou estar do tamanho de uma bola, flácida e descartável de tão horrenda.

Eu não sei nem cuidar da minha vida amorosa, quanto mais de uma criança. E além de tudo isso, eu queria me afastar do Júnior, estava decidida a voltar pro Brasil. Mas como cortar o elo que temos com uma criança nos unindo?

Ok

Respira

Tá tudo bem. Você só está grávida de um jogador conhecido mundialmente.

VOCÊ SÓ ESTÁ GRÁVIDA!

— Jota eu juro, juro que vou enlouquecer! -berrei chorando.
— Não, você não vai. Eu estou aqui e a gente vai resolver essa parada toda!
— Tudo bem... eu não vou fazer nada, vou esperar. Vou pensar no que eu vou fazer, não posso brincar com esse tipo de coisa.
— Exato! Precisa pensar que cada decisão que tomar, vai interferir na vida do Felipinho!
Felipinho? Que?
— Nome do meu afilhadão, pô!
— Aí Jota! -revirei os olhos.
— Eu acho que você já está mais calma... eu preciso ir trabalhar. Então por favor, não mexa um músculo até eu voltar.

Revirei os olhos e ele abriu a porta, se despediu logo após e eu fiquei sozinha. Eu já sabia o que fazer, e ninguém iria interferir.

Entrei no primeiro site de venda de imóveis que vi pela frente e coloquei o meu num anúncio. Eu acho que 300 mil é um valor bom nesse apartamento e ainda está bem barato em comparação aos outros. Quando notassem eu já estaria bem longe de todos e correndo para os braços da Julia de novo.

Eu não vou criar essa criança, não existe a mínima probabilidade disso. Mas abortar eu também não vou... então vou colocar ela num orfanato assim que nascer. Eu nunca quis ter filhos, imagina solteira!

Mandei mais algumas mensagens pro Jota implorando pra que ele não abrisse a boca dele pro Júnior. Eu não quero nem imaginar a merda que vai virar quando ele descobrir que estou grávida.

Meu Deus... aquele desgraçado conseguiu me engravidar.

Meu celular vibrou e era uma chamada da Julia, meu coração acelerou e eu não sabia se contava ou não.

— O-oi amiga!
— Tudo bom, vadia? -ela riu.
— Tudo maravilhoso, perfeito! -gargalhei.
— Mas... mas você não terminou com o Arthur esses dias?
— Para, já é passado! -minha voz estava me entregando.
— Mana, você tá legal mesmo?
— Estou, claro! E você? -me encarei no espelho e acariciei minha barriga.
— Meu Deus, por que você insiste em mentir pra mim? Anda. Fala!
— Ah, amiga... só não tá sendo um dia legal. -mentira!
— Jura? Jura mesmo que é isso?
— Eu não juro.
— Ah, mas agora você vai. Não jurar não vai evitar sua ida pro inferno.
— Tô grávida.

Chamei pela Julia mil vezes mas ela havia desligado na minha cara, comecei a tremer de novo e depois de cinco minutos ela ligou de volta.

— Você tá ferrada! Só isso que eu vou falar!
— Como se eu não soubesse... meu apartamento tá a venda. Ninguém daqui sabe! Quando souberem vou estar bem longe, vou pegar a grana, se converter pra reais o valor triplica então vamos nos mudar também. Não quero ninguém me procurando. Espero que o Jota me perdoe!
— Você sai pra se aventurar, faz um filho e agora vai me arrastar junto contigo?
— Você não seria capaz de me deixar sozinha com um filho...
— Não mesmo. Droga, Maya! E agora? Você não sabe nem cuidar de você mesma
— Eu não vou ficar com a criança. Vou tê-la e colocar ela num orfanato. Ela vai ficar melhor sem mim!
— Hoje você acordou pra bostejar pela boca! Espero que você volte antes dessa criança nascer porque preciso conversar olhando pra essa sua cara de sonsa! Vou desligar porque to puta demais com você, tchau.

Eu não estava entendendo porra nenhuma. Se a Julia se virasse contra mim aí que a merda estaria feita.

[N/A] to amaaaando ver leitoras novas!!!! Comentem muito!
Ps: essa é pra quem leu No Pressure, estou criando uma nova história pra ela... NO PRESSURE - FÉRIAS DE VERÃO. É uma edição bem pequena, pra gente matar a saudade da Law, da Sophia... enfim, da galera toda! Quem ainda não conhece a história, corre lá que não perde por esperar!

Amo vcs.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now