A última noite

3.6K 184 8
                                    

— Isso não podia acontecer.
— Não podia.

Nos sentamos na cama ofegantes de mais uma noite de prazer e minha mente estava a milhão, mais uma vez, na cama com ele. Não era por profissão, era por prazer. Me levantei às pressas e busquei meu roupão, me vesti e voltei para ele.

— A onde você vai? -ele me olhou ainda sentado.
— Ney... -ele me cortou.
Júnior!
— Ok, Júnior. A-a gente não pode continuar, não dá. A gente conversou sobre isso no carro, não dá certo tudo isso! Eu me deixei levar e estou aqui de novo.
— Mas achei que tivesse gostado... -ele me olhou com uma carinha fofa.
— Não é questão de ter gostado, mas realmente, a gente nunca vai dar certo. Sua vida é diferente da minha, mundos totalmente diferentes... acho melhor você ir embora.
— Podemos resolver, é sério May. -ele se levantou para por a cueca- a gente da certo sim. Eu já te disse, eu dou tudo o que você quiser. -ele implorava.
— Júnior, eu não sou um brinquedo, não sou comprável. Meu trabalho e a minha vida pessoal são totalmente diferentes. Você não viu? De dia eu sou uma mulher qualquer, a noite eu sou aquilo que você conheceu. Eu não quero viver nas suas custas só pra te dar sexo. Agora por favor, vai embora!

Aumentei o tom mas ele saia fraco, eu estava segurando o choro.

— Beleza. Eu vou!

Me sentei de costas para ele na beira da cama, meu coração doía, eu queria dormir com ele ali, como um casal. Queria pedir para ele ficar, queria beijar a boca dele mais vezes. Mas eu não podia deixar aquilo tudo acontecer, não podia deixar florecer mais.

— A gente se vê por aí, tudo bem? -forcei um sorriso.
— Uhum... -ele alisou meu rosto- vai ser difícil esquecer esse rostinho, mas é a sua vontade. Obrigado pelos dias, Maya.
— De nada... obrigada também! -sorri de canto.
— Tchau!
— Tchau!

Fechei a porta e me escorei nela, respirei fundo o resto do perfume dele que ainda pairava sobre o ar e fui me rastejando para o meu quarto. Me joguei na cama e apertei os travesseiros, vou sentir falta dele, da loucura dele. Foi uma paixonite boba, e ela vai passar.

Não passou.

Uma semana. Uma semana se foi e nenhum sinal dele, nada além do "Neymar Jr. Te seguiu no Instagram" foi esse o último sinal, eu sempre abria nossa conversa, digitava mas apagava em seguida. Meu trabalho havia se tornado uma merda, eu não sentia mais prazer algum, fazia tudo forçado. Nem com o Rodrigo eu falava mais, Julia mesmo sabendo do motivo sempre me enchia o saco quando podia me perguntando o que eu tinha.

Eu não saia de casa mais, pedi para que meus clientes fossem online, eu tinha que me mostrar para webcam e o otário assistia pelo outro lado da tela, ou eu ficava narrando sexo pra outro babaca punheteiro pelo telefone. Eu recebia menos, mas minha vontade de sair de casa era de menos zero.

Sempre que minha mente parava um pouco eu lembrava daquela nossa última noite.

— Aqui no carro não, não na frente do meu prédio. -sussurrei ofegante.
— Vamos subir meu bebê... -ele respondeu ainda com nossos lábios bem próximos.

Eu não pensei duas vezes e sai do carro, ele saiu junto e nós corremos para o elevador. O porteiro me olhou atento pelo batom borrado mas eu não me importava... cliquei no botão chamando o elevador várias vezes seguidas. Enquanto o Neymar apertava meus seios com força e mordiscava minha orelha. Entramos no elevador e lá dentro o fogaréu cresceu, ele fez meu corpo se chocar no espelho gelado e mordeu meu pescoço.

— Graças a Deus você mora no décimo quarto andar. E olha, veio de vestido como eu mandei.

Sem esperar minha resposta ele puxou minha calcinha tentando rasgá-la.

Se o porteiro estava com suspeita de algo, demos a resposta. Foram os sessenta segundos mais gostosos e calorosos da minha vida, ele colocava dois dedos inteiros e eu queria gritar. Aquele homem não era de verdade.

Entramos em casa e ele me pegou no colo e me pousou no balcão da cozinha e abriu minhas pernas. Eu soltei uma risada e ele tampou minha boca.

— Sua amiga, princesa!

Neymar me beijou com força me fazendo ficar mais molhada, eu mal conseguia encontrar sua língua na minha boca. Ele abriu minhas pernas e finalmente arrancou a calcinha de mim, ele se abaixou e me chupou a língua gelada dele me levou ao céu, eu lutava com ele para que ele parasse mas era impossível, eu me contorcia. O sexo bom é aquele que não te deixa gritar, que não te deixa participar também. E eu estava realmente fazendo aquilo.

Fui me ajeitar no balcão apoiando minhas mãos atrás de mim e acabei esbarrando num vazo de vidro, o barulho foi grande, então na mesma hora ele ficou de pé e me olhou rindo, eu estava vermelha de vergonha e ria junto.

— Vem, vamos pro quarto, meu show aqui já acabou.

Ele me pegou no colo e correu para o meu quarto, me tacou na cama com brutalidade e correu para trancar a porta. Arrancamos nossas roupas quase as rasgando, ele estava estourando implorando por prazer então o dei. Chupei ele com todo amor e carinho, o fôlego nele faltava, seu peito subia e descia com pressa, ele soltava uns gemidos baixos e eu amava, aquilo era a resposta pra eu saber se estava fazendo correto.

Sem demora sentei nele, depois ele me pois de quatro, de lado, de costas... então eu descobri algo que o Neymar não resistia. Quando sentei nele novamente rebolei e em seguida fui para frente e pra trás com rapidez e ele não se aguentava, ele me batia, puxava meu cabelo e eu atiçava mais falando várias sacanagens.

Chegou ao um ponto que eu não aguentava mais, estava suada e prestes ao ápice, foi aí que ele gozou e eu também, nos jogamos na cama exaustos, o fogo apagou, a adrenalina sumiu e a ficha caiu.

Lembro daquele dia como se fosse hoje, eu não me sentia amada, mas sentia que existia realmente um desejo. Não era só sexo pro satisfazer, era sexo urgente, sexo com uma pessoa que você sente fogo só de olhá-la.

— Moça, moça! -um cara me cutucou e gritou.

Parei a música que eu estava ouvindo e tirei o fone.

— Eu também quero usar a esteira!

Olhei para os lados e todas as esteiras estavam sendo usadas e apenas eu estava numa, parada.  Provavelmente eu fiquei aqui durante muito tempo pensando nele e não percebi, meu rosto corou, como eu fui escrota.

— Ah, perdão.

Peguei minha garrafa, minha toalha de rosto e sai de lá. Entrei no meu carro e parti rumo a minha casa, aquilo estava me estressando, me deixando confusa, louca. Eu odeio o Neymar. Odeio.

Um barulho de buzinas me incomodou e mais uma vez, a otária pagou mico. Parada no farol aberto pensando num cara que não podia ser meu.

Que ponto eu cheguei?

[N/A] Acabei de escrever um dos capítulos  mais tristes da fanfic, não tô sabendo lidar.
Gente, quem fala aqui é a Maya! Se vocês quiserem saber as merdas que vão acontecer comigo em breve, comentem e deem estrelinhas porque eu vou amar!

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Where stories live. Discover now