✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada)

Cap 22: Por hora é adeus

" Porque eu me sinto quebrado
Quando estou sozinho
E não me sinto bem
Quando você vai embora
Você foi embora
E não me sente aqui mais..."
   –Broken (Seether feat Amy Lee)

Milhares de pensamentos pessimistas invadiam minha cabeça a noite, eu queria ficar, de verdade, mas eu sentia que embora meu coração estivesse sempre ali, eu deveria partir. Eu sabia que estava pela primeira vez seguindo minha cabeça e isso me preocupava. Sempre fui o tipo de garota ingênua que escuta o coração, e por mais que isso sempre tenha me machucado, tenho um forte orgulho disto. Para mim pensar com o coração é ouvir a si mesmo.

Me levanto decidida no meio da noite com minha mochila já feita, não havia nada de grande valor nela, apenas alguns livros, roupas e um pouco de dinheiro que encontrei jogado por aí.

Começo a encarar a casa com um grande ar de derrota em mim, eu sentirei falta daqui, sentirei falta de tudo. Pego um pequeno pedaço de papel e deixo uma pequena mensagem para Jeff, eu poderia escrever inúmeras coisas, poderia falar do quanto amo o seu jeito doce e amargo ao mesmo tempo, poderia lhe dizer o quanto estar perto dele me faz bem, poderia dizer todos os sentimentos que passei ao lado, mas em meio a todas essas coisas decidi escrever o que eu mais amava em Jeff.

"Queria que você soubesse que          amo o jeito que você sorri."
                        ♡

E nisto eu não estava mentindo. Em meio a tudo que eu amava em Jeff seu sorriso sempre estava em primeiro lugar nessa lista enorme. Pois, na maior parte dos casos seu sorriso significava felicidade, e sua felicidade é a minha. Antigamente eu não sabia o significado de amar, mas agora eu sei exatamente o que o amor é. Amor é não sonhar apenas seus sonhos, mas os da pessoa também. Amar é fazer a felicidade da pessoa se tornar a sua. Amar é colocar as necessidades de alguém acima das suas. É um torturante inferno com pequenos pedaços do paraíso.

Deixo o bilhete na porta de seu quarto, no chão, onde eu me encontrava emocionalmente, acho que mesmo que eu tente levantar meu coração insiste em cair, de tanto me machucar e ser derrubada acabei fazendo do chão o meu lugar.

Saio de lá o mais silenciosamente possível, não queria incomodar mais do que já incomodava. Começo a andar sempre para a frente vendo a cabana se afastar mais e mais até desaparecer em meio às árvores. Ela havia ficado para trás, assim como minha vida.

Primeiramente eu senti um alívio tão grande, eu me sentia liberta, como se fosse uma prisioneira que acabara de sair da cadeia, eu estava finalmente sentindo o ar puro passar por meus pulmões e amava essa sensação, ela me trazia uma verdadeira liberdade. Mas este sentimento logo se esgotou, dando espaço ao grande vazio que pareava em mim. Antigamente eu contava os minutos para esperar-lo chegar, contava-os com uma grande esperança de vê-lo, agora eu contava os minutos mentalmente alimentando uma ilusão de que ele viria atrás de mim.

Aquele vazio... Jamais poderei descrever como ele era. Pior do que uma grande dose de Nembutal, ele me matava tão lentamente, partia meu coração aos poucos, literalmente, eu podia ouvir os cacos caindo devagar e se quebrando mais e mais. Sabe quando você olha em volta e sente que algo está faltando? Esta era uma parte da sensação. Eu olhava a minha volta e via inúmeras árvores, inúmeros cartazes de desaparecidos e em meio a este horrível cenário: O silêncio. Que tanto me matava antigamente, eu havia corrido mas ele me segui, ele sempre esteve comigo.

Caio de joelhos, não, eu não havia caído por conta de um galho, ou dois, mas sim por conta de um mar de sentimentos passados que vieram até mim sem qualquer tipo de aviso prévio. Deixei com que minhas lagrimas caíssem livremente, elas não eram a resposta para nada daquilo, disso eu sabia, mas caiam tão tranquilamente, como se fossem levando meus sentimentos com elas e lavando aos poucos minha alma. Quem já chorou até as lágrimas acabarem sabe do que estou falando, sabe da paz e calma que vem ao final, como um arco-íris no final da tempestade, uma tempestade de lágrimas e lembranças.