Cap 29: Asfixia de vida

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     "Não esmague o coração pois ele é só um. Esmague os dedos pois são 20."
      –Sra_kim_Jin_Taehyung  ♡

//Leiam o recado no final pls//

Seu olhar frio e distante não demonstrava um único sinal de compaixão, tão morto por dentro, seu ódio parecia poder queimar uma pessoa comum com um simples olhar, chamas tão ardentes e quentes que escondiam ali um passado quase apagado, como se fosse uma insignificante página de um velho livro, sua parte da história estava rasgada, fortemente rabiscada por todos que a leram e agora já se encontrava fora dos contos. Esquecido como se nunca tivesse existido.

Suas íris verde escuro pareciam terem vindo de uma natureza extremamente selvagem, tão insano, ele parecia o tipo de pessoa que não pensaria uma vez sequer se tivesse a oportunidade de possuir o que quer que quisesse. Isso era uma das coisas que mais assustavam nele. Louco, pirado em seu próprio mundo, surdo não podia ouvir a voz da razão, mudo não podia dizer o que sentia, cego não podia ver o que estava a sua frente. Acredito que este seja o pior tipo de morte: Quando você perde tudo aos poucos, quando morre tão lentamente a ponto de nem mais se lembrar da sensação de estar vivo, quando você está enterrado em um caixão de pura ignorância. Ele era tão morto que sua alma apenas parecia vagar sem propósito pela terra.

Olhando fixamente sua proteção em mãos, a máscara que lhe daria a salvação, na outra mão uma bomba de gás tóxico, como um maniaco nazista ele não parecia se importar com o sangue que teria de derramar. Preso no mesmo clima mortal, na mesma torturante canção de silêncio, ele se sentou no chão e começou a nós encarar, chegava a ser insano até mesmo para ele continuar com aquele sorrisinho irônico mesmo tendo aquela arma tão potente, tão destruidora em mãos.

-Sabe Jeff... Invejo-te muito! -Disse suspirando fortemente como se tirasse um grande peso de seus ombros. -Tens a quem ama mas... Ainda sim você me parece tão ganancioso, mesmo tendo tudo você procura outras... Ter a quem ama já não é o suficiente? Ter alguém a quem pode completar seu vazio, a quem pode confiar tendo a total certeza que ela não enfiará uma faca em suas costas -Proferiu estas últimas palavras com puro ódio. - Isso não lhe é o suficiente?

Pela primeira vez ele parecia tirar sua máscara revelando a si mesmo de verdade, e não eu não falava da máscara física, mas sim a que ele carregava sempre consigo. Mesmo que estivesse com a face à mostra aquela máscara permanecia, sempre escondendo a si mesmo de todos, do mundo afora. Vendo-o antes eu poderia jurar que não passava de mais um psicopata qualquer, mas ele era mais do que isso... Bem no fundo, era só mais um garoto de coração partido, pisado e maltratado pelo mundo assim como a maioria. Ele parecia só querer ser amado. Soltou um pequeno riso antes de continuar:

-Sabe... Eu gostaria de voltar ao passado, não me julguem... Quem não gostaria? -Desabafando vastas palavras, ele olhava fixamente para a porta, parecendo tão distante, tão inalcançável. - Gostaria de ter tido consciência... Te-lá poupado desse monstro. Mas... -Disse levantado e voltando a mesma expressão morta de sempre, mudando dramaticamente o clima. - Vocês não querem ouvir isso, apenas não tem opção...

Andando até a porta ele atirou a máscara que estava em suas mãos para o chão deixando-a em nossos pés, olhou de forma divertida como se estivesse prestes à assistir seu filme predileto. Pegou a bomba de gás e a ergueu ameaçando.

-Agora... Amor morre. -Disse com um sorriso visivelmente forçado.

Àquela altura eu já podia ter uma certa visão do que ele pretendia fazer, já sabia muito bem quem iria salvar. Essa na minha opinião é uma das coisas mais interessantes no amor: Ele pode te salvar, assim como pode te condenar. Tão suicida, ele mata profudamente suas vítimas aos poucos quando sentem a sua ausência. Tão salvador quando estamos nos afogando em um oceano escuro e precisamos de apenas um herói para nos resgatar.

E atirou a bomba no chão, o gás começou a se espalhar de pouco a pouco, uma fumaça meio amarelada que aparentava ter o cheiro horrível, aparentava.

-Jeff coloque a máscara e se... -Ia dizendo quando o inesperado aconteceu, Jeff pegou a máscara e a colocou em mim, me pegando no colo indo para a janela lutando por nossas vidas, agora ele deixava de lado sua parte totalmente egoísta.

Passando desesperadamente pela janela quebrada pude ver inúmeros ferimentos em seu corpo começarem a sangrar, aquele sangue... Ele o derramava por mim. Nunca pensei que Jeff fosse o tipo de pessoa que se sacrificaria por outra, mas eu me enganei feio. Este tempo todo ele era como Brian, apenas não demonstrava seu lado mais sensível. Acredito que todos os psicopatas são assim, tem um lado sensível dentro de si mesmo que pequeno, apenas não deixa que ninguém o veja. Como um espelho eles refletem apenas o que acontece por dentro, o que querem refletir.

Após passar pela janela Jeff começou q correr rapidamente para o mais longe possível dali, entrando em uma longa e densa floresta, tão escura e fria parecia sem vida. Me largou bruscamente no chão começando a tossir forçadamente e repetidamente:

-Jeff...Jeff! -Comecei a chamá-lo enquanto sentia as lágrimas me invadirem.

Joguei a maldita da máscara para longe enquanto abraçava fortemente Jeff, eu sabia que apenas aquele ato não poderia mudar nada mas ainda sim insistia em abraçá-lo pensando que se o segurasse forte o bastante em meus braços não iria deixá-lo partir, e assim ele não me deixaria. Achei egoísmo da minha parte pensar isso, mas ainda sim fofo, isso só demonstrava o quanto era apenas nós dois, só tínhamos um ao outro (ao menos era assim que eu pensava, inocente como sempre).

Em poucos segundos Jeff começou a tossir sangue e ficar mais pálido, uma pálidez incrivelmente impressionante. Começou a "tombar" para o lado demonstrando estar mais fraco, ele havia segurado o fôlego mas com certeza respirou um pouco do gás tóxico. Senti milhares de lágrimas invadirem meus olhos –agora mais fortes que antes– ao ver Jeff se deitar no chão, aquela cena me partiu o coração parecendo ser a última vez que eu o veria, simplesmente não sabia o que fazer.

Me deitei ao seu lado o abraçando forte deixando que minhas lagrimas molhassem sua blusa, gritava para que ele não me deixasse mas ele não respondia nada, não tinha forças o bastante para isso, a única coisa que ainda dava sinal de que estava vivo era sua respiração forte e apressada, seu lábios secos estavam abertos ajudando os fracos pulmões a trabalhar.

-Não vá! -Pedi-lhe dessa vez baixinho começando a aceitar uma triste possibilidade de que ele não sobreviveria.

//Pessoal leiam a fic da FanficsDeMerda ela acabou de perder a conta antiga então vamos ajudar ela? ❤️❤️
Garanto que não vão se arrepender, ela é uma ótima escritora! //

✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada) Donde viven las historias. Descúbrelo ahora