✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada)

Cap 28: Um heroi vestido de vilão

"–Você acredita em Jesus?
–Sim, acredito!
–Bom, você está indo encontrar ele agora..."
–Grim (Lund)

//Aviso: A música contém palavrões e pode ser considera como inapropriada por alguns//

Caída no chão, tudo ao meu redor parecia girar fortemente, me sentia como em uma forte ressaca mas minha bebida era uma diferente e mais forte: Memórias. Memórias que me queimavam a garganta com palavras nas quais eu queria poder dizer, com sentimentos tão profundos nos quais eu achava ter esquecido, sentimentos que estavam enterrados em minha alma e foram fortemente trazidos à tona. Tão forte como uma grande dose de uma garrafa de Jack, essa maldita ressaca de memórias me deixava tão confusa. Com o estômago se contorcendo de fome e a garganta implorando por água eu não sabia o que era o pior em tudo aquilo. Talvez uma garrafa de Jack não seria uma má ideia agora, penso agora me deitando no chão com tudo.

Estava tão quente que por alguns segundos podia jurar a mim mesma que me sentia literalmente em chamas, tão ardentes como o fogo de sentimentos que me queimava por dentro, não existia água que pudesse curar aquilo.

Novamente sinto a temperatura do meu corpo mudar drasticamente de um calor infernal a um frio congelante. Outro maldito balde de gelo.

-Essa é a sua forma de me manter aqui? -Digo agora em um sussuro mais baixo que antes. Minha garganta seca doía ao som das palavras que dizia. Tão seca como seus sentimentos que pareciam inexistentes.

Antes de me responder ele colocou um cigarro entre seus lábios, deu-lhe uma boa e forte tragada. Seus pulmões deveriam ser tão pobres como sua alma, a fumaça fria e meio cinzenta que saía de sua boca continha um forte e viciante cheiro, aquele cheiro me penetrava a alma fazendo minha cabeça girar ainda mais. Não conseguia ver muita coisa mas ainda sim visualizava perfeitamente o sorriso irônico e galanteador que se formava em seus lábios ao me ver tossir sobre sua forte fumaça. Galanteador, penso comigo mesma, porque diabos todos os psicopatas têm de ser tão lindos? Talvez seja para compensar a feiura que são por dentro, tão pobres e vazios como trilhos velhos de um trem, já foram fortemente usados hoje em dia são apenas presenças fantasmagóricas nas quais a maioria prefere ignorar mesmo sabendo que estão ali.

-Esse cheiro te incomoda? -Ele pergunta mudando de assunto. Ao contrário do que a maioria pensaria ele não parecia querer fugir da minha pergunta, mas sim não lhe dava a mínima importância. Psicopatas são assim mesmo, isto é algo que aprendi da maneira difícil. Tem interesse apenas nas coisas que lhe podem ser úteis.

Viro minha cabeça para o lado ignorando sua pergunta assim como havia feito comigo numa falha tentativa de afastar a sua fumaça de minhas narinas. Ele sabia que incomodava é isso parecia lhe dar um tipo de prazer estranho, aquele tipo de prazer que psicopatas têm ao torturar suas vítimas, ao destruir fortemente os sentimentos de alguém, ao pisar na face daqueles que um dia lhe fizeram mal. Em pensar que já tive inúmeros pensamentos como estes acabo acreditando que todos temos um psicopata dentro de nós, como um pequeno monstro escondido debaixo da cama, nós apenas os escondemos de todos por baixo de uma pequena máscara. Talvez eu apenas esteja delirando, penso imaginando inúmeros pessoas boas nas quais já conheci, mesmo quebrando a cara diversas vezes não consigo imaginar que algum dia poderão me fazer mal.

Ele levanta da cadeira que estava sentado –uma velha cadeira de madeira em mal estado– um pouco antes de jogar seu cigarro no chão e pisar em cima dele de forma bruta e barulhenta. Após fazer isto ele se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado, soltando um forte suspiro colocou suas mãos em seus cabelos os bagunçando ainda mais e escondendo seus olhos verdes marcantes:

-Você acredita em Deus? -Ele pergunta de forma meio retórica. - Reformulando minha pergunta: Acredita que algum herói poderá te salvar de mim? - Sua voz soava com um grande tom de humor, como se quisesse rir.