Cap 25: Armas e Rosas

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"É ele encontrou um revólver
Dentro do armário do seu pai
Escondido numa caixa de coisas estranhas
...
Todas as outras crianças com sapatos bonitos
É melhor vocês correrem, correrem, mais rápido que a minha arma
Todas as outras crianças com sapatos bonitos
É melhor vocês correrem, correrem, mais rápido que a minha bala..."
   –Pumped Up Kics

Começo a soar frio, estava um total silêncio na casa toda, um silêncio que hora ou outra era quebrado por barulho de passos pesados e firmes andando perto de nós. O barulho de nossas respirações era o único som naquele local, escondido e pequeno.

-Exatamente. Você sabe que não pode se esconder dele... De nós!-Outro deles disse, se corrigindo depois de um tempo como se dissesse algo que não deveria. Apesar de sua frase ter sido simples e direta Jeff pareceu encontrar um significado oculto nela, como se tivesse percebido algo.

Sua face que antes estivesse expressando preocupação e um possível medo, agora mudara totalmente dando espaço a um sorriso de canto e uma expressão divertida. Assustei-me com isto, "ele está pensando em matar todos os policiais?" Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça, mas eu acreditava que ele não seria tão louco a este ponto.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Jeff me olha e pisca um olho, soltando um fraco sorriso, ele realmente parecia ter toda a situação sobre controle, eu queria acreditar que isso era verdade mas ter inúmeros policiais armados e com suas armas apontadas para todos os cantos a sua procura não ajudava esse fraco pensamento positivo.

-Fique tranquila. Vou nos tirar daqui, e me divertir também. -Disse com sua voz rouca e baixa, mas ainda com sua expressão divertida. -Não saia daqui, aconteça o que acontecer! -Ele disse, agora demonstrando-se preocupado e cuidadoso, em sua voz eu podia sentir o perigo de suas palavras.

Com uma incrível velocidade Jeff saiu de dentro do guarda roupas, assustando a todos os policiais, agora eu tinha uma visão mais clara sobre eles: Estes usavam capas negras e grandes, tinham inúmeras armas de fogo em suas mãos, a maioria pequenos revólveres. Usavam também um tipo de máscara estranha que me impedia de ver seus rostos, todas com um tom forte e negro. Estava certa, eles não eram da polícia e estavam longe de ser.

Eles pareciam assustados demais com a presença de Jeff para fazer algo, no começo eu não pude entender o motivo mas quando olhei nas mãos de Jeff compreendi rapidamente o que estava acontecendo, Jeff tinha uma arma em suas mãos e um corpo desacordado ao seu lado, ele era rápido e ágil, e eles entendiam muito bem isso. Ao contrário dos demais um rapaz no canto esquerdo do quarto, um pouco afastado de todos demonstrava não estar apavorado como a maioria, para ser sincera ele não demostrava nada, parecia morto por dentro, era assustador. Ele brincava com o revólver em suas mãos silenciosamente, passando as mãos devagar sobre a ponta do gatilho, e mesmo estando com um objeto tão perigoso em mãos parecia não se importar, ele era o único que não estava usando máscaras, usava apenas um par de óculos escuros e um boné, mesmo sendo tão diferente não se destacava naquele meio, parecia apenas mais um.

O silêncio que pareava sobre o local era horrivel, até mesmo segurei a respiração em alguns segundos para não fazer barulho, o silêncio era tanto que eu podia ouvir meu próprio coração acelerado, batendo rapidamente com medo.
Este silencio rapidamente foi quebrado pelo "garoto misterioso" que começou q cantar uma musiquinha qualquer baixinho, parando apenas para dar leves tossidas e em seguida voltar a sua cantoria macabra. Ao acabar a música o garoto olhou fixamente para Jeff e rapidamente levantou seu gatilho atirando sem dó ou piedade, porém ele acabou errando o alvo, acertando um pouco a minha frente. O som da bala se chocando com um pedaço do guarda roupas me assustou tanto a ponto de fazer-me ficar congelada por alguns segundos, por pouco não fui atingida.

Assim que sai de meus pensamentos pude ver como tudo estava, Jeff estava escondido em algum canto, possivelmente na cozinha ou na sala, enquanto alguns dos "mascarados" continuavam procurando por algo dentro do quarto. O som de inúmeras balas e coisas se quebrando não parecia os incomodar tanto quanto me incomodava, eles pareciam focados demais em seus próprios objetivos para se preocuparem com isso.

-Ele já deve estar morto garotinha.- Um deles disse, assustei-me ao ouvir sua última palavra, parecia que ele estava se dirigindo à mim.- Não adianta fingir, sabemos que está aqui em algum lugar.

Congelei-me inteira, eles sabiam que eu estava ali, e por pura idiotice estava no lugar mais fácil para ser encontrada. Me encolhi o máximo que pude ser fazer um barulho sequer, e comecei a respirar menos. Nunca fui alguém muito silenciosa mas agora precisava ser se quisesse viver, e por incrivel que pareça eu queria. Sempre passei boa parte da minha reclamando dela é desejando estar morta, mas quando me vi frente à frente com a possível morte só conseguia pensar em correr o mais longe possível dela. Eu queria viver.

O som de balas não diminua nunca, é hora ou outra algumas eram acertadas dentro do quarto derrubando e quebrando alguns objetos, tudo estava uma grande bagunça, livros jogados e pisoteados por todos os cantos (Doi só de pensar gente T-T tadinho dos livros), roupas que antes estivessem limpas e organizadas agora estavam jogadas de qualquer maneira pelo chão e sujas. Tão bagunçado quanto minha mente.

Fora o som de balas havia também o som de gritos e gemidos de dor, possivelmente haveriam inúmeros mortos e feridos lá embaixo.

Tudo continuou por longos e dolorosos minutos até que tudo ficou um grande silêncio –com exceção de dois mascarados que ainda me procuravam pelo quarto–, por um pequeno momento me deixei levar pela ideia de que talvez Jeff tivesse vencido todos eles, mas ao ver o "garoto misterioso" entrar pelo quarto tive todas as minhas esperanças jogadas e pisadas pela sociedades, tão partidas quanto meu coração ao pensar em como Jeff poderia estar.

O garoto não disse nada, apenas olhou os dois mascarados com desdém e como antes parecia ainda não se importar com nada, não estava nem sequer suado ou cansado, parecia nem ter feito nada, mas o sangue em seu rosto e a arma em sua mão diziam o contrário. Ele passou direto pelos dois e veio na minha direção, abaixou-se próximo a mim, ainda sem me ver, e disse:

-Aqui. -Apontou para a sua frente.- É tão difícil assim encontrar uma cadelinha perdida? -Soltou um riso irônico. Sua voz grave e rouca me dava arrepios, e mesmo com uma expressão divertida em seu rosto tudo o dizia parecia ser sério.

Quando o vi vindo para mais perto agi da maneira mais impulsiva possível e o empurrei para trás, fechando a porta do guarda roupa numa falha tentativa de me proteger. Ouvi-o resmungar alguma coisa mal humorado, e então sem qualquer tipo de aviso prévio o garoto atira na porta, fazendo com que sua pequena bala fria atinja meu ombro. Gemi de dor, aquilo machucava demais, mais do que qualquer dor na qual eu já havia sentido.

-Isso é para você aprender. -Ele disse colocando uma espécie de coleira em meu pescoço.- Não me desobedeça, cachorrinha. -Disse tirando seu óculos e me fitando nos olhos, com um sorriso divertido em seu rosto.

✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada) Onde histórias criam vida. Descubra agora