✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada)

8. Meus cacos te cortam agora

Você será o meu fim...

*Misaki

Que tal voltarmos um pouco na história? Sim, tínhamos Jeff e eu nos despedindo daquilo que acreditei ser colegas, as pessoas que supostamente haviam me salvado.

-Vamos indo! Há um lugar para o qual eu preciso voltar. - Ele proferiu indo em direção ao carro.

Eu o segui novamente sem ao menos pensar no que realmente queria, tinha essa trágica mania, o seguia a todo tempo, mais tarde descobri que apenas o fazia porque eu estava perdida, minha libido precisava de algo para se concentrar e se encontrou em Jeff, meu começo e fim.

Ao entrar no carro fui juntando coragem dentro de mim, precisava falar com ele sobre aquilo mesmo que não quisesse. Ele merece saber, dizia a mim mesma alimentando uma falsa esperança de que ele sequer ligasse para aquilo.

-Jeff... -Disse chamando sua atenção em uma voz falha e medrosa.

É tão assustador olhar para trás e ver que aquela pessoa na qual eu acreditei nunca conseguir viver sem era um frio assassino, saber que eu estava perdida e o único a quem poderia me procurar era um rapaz que não tinha sequer amor à sua própria família, saber que eu era invisível e ele era o único a quem poderia me ver. É assustador confiar em alguém cujo pode facilmente te esfaquear pelas costas sem sentir um pingo de compaixão.

Eu era um poço de memórias, um mar de tristezas, um fundo buraco onde eu me escondia por detrás de cada fantasia que já havia lido, era tudo que precisava e odiava, o único lugar para o qual poderia retornar e me esconder ao mesmo tempo em que era o único lugar em que poderia me matar deixando meu corpo ainda vivo. Ele era um poço vazio, não havia nada ali, era um quadro pintado de preto, sem interpretações ou explicações, assim como eu ele se afogava em si mesmo mas para nunca mais encontrar a si mesmo novamente.

Eu amava o homem que havia tirado tudo de mim e ao mesmo tempo o homem em que era meu tudo.

-Sobre o bebê... -Suspirei forte e senti uma lágrima descer levemente pela minha bochecha, dizer aquilo era como proferir que havia perdido uma parte de mim, o que não deixava de ser verdade. -Não sei se você já sabe...

-Isso pouco me importa! -Ergueu a voz e então desviou levemente seu olhar que antes estava vidrado em meus lábios para a estrada à frente. -Eu não saberia como cuidar de um pirralho de qualquer maneira. -Disse e então esbanjou um meio sorriso do lado esquerdo.

Ouvir aquilo me quebrou de uma maneira por dentro da qual eu nunca mais pensei que poderia ser quebrada. Você é o meu fim Jeff, pensei comigo mesma naquele exato momento.

Naquele momento eu pude observar quatro coisas: 1) Eu realmente amava um monstro, um monstro ganancioso que não conseguia pensar em absolutamente ninguém fora si mesmo. 2) Um homem que havia merecido tudo de ruim no qual sofreu. 3) A única pessoa que eu ainda conseguia amar e me importar. 4) Algo dentro de mim havia mudado.

>voltando a onde estávamos<

***

-Não sei da onde veio tamanha mudança, foi tão repentina... -Ele disse e então me deu um cutucão no braço- Hey, vamos lá, cadê a minha garota sorridente?

Pude ver tristeza em seu olhar ao proferir aquela frase. Outra curiosidade sobre estar ao lado de Jeff: Por mais que você tente evitar pensar sobre no fundo sabe muito bem, aquilo tudo vai acabar da pior forma possível, aquilo não vai durar. Ao seu lado era como se magicamente os ponteiros do relógio passassem rápido, era como se estivéssemos sempre viajando, hora para seu inferno bipolar, hora para um céu onde ele desejava ser um pouco gentil. Como era de esperar eu desfrutei muito mais de sua maçã pecadora do que seu paraíso.

Uma pecadora, era engraçado pensar assim de mim. Deus deveria ter vergonha de mim onde quer que estivesse me observando. Sempre me queixava de tudo, mas talvez eu merecesse estar perdida, estar sofrendo um terço do que todas as famílias sofreram ao ter seus entes queridos retirados brutalmente por culpa de Jeff.

-Você me quebrou de novo como sempre fez. -Disse agora saindo do carro que já estava estacionado em frente aquela velha casa- e agora meus cacos te cortam. Sente a força das suas palavras agora?