Dimitri prometeu nunca se apaixonar, trazer alguém para sua vida seria assinar uma sentença de morte. E ele não as assina, executa. Ele estava bem desta forma, até que um nome em sua lista o levou para perto demais de quebrar sua promessa.
Jasmine e...
Surpreeesa! Não sei o que viemos fazer aqui hoje, sei que viemos! E quero saber o que vocês acham desse capítulo porque ele está devidamente revelador.
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─ Filho? O que faz aqui? ─ Abby perguntou, me fazendo engolir o nó na garganta para respondê-la. Ela tinha aquele olhar sério, o mesmo que vejo em Damien, vez por outra, e tinha um traço em seus lábios não muito finos.
Seus olhos estavam cansados, havia um vinco sutil entre as sobrancelhas e os cabelos estavam amarrados no topo da cabeça de uma forma extremamente séria. Ela estava séria, na verdade. Eu conhecia aquela opacidade nos olhos. Ela havia perdido um paciente.
─ Mãe ─ chamei, abrindo os braços para receber a pequena Abby neles.
─ O que você quer? ─ perguntou, rolando os olhos numa expressão magoada. ─ Você e seus irmãos passam semanas sem me ver, quando falam "mãe", o que acham que eu penso? O que aprontaram?
─ Eu nada ─ nego, erguendo as mãos em rendição. ─ Um paciente seu era amigo do papai, eu queria vê-lo, mas, não é horário de visita ─ confidencio, vendo-a estreitar seu olhar em mim. ─ Então, eu pensei que...
─ Pensou que eu poderia abrir a porta para você ir vê-lo. Uh, claro, já ouvi isso antes, onde mesmo?! Exatamente aqui, Dimitri. E eu preciso lembrá-lo sobre o que aconteceu?
─ Não, Abby, não precisa. Mas, desta vez...
─ Olha aqui, Dimitri, eu tenho fechado os meus olhos para as coisas que você e seus irmãos têm feito, eu tenho fingido por tanto tempo que me forcei a acreditar naquilo que dizia a mim mesma.
─ Mãe ─ repreendi, baixo.
─ Nada de mãe, vocês usam desculpas para escaparem dessa conversa há anos e, mesmo eu, ando evitando-a. Mas, eu não vou permitir que vocês tragam isso para o meu ambiente de trabalho. Eu salvo pessoas aqui, salvo-as para que elas decidam o que serão a partir de então, eu não as salvo para que vocês as condenem.
─ Não se trata de condenar, Abby! É isso que estou tentando evitar. Precisamos mesmo ter essa conversa aqui?
─ Você tem coisas para esconder, meu filho, eu não.
─ Abby, apenas ─ defendo, mas, ela ergue sua mão, negando.
─ Terá que ir. Entenda, Dimitri Samuell, não decepcione sua mãe, por favor ─ exigiu, séria demais em sua postura.
─ Sou sempre aquele que decepciona você, não é?! ─ perguntei, magoado. ─ Sou sempre o filho que deveria fazer tudo como você quer, nunca entendi por que.
─ Dimitri! ─ repreendeu.
─ O que, Abby?! Não é lugar pra falar sobre isso também? Não podemos falar sobre como te decepcionei quando deixei a carreira médica para trás? ─ acuso, vendo sua boca cair em um perfeito "o".
