Capítulo 4

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Lexy na mídia

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Lexy na mídia

× Malu ×

- Entrou para o time, filha? - Meu pai me pergunta. Nossa família está reunida na sala, comendo pizza e saindo um pouco da rotina.

- Entrei, apesar de o treinador ser um imbecil machista.

- Maninha tá arrasando. - John bagunça meu cabelo.

Me lembro da conversa que tive mais cedo com o Mike, sobre o Johnny ficar no campus como no ano passado. Eu senti bastante falta dele, ele vinha apenas nos fins de semana, as vezes.

- Mano, você vai voltar para o campus?

Johnny termina de mastigar o pedaço de pizza que estava na boca dele antes de responder a minha pergunta.

- Vou, quem te falou?

- Mike.

- Ele deveria ir também, mas ele não quer ir para não deixar a mãe sozinha. - Meu irmão dá um gole no seu refrigerante. - Eu vou porque acho melhor para estudar, consigo focar mais e não perco tanto o horário. Nem tenho que dirigir, mas fica tranquila eu volto nos fins de semana para ficar com vocês.

Meus pais também prestam atenção no assunto, foi difícil para eles liberarem o John ano passado. Mas agora eles parecem ter se acostumado com a ideia, afinal ele tem quase vinte anos.

- Nada de fraternidades e suas festinhas, viu? - Minha mãe olha para o meu irmão com seus olhos escuros e desconfiados.

- Até parece que não iamos nessas festas na nossa época. - Meu pai enrola uma mecha do cabelo da minha mãe em seu dedo.

- Você principalmente. - Minha mãe dá uma cotovelada nas costas dele. - Eu nunca fui nas festas de faculdade.

- Ah eu já fui em muitas. - Gabriel sorri.

Eu sei de algumas histórias sobre a adolescência deles, meu pai era um terror para todo mundo. Ele, o tio Scott, tio Eduardo, tio Mick e até a minha madrinha, Yasmin. Boatos de que o grupo passava o rodo, o que é estranho de se imaginar.

- Relaxa mãe, não vou em muitas. - Ele dá risada.

- Você podia arrumar uma namorada, você e o Mike deveriam procurar. - Meu pai diz, dando de ombros para o olhar reprovatório da minha mãe.

- Não concordo com isso. - Levanto minha mão. - Não quero ninguém roubando meus meninos de mim. Já pensou? O Johnny me aparece com uma perfeitinha dócel e amável, Deus me livre.

Eles dão risada da minha fala, mas é a mais pura verdade mesmo. O irônico é que eu não tenho ciúmes do meu namorado, mas tenho do John e do Mike. Eu não amo o Tommy, eu sei disso. Cresci ouvindo meus pais falando de como é amar alguém intensamente, sempre vejo como eles se tratam, eles se amam pra caramba. E eu sei que não amo o Tom, não me sinto da maneira que deveria ser; ele só me faz sentir bem, as vezes e é uma boa companhia. Meu namoro com o Tommy começou de uma maneira totalmente errada, eu não sinto remorso por estar com ele sem amá-lo, pois sei que ele também não me ama. Eu gosto dele, não amo. Acho que esse negócio de amor não é pra mim, na minha idade, minha mãe já estava totalmente apaixonada pelo meu pai, estava sofrendo achando que ele havia traído ela. E eu não, nunca senti paixão por ninguém, já deveria ter sentido, não? Com meus pais foi assim.

- Malu já comeu uns quatro pedaços de pizza, é magra de ruim.

- Foi três. Isso aqui é resultado dos exercícios pesados que minha mãe passa para ganhar músculos.

- Exatamente, assim não corre o risco de se acidentar em um espetáculo.

Isabella Bullworty morre de medo de acontecer esses tipos de acidentes no palco. Pois aconteceu com ela, em uma apresentação internacional. Ela ficou anos sem dançar, foi um rolo e tanto. Minha mãe só voltou para o ballet, graças ao meu pai e a Tia Yasmin.

- A tia de vocês fez aniversário ontem, nem ligaram? - Meu pai olha para mim e para o meu irmão.

- É verdade... Tinha esquecido, ela fez o que? Dez anos?

- É.

Meu pai foi filho único boa parte da sua vida, o que segundo ele tinha certa solidão na infância. Minha avó, Mônica, e meu avô, Lionel, não tinham um bom casamento. Pelo o que meus pais falaram o vô Lionel era bem ruim, principalmente com o Gabriel - ainda bem que ele mudou depois, não peguei essa fase monstruosa dele. - não queria mais filhos, por isso nunca tiveram outros. Depois que se divorciaram, alguns anos depois minha vó começou a namorar o Otávio, que era pai da melhor amiga do meu pai, Giovanna o nome dela, não cheguei a conhecer porque ela morreu. No fim, minha avó acabou engravidando do Otávio e então nasceu a Giovanna. É, o nome foi uma homenagem a falecida filha dele.

Minha tia Giovanna é bem parecida com o meu pai, loira, olhos azuis e sorriso marcante. Na verdade, ela é uma mistura do Gabriel com a falecida Giovanna, eu conheço ela apenas por foto; era um arraso de garota.

Giovanna é o xodó do meu pai, tanto por lhe lembrar a melhor amiga quanto por ser sua única irmã, que um dia ele tanto quis.

- Eu vou ligar para a vó mais tarde. - John diz, levanto meu polegar concordando.

Sinto uma mão pequena apertando minha bochecha, sorrio e me viro colocando o Peter em meu colo e o enchendo de beijos.

- Coisinha mais gotosa da irmã. - Dou um beijo estalado na bochecha dele, que se contorce dando risada. - Amo você pirralhinho.

- E eu amo vocês pirralhinhos. - John beija o topo da minha cabeça e faz um toque de mão com o Pety.

- Amu vocês, doidinhos.

Abraço o Peter o mais apertado possível, esse bebê exala fofura.

Ergo minha cabeça para olhar nossos pais, estão sorrindo observando a cena. Johnny também parece perceber, ele troca um olhar comigo e eu balanço a cabeça.

- Vamos abraçar a mamãe e o papai. - Digo no ouvido do Peter, que bate palmas e corre na direção deles. John me puxa pelo braço até eles, sorrio e abraçamos os três de uma só vez.

- Também amu vocês. - Peter diz aos nossos pais.

Nós temos nossos problemas e tudo, mas ainda assim minha vida é a melhor que eu poderia ter. Os momentos ruins que as vezes passo pela fama deles são mínimos perto de todos esses momentos que passamos juntos.

Amor MalucoWhere stories live. Discover now