CAPÍTULO 21: O Informante do Congresso

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Loey já conversava com o anão quando ela se aproximou.

– ... ajudar os amigos de Loey. – Ele gesticulou para Rebeca e Noah ao percebê-los ao seu lado. Ela notou que Maben avaliava a ela e a Noah e aproveitou para fazer o mesmo. Cachos bagunçados de um tom de castanho claro caíam pela nuca e roçavam os ombros, usava uma barba mal aparada e tinha olhos profundos e verdes. Uma carranca mal humorada lhe cobria o rosto, lhe passando uma áurea quase ameaçadora. – Esses são os amigos de Loey.

– E aí? – cumprimentou Noah, reassumindo seu usual tom despreocupado.

Ela ergueu a mão direita, acenando para o homem – que não parecia muito feliz em ter seu momento de bebedeira solitária interrompido.

– E o que seus amigos querem comigo, Loey? – quis saber o homem, sua voz soava cansada e aborrecida, mas parecia fazer um esforcinho para ser gentil com o gigante.

– Na verdade – adiantou-se Rebeca antes que Loey ou Noah pudessem dizer alguma coisa. – Sou eu quem quer falar com você.

Maben olhou para ela com as sobrancelhas erguidas.

– Você? – questionou ele e alguma coisa naqueles olhos indicava que sabia até mesmo o mais profundo de seus segredos. – E quem exatamente seria você?

– Sou Brooke – Rebeca engoliu em seco, sentindo-se intimidada apenas ao olhar para ele – Do clã Lerofer.

– O que acham de nos sentarmos aqui? – interrompeu Noah, soando educado até demais. Ele não esperou por uma resposta e foi logo empurrando Rebeca para que ela se sentasse no banco vago antes de se sentar ao lado dela. – É melhor para conversar, não é?

Antes que Maben pudesse protestar, Betty reapareceu com os dois drinks e as batatas de Loey. Distribuiu a comida rapidamente e saiu assim que pode, quase como se não suportasse ficar muito tempo perto deles. Antes de sair, no entanto, ela lançou um olhar desconfiado para o homem, quase como se perguntasse se estava tudo bem.

Rebeca abaixou o rosto na altura do copo em sua frente, examinando o líquido cor de violeta. Havia uma coisa semelhante a uma rodela de limão – porém rosa – no fundo do copo, pequenas ervinhas parecidas com menta boiavam na superfície e o líquido, por alguma razão inexplicável para a garota, estava borbulhando.

Ela encarou Noah e sua bebida amarela e perfeitamente normal. É isso que ele quer que eu experimente?

Virando o rosto, deu de cara com Maben a encarando por cima de sua caneca prateada.

– Então, no que lhe posso ser útil? – perguntou ele em um tom suave mas, ao mesmo tempo, atento.

Rebeca tentou sorrir.

– Estou procurando uma pessoa – ela começou, apertando os dedos ao redor de sua taça. – E ouvi dizer que você sabe onde ela está.

– Mesmo? – ele fingiu surpresa. – E quem seria esta pessoa?

Ela lançou uma rápida olhadela para Noah, que degustava tranquilamente de sua bebida. Ele balançou a cabeça, incentivando-a a continuar.

– É uma vidente – disse – Calista é seu nome.

Diferente do tipo de reação que ela esperava dele, Maben riu. Um riso seco e forçado, soava irônico. Rebeca percebeu Noah se retesando ao seu lado.

– Eu realmente não estou entendendo a graça – disse ele.

Maben riu mais um pouquinho, tomou mais alguns goles de sua bebida e os olhou como se estivesse diante de duas tolas criancinhas.

A Receptora - O Ritual de Iniciação (livro um) Where stories live. Discover now