CAPÍTULO 31: Sangue Ruim

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Hey! Finalmente achei vocês – disse o garoto, pondo-se diante deles com um sorriso dócil. Tudo normal por enquanto. Pensou Rebeca enquanto ele direcionava o sorriso para ela. – Finalmente te encontrei, na verdade.

Ela piscou e acenou com a cabeça, cumprimentando-o. Não era sua intenção ser mal educada, mas o inesperado pedido de casamento, as intenções nebulosas de Miguel e as descrições que tinha recebido do garoto a tinham deixado alerta e apreensiva.

– O que é que você quer aqui, Christopher? – perguntou Lana, quebrando o silêncio quando ninguém mais pareceu ter vontade de fazê-lo.

– Não que eu deva qualquer tipo de explicação para alguém como você – começou ele, deixando o sorriso gentil de lado enquanto lançava um olhar de desprezo para a rosada. – Mas vim em paz. Só quero conhecer a garota antes que ela também entre pra estatística.

Rebeca só conseguia encarar o garoto, congelada no lugar e não sabendo se ficava mais ofendida pela insinuação sobre Lana ou sobre ela própria. Noah tensionou ao seu lado, ficando tão rígido quanto uma pedra.

– O que? Não me olhem como se eu fosse o único a ter pensado nisso. Ela é filha de um humano até onde eu sei, é uma meio-sangue. – Christopher explicou como se ninguém soubesse daquilo, rindo de algo que só ele parecia entender. – Não tem um terço de nossa força, não vai aguentar passar pelo ritual.

– É melhor você ir embora daqui – sugeriu Brian, enfezado. – E rápido, de preferência.

– Não seja egoísta, Brian. Já teve a garota só pra você por anos, nós também queremos nos divertir. E, além do mais, estou aqui para alertá-la também.

– Me alertar sobre o que? – indagou Rebeca, jurando para si mesma que se ele fizesse a menor das menções a seu pai outra vez, não ficaria quieta.

Christopher tornou a olhá-la, esbanjando um sorriso que não mostrava seus dentes.

– Suas companhias. Não pega bem ser vista com determinadas pessoas, até mesmo pra você.

– Mais direto que isso impossível – resmungou Lana, soltando uma risada curta.

– Do que é que você está falando? – disparou Brian, franzindo o rosto em uma careta.

– Não precisa se ofender, não estou te incluindo nisso. Você é, na verdade, o melhorzinho daqui, Palathorn. – Alegou o garoto decisivamente, dando ênfase no sobrenome de Brian como se ele explicasse tudo. Seus olhos se voltaram para Rebeca. – Você é o alvo da vez, e por mais que eu duvide que sobreviva ao ritual, deve escolher melhor as suas amizades. Está se aproximando das pessoas erradas.

– O que você quer dizer com isso? – quis saber Rebeca.

– Esses dois não tem nada a oferecer, são desgarrados que tem sorte de estarem vivos. Não podem te ajudar com nada, não consegue perceber? – Disse ele com convicção. – Ela foi abandonada pelo próprio avô e ele é apenas um infeliz que deveria estar morto.

– Como anda sua prima, Chris? – interrompeu Noah, falando pela primeira vez desde que Christopher tinha se aproximado. Um sorriso afiado, quase maldoso, surgiu em seus lábios.

Christopher emitiu um ruído áspero. Uma intensa e notória chama de ódio tingiu seus olhos escuros, o que fez Rebeca trocar um olhar com Lana, que tinha se colocado de joelhos e ficado alerta, pronta para conter Noah. A garota moveu os lábios, formando o nome de Georgia.

Ah, pensou Rebeca, ligando os pontos e sentindo-se ansiosa sobre como aquela conversa iria acabar. Eles são primos.

– Não ouse falar dela, seu desgraçado de merda! – sibilou Christopher, apertando as mãos em punhos cerrados. – Se você se aproximar dela outra vez, nem o rato assustado do Lisandre vai conseguir te proteger.

A Receptora - O Ritual de Iniciação (livro um) Where stories live. Discover now