42. Diz-me se vai doer

3.5K 369 70
                                    

– Sou quem tu quiseres – uma voz cândida e sensual sussurrou ao seu ouvido, tocando-o com os lábios suaves. - Seremos rápidos.

Kim? Jake abriu os olhos repentinamente e agarrou no braço da rapariga com mais força do que queria enquanto ela forçava os seus lábios com beijos lascivos que os levariam a um único fim.

– O que é que estás a fazer? – ele prendeu-lhe ambas as mãos e fitou-a com a expressão totalmente ameaçadora. Deus, estava excitado. Como é que ele ficara excitado por pensar que era a sua morena de olhos cor de céu revolto a detentora de todas aquelas carícias ardentes? No entanto, bastou recobrar a consciência e notar que o perfume que a rapariga exalava em nada se assemelhava ao de Kim.

– Não precisas de te fazer difícil. Estás excitado, e eu percebi que o queres assim que te vi na sala. A forma como olhas para mim não engana. Eu conheço os homens... – Jake mostrou todo o desprezo que tinha por ela por gestos. Pegou-a ao colo sem a mínima delicadeza e largou-a no sofá, levantando-se imediatamente como se este tivesse espinhos.

– Eu estou a ver que há aqui um grande mal-entendido – afirmou, apertando os calções de ganga que não escondiam o nível da sua excitação. Ela era linda, exalava sensualidade por todos os poros da pele delicada, ele podia afirmá-lo, mas havia algo nela que o tornava esquivo às suas investidas sexuais.

– Jack!

Ela tornou a aproximar-se dele, com toda aquela sexualidade prometida expressa no olhar. E ele tornou a pegar-lhe nos pulsos magros, porque nada naquele assédio fazia sentido.

- Jake, querida. Para ti é Jake.

Olhou para o seu pulso alvo por breves instantes, onde os seus dedos se tornavam brancos de encontro à pele sensível. Então soltou-a com brusquidão e procurou sair daquela sala.

Procurou pelo quarto que lhe ofereceram para passar a noite e, quando entrou, debateu-se com as suas necessidades. Queria muito dormir, queria sexo. Queria um momento que lhe permitisse aliviar toda a tensão acumulada nos últimos dias, um momento tão intenso que lhe fizesse esquecer que era responsável pela morte de uma das melhores pessoas que tivera na sua vida.

Precisava.

Mas também queria que a rapariga, que dormia profundamente em cima da cama que reservaram para si, encontrasse a paz necessária pelo menos durante aquelas horas de quietude. Ele não sabia dizer se a decisão era a mais certa ou não, mas acabou por se juntar a ela, naquela cama demasiado grande, que a fazia parecer de repente a pessoa mais frágil e delicada do Mundo.

Ele deslizou as cobertas sobre as pernas nuas de Kim com cuidado, deliciando-se com o suspiro feminino proveniente dos lábios entreabertos.

– Jake.

Ele aquietou-a com sussurros, convidando-a a dormir de novo, e quase não resistiu à afeição fácil que o impelia a puxá-la contra o corpo. Não o fez, talvez ainda em conflito com as necessidades que o atormentavam, e a única que ele podia sossegar passava por um sono reparador.

Dia 85

Kim abriu os olhos com preguiça, aninhando-se mais contra os lençóis que exalavam um perfume floral que a reconfortava sem ser enjoativo. Inspirando o aroma maravilhoso, que se misturava com o dela, pôde perceber que não dormira sozinha. Não quando o cheiro inconfundível de Jake ainda permanecia no tecido leve, na almofada encostada à sua.

Ela sorriu por entre bocejos ainda ensonados, e destapou-se num gesto infantil, atirando as cobertas com os pés. Conseguia ouvir o som de água a correr na casa de banho do quarto luxuoso e percebeu que tudo o que queria era acompanhá-lo num banho refrescante e dizer-lhe o quão feliz se sentia por finalmente não a deixar dormir sozinha.

UPRISINGWhere stories live. Discover now