FIRE

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Quando Joalin entrou no avião, tudo o que pedia era que qualquer pessoa se sentasse ao seu lado, menos Bailey. A garota passou a manhã inteira fingindo estar com sono para seus amigos apenas para evitar qualquer contato ou conversa com o filipino e com isso, não fazia ideia dos números das poltronas deles. 

As coisas seriam sempre assim a partir de agora? Talvez fosse uma das primeiras vezes em que a garota não conseguia agir com seus próprios sentimentos, ao ponto de precisar fugir de tudo e todos. Tudo, porque tudo lembrava Bailey e consequentemente ao contrato, o grande e principal vilão dessa história. Todos porque era nítido que ela estava estranha, isso se tornava ainda mais claro quando ela abria a boca para qualquer coisa, parecia mais fácil fingir um sono descontrolado e, mesmo que percebessem, optassem por dar-lhe um pouco de espaço do que fingir que estar tudo bem e ter que lidar não só com perguntas como com a presença, e provavelmente perguntas, de May. 

Foi por isso que acordou mais cedo, tomou café enquanto os amigos se arrumavam e se arrumou enquanto eles tomavam café. Desceu com suas malas um pouco depois de todos e enquanto esperava para entrarem no ônibus, dentro do veículo ou mesmo no aeroporto ela preferiu ficar calada, com fones de ouvido e sempre que possível de olhos fechados. 

Para seu azar, o que pedia foi  justamente o contrário do que aconteceu. Ela estava sentada na janela e ele sentou ao seu lado, na terceira poltrona, um homem desconhecido, ótimo, não tinha como piorar. A mais velha resolveu continuar com o plano de fingir estar com sono e fechou os olhos, um tempo depois, acabou dormindo de verdade, estava tudo funcionando.

Ele a perseguia até nos sonhos, isso não parecia normal, muito menos saudável. Bailey May tinha algum tipo de super poder ou algo do tipo? Ela dormiu justamente para evitá-lo e ele estava lá, de terno, gravata e com um buquê de flores na mão, a esperando nas profundezas de seus sonhos. O grande problema de tudo isso? As rosas não eram para ela e sim para uma garota ruiva que ela não conseguia identificar ou enxergar com precisão mas que parecia com a idealização de suas fraquezas. 

Algumas horas se passaram quando Joalin despertou, sentiu um peso em seu colo e só quando abriu os olhos percebeu ser a cabeça de Bailey, que dormia todo torto e abraçava as pernas da loira. Ela acariciou seu cabelo e olhou para os lábios apetitosos do mesmo, faria qualquer coisa para poder beijá-lo, não entendia como sua mão foi parar no rosto do moreno mas quando Bailey começou a se mexer e despertou, Joalin tratou de rapidamente afastar sua mão, se levantar e seguir em direção ao banheiro.

A garota respirou fundo quando conseguiu entrar no mesmo mas antes que pudesse fechar a porta, um Bailey eufórico invadiu o pequeno banheiro, fechando-a atrás de si. A princípio Joalin o encarou assustada mas se sentiu aliviada ao notar a presença conhecida de May, dentre os males o melhor, ela só queria evitar um assunto que sabia que poderia lidar, melhor que um desconhecido ou algo do gênero.

-O que você tá fazendo aqui Bailey? -perguntou, ainda um pouco assustada. O filipino encarou a loira de cima a baixo antes de pressionar a mesma contra a pia, ela se assustou mais uma vez mas diferente das outras, não tentou procurar forças para o afastá-lo, sabia que não tinha. 

-Ontem a noite, fui atrás de você com um objetivo mas voltei pro quarto sem cumprir. Hoje quando acordei percebi que não posso esperar nem mais um segundo, não posso continuar vivendo desse jeito. 

Joalin sentia seu coração acelerado e as borboletas no estômago mal a deixavam respirar, ela olhou para cima encontrando os olhos castanhos de May cada vez mais próximos até que finalmente sentiu seus lábios se encostando e fechou os olhos.

Mais uma vez, por alguns segundos seus lábios apenas se tocaram, o que gerou apreensão nos dois, que queriam aquele beijo como nunca quiseram nenhum outro. O medo de mais uma interrupção era grande, mas foi só quando suas bocas se abriram e sentiram o toque da língua um do outro que finalmente perceberam o que estava acontecendo.

O desejo que sentiam um pelo outro era tão avassalador que se beijavam como se dependessem daquilo para viver. Os movimentos eram rápidos e quentes, suas línguas travavam uma verdadeira batalha. Joalin puxava o cabelo do filipino, enquanto ele apertava a cintura da garota com toda a força e tentava senta-la em cima da pequena pia. Quando finalmente conseguiu, o ar os faltou e eles se afastaram alguns centímetros enquanto pareciam puxar oxigênio necessário para encher seus pulmões.

Estavam prestes a voltar a se beijar quando mais uma vez foram interrompidos, dessa vez por batidas insistentes e irritantemente chatas na porta.

Corrigido em 15/04/2020

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