MOM

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Bailey aprofundou um pouco mais o beijo, ao contrário da maioria das vezes, era um beijo romântico, calmo e carinhoso. Joalin sorria entre os lábios do moreno e assim que o ar os faltou, voltaram a se abraçar.

-Acho que a gente precisa tirar esse sal do corpo- lembrou em voz baixa que ainda não haviam tomado banho após a praia. - a loira se levantou dos braços do garoto, indo até a mala.

-Acho que os planos para essa noite podem esperar até amanhã- o filipino também foi até sua mala- Hoje só quero dormir abraçado com você - acariciou o ombro dela e pegou suas coisas.

-Precisamos descansar, amanhã vai ser outro dia cheio. -caminharam até o banheiro.

Todo o clima tenso e pesado da conversa parecia ter se dissipado, era nítido o amor que os dois sentiam dentro de si. Joalin tinha as pupilas mas dilatadas que nunca, já os olhos de Bailey pareciam dourados e brilhantes.

O filipino esfregou o sabonete pelas costas da Loukamaa e lavou os cabelos da garota como se ela fosse uma boneca de porcelana, ela ainda tinha a cabeça longe, era muita coisa para esclarecer, para entender.

-Devemos continuar sem contar para nossos amigos né? - ele perguntou

-Acho melhor Bay, eles sabem que a gente transa mas não precisam saber que é mais que isso, pelo menos não agora.

-É tão lindo te ouvir falando assim

-Assim como?

-Que a gente tem mais alguma coisa- ele sorriu lhe e beijou a bochecha da garota

- Você é tão lindo- ficou na ponta dos pés abraçando o pescoço do asiático

Quando saíram do banho, o cansaço bateu em seus corpos e foram direto dormir. Bailey tinha a garota próxima ao seu corpo e os braços em volta do corpo magro dela, parecia abraçá-la com toda força e não querer soltar mais.

-Boa noite Bay- ela lhe deu um selinho

-Boa noite Jojo

Joalin acordou com seu celular tocando, levou um susto, tirou do carregador e correu com o aparelho para fora do quarto, tentando não acordar o filipino que ainda dormia.

-Mãe? Tá tudo bem? - perguntou ofegante, descendo as escadas correndo e vendo que o dia ainda amanhecia do lado de fora.

-Te acordei né? - A mulher perguntou do outro lado da linha- Me desculpe filha, acho que me confundi com o fuso.

-Mas não são tipo 2 da manhã aí?- se sentou na bancada da cozinha, falando baixo

-Sim, eu e seu pai ficamos assistindo filme até tarde e decidi te ligar pra dar boa noite, achei que seria meia noite aí, mas contei ao contrário.

- Tudo bem mãe, não tem problema.

-Te liguei porque desde que você foi para o Brasil só nos falávamos por mensagem e eu estava com saudade de ouvir sua voz.

-Poxa, não faz isso comigo- apoiou a cabeça em uma das mãos visivelmente abalada com a fala da mãe.

A forma que as duas se comunicavam era linda e única, ninguém mais no mundo seria capaz de entender a mistura do finlandês rápido e fluente, com o espanhol corriqueiro e o inglês, além de várias expressões internas. Joalin e Johanna era tão conectadas, mesmo de longe.

-Aconteceu alguma coisa filha? Senti que precisava conversar comigo

-Aconteceu, mas acho que não é uma coisa ruim. - a loira abriu a porta da casa, caminhando até a areia branca e fofa da praia, onde o sol começava a nascer.

-Quer conversar sobre isso?- ela murmurou que sim, começando a falar em seguida.

- Você deve ter imaginado que eu e Bailey estamos tendo alguma coisa

-Ai Meu Deus- ela respirou fundo, sua voz parecia alegre- Eu e seu pai conversamos sobre isso assim que vimos vocês juntos, da última vez. Sei que é complicado por conta do contrato e até um pouco arriscado, mas eu apoio, vejo quanto o Bailey te faz feliz

-Me deixa continuar mãe- elas riram- Eu achei que era atração física, hormônios e tudo isso.

-Então vocês já...?- deu uma pausa- Então eu tinha razão de me preocupar com bebês. Joalin, minha filha, tenha cuidado, naquele dia eu percebi que tinha acontecido alguma coisa, mas pensei em no máximo um beijo, só comentei aquilo pra brincar com vocês

-Ér...- as bochechas da loira ficaram quentes e vermelhas- Pois é- respirou fundo- Já tinha acontecido e continuou assim, sem compromisso

-Meu bebê

- Só que ontem nós conversamos, choramos, falamos de nossos traumas e medos com relação a tudo isso e mãe, eu acho que eu amo o Bailey.

- Você acha Joalin? Pois eu tenho certeza, desde o início, desde quando eu ainda te levava para Los Angeles para os bootcamps. Eu sempre soube que uma hora isso iria acontecer, mas confesso que não esperava que fosse tão cedo.

- Eu tenho medo mãe, não do contrato mas do amor. As coisas não dão certo para mim, não sei se consigo lidar com isso.

- Ele te ama, eu não tenho dúvidas com relação a isso. Você precisa se dar uma chance filha, permitir se jogar de cabeça, precisa voltar a acreditar no amor. Ele é perfeito pra você e não vai te magoar, eu prometo. Só não se fecha para a oportunidade que a vida está te dando de ter uma pessoa incrível do seu lado por coisas que aconteceram a tanto tempo e que nem merecem ser lembradas.

- Eu vou tentar mãe, sem rótulos, sem pressão e sem ninguém saber que estamos tentando. Mas eu vou esperar um tempo para ver se consigo.

- Eu sei que você consegue. Agora volte a dormir que vai ter um dia cheio.

-Ok, obrigada por ligar mãe. Eu te amo.

- Eu também te amo muito- a mais velha disse do outro lado da linha, antes de finalizar a ligação.

Joalin voltou para dentro da casa meio tonta após a conversa, porém nem o enjoo que sentia seria capaz de desanima-la depois do momento.

Corrigido em 24/05/2020

FOR YOU [JOALEY]Where stories live. Discover now