Capítulo 11

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      — Aqui, pra você. — Yara depositou cuidadosamente o prato com macarrão à frente de Victória, posteriormente tomando lugar junto dela, à mesa. — Não é tão bom quanto o da tia, mas acho que dá pro gasto.

      — Valeu. — murmurrou, arrastando o objeto para perto.

Suspirou, enrolando preguiçosamente o garfo na massa coberta por molho de tomate.

Lacerda para a comida em seu prato, sem vontade alguma de colocar algo dentro de si, e depois para o corredor, quando passos denunciaram que alguém se aproximava.

      — Ela finalmente dormiu. — anunciou Lena, antes de mover-se até a pia, deixando ali o prato com um pouco de sopa que sobrara. — Pelo menos consegui fazer ela comer.

       — E a febre? Baixou? — indagou Yara, observando a tia puxar uma cadeira, e sentar-se.

       — Sim, consideravelmente. — deixou escapar um suspiro cansado, efetuando movimentos de rotação no pescoço, a fim de diminuir a tensão.

Nenhuma delas disse qualquer coisa nos segundos que se seguiram, todas perdidas em seus próprios pensamentos, ouvindo apenas o tilintar dos talheres no prato, isso ocasionalmente, já que as meninas não estavam com tanto apetite, dando intervalos significativos entre as garfadas.

      — Ela vai ficar bem logo, né mãe? — quis saber Victória; um toque de receio na voz.

      — Claro, meu amor. — garantiu Lena, esticando a mão para acariciar sua cabeça. — Logo logo a sua irmã vai tá por aí correndo, pulando e brincando com você. Ela só precisa descansar um pouco, tá bem?

A menina assentiu, voltando a comer, já com mais vontade e alguma rapidez, como se aquela dúvida fosse o que a incomodava e impedia que a comida descesse como devia ser.

      — Ah, Yara, eu já ia esquecendo. — chamou a atenção da sobrinha. — Sobre aquele assunto, eu consegui um horário no período da tarde, pra quarta-feira.

      — OK, tudo bem. — respondeu, já sabendo ao que ela se referia.

Terminou o que restava da sua refeição e puxou o prato da prima, quando notou que terminara também, transportando-os até a pia e, de seguida, lavando-os junto do que a tia tinha trazido.

Logo depois, despediu-se — desejando uma boa noite de sono às duas — e pôs-se a caminho do quarto, aproveitando para dar uma rápida olhada em Mariana — que jazia tranquila no quarto da mãe —, pelo caminho.

Lentamente, livrou-se das pantufas azuis, enquanto encarava o celular esquecido sobre a mesa de cabeceira, desde quando regressara da reunião do clube, indecisa sobre enviar uma mensagem à Léia, tendo em conta que lhe pedira notícias da prima.

"Oi ", enviou, por fim, apertando, em seguida, o aparelho entre as mãos, claramente nervosa.

Um minuto se passou em que não houve resposta alguma e, em sequência disso, preparou um novo envio, deduzindo que talvez não tivesse respondido por não saber de quem se tratava. Portanto, precisava alertá-la de que não era nenhum tipo de stalker psicopata, mas sim ela, Yara.

"Pra avusar que a Nana está melhor"
"avisar* "

Cerca de dois minutos depois, o aparelho apitou três vezes seguidas em curtíssimos espaços de tempo, notificando que Léia havia respondido.

"Ei! "
"q bom q ela melhorou :) "
"e você? tá bem? "

Digitou, respondendo positivamente, a seguir perguntando o mesmo a ela.

No Compasso das Estrelas | ⚢Where stories live. Discover now