Capítulo 12

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      Naquela tarde de sexta-feira, Lacerda havia chegado consideravelmente cedo para a reunião do clube, tendo em conta que o treino de Victória começaria meia hora antes do horário habitual, pelo que Lena aproveitara para levá-las numa única viagem.

Pelo fato de não encontrar ninguém conhecido à chegada, manteve-se no exterior, compenetrada na leitura de um romance.

No entanto, não permaneceu sozinha por muito tempo, pois, Léia se fez presente logo a seguir e, juntas, subiram para a biblioteca, encontrando Lilian, que estava responsável por preparar o espaço.

      — Ei, Lilian? — chamou Léia, capturando a atenção da morena, que transportava uma das mesas para junto da parede. — Ouvi dizer, assim, bem por alto, que a capitã das Águias ainda tem uma quedinha por você.

      — Ela ainda tá nessa? — questionou, franzindo a testa, porque, segundo o que rodava pelos corredores da escola desde o ano anterior, a líder do time sénior de futebol nutria uma espécie de paixonite por ela. Léia assentiu. — Que trate de se levantar, então. — deu de ombros, após colocar a mesa no lugar. — Tu sabe muito bem que garotas não são minha praia, nada contra, e que eu só tenho olhos para uma pessoa.

      — Infelizmente. Olha, sinceramente, eu não sei o que você viu naquele garoto do clube de teatro. — torceu o nariz, acentuando sua falsa expressão de desgosto. — Com tantos caras em Porto. Tantas garotas. — enfatizou a última palavra, provocando a morena, que revirou os olhos.

      — Nunca ouviu dizer que tem gosto pra tudo, meu bem? — piscou para a colega, tomando lugar numa das cadeiras dispostas em círculo. — Além disso, tenho certeza que tu não gostaria de me ouvir dizer o que vi nele, então...

Deixou a fala em aberto e encolheu os ombros, como se o gesto fosse suficiente para que percebesse o que queria dizer.

      — E outra — ergueu o indicador, para certificar-se de que não seria interrompida. —, dessa água que você citou por último, não beberei.

      — Não sabe o que tá perdendo. — continuou a provocação.

      — Sem ofensas, tá? Garotas são incríveis, sem dúvidas, mas, nesse caso em específico, dispenso.

      — Ai, héteros. — resmungou, revirando os olhos. — Haja paciência.

E assim deixou o assunto e as alfinetadas de lado, indo tomar lugar ao lado da preta, que não pudera evitar escutar a conversa, menos ainda ficar intrigada, devido à última intervenção da amiga.

      — Corre, corre, corre! — Yara incentivava, dando leves palmadinhas no bumbum de Nana, para que agilizasse os passos e pudessem alcançar logo a porta do supermercado, a fim de fugir do sol escaldante daquela manhã de sábado

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      — Corre, corre, corre! — Yara incentivava, dando leves palmadinhas no bumbum de Nana, para que agilizasse os passos e pudessem alcançar logo a porta do supermercado, a fim de fugir do sol escaldante daquela manhã de sábado.

Já do lado de dentro, abriu a lista de compras no celular, notando, pelo canto do olho, a prima pegar o carrinho.

      — Deixa eu ver o que vem primeiro aí na lista. — pediu, esticando-se para poder ter uma visão da tela do aparelho.

No Compasso das Estrelas | ⚢Where stories live. Discover now