Batalha Dos Imortais VI

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***Gabriel

Sabe quando um mísero segundo parece durar uma eternidade?

Pois foi essa a sensação que eu senti naquele breve momento que antecedeu o explodir de uma calorosa, intensa e insana batalha.

Eu ainda não sabia, exatamente, o que estava por vir. E confesso que estava com um certo receio de descobrir. Todos os meus amigos, com quais eu mais me importava estavam ali. O medo de que algo de mau acontecesse com qualquer um deles, me assombrava profundamente. Mas não tínhamos outra escolha, a não ser lutar pelas nossas existências... Lutar por aquilo que acreditávamos ser a coisa certa a se fazer.

Como em uma cena de câmera lenta, os acontecimentos a seguir foram desencadeando uma série de consequências... Algumas não tão boas de se assistir.

Com as costas unidas, eu e Beatriz giramos no mesmo lugar, ao mesmo tempo em que a mulher deixou com que seu escudo de energia translúcido desaparecesse. Ela parou de frente para Sandara, no mesmo local onde eu estava de pé antes.

Por um breve instante, olhei por cima do meu ombro direito e consegui presenciar o exato momento em que a irmã de Pavel lançava um feitiço contra a outra, que munida de sua invejável coragem de sempre, bloqueou o mesmo usando as duas mãos.

Com os braços esticados para a frente, enquanto o pulso de energia disparado por Sandara fazia com que uma espécie de ventania bagunçasse seus cabelos, Beatriz sussurrou algumas palavras que fizeram o ataque ser desviado em seguida, atingindo uma árvore próxima. O gigantesco tronco de madeira, se transformou em cinzas em questão de segundos. Aquilo foi de arrepiar.

Olhei para a minha frente. Notei que os vampiros recém criados, avançam em nossa direção. Eles tinham um olhar de sede de sangue.

Aos rosnados e uivos, os dois licantropos, ali presentes, foram os primeiros a avançar em ataque. Dando saltos de cerca de dois metros de altura, um dos animais pulou sobre um vampiro que estava mais próximo, já abocanhando sua cabeça, fazendo com que a mesma explodisse em sua boca, como uma grande e suculenta jaboticaba.

A outra fera, também partiu para o ataque e usava a força de sua poderosa mandíbula canina, para estraçalhar qualquer membro que encontrasse pela frente.

— Cara, eu não vou conseguir fazer isso! — Exclamou Zack, aterrorizado.

— Não temos outra escolha, amigo. — Disse Rafael.

— Eu não posso machucar as crianças... Eu não consigo! — O outro engoliu em seco.

Eu mordi os lábios e pensei por alguns breves instantes. Em seguida, olhei para o rapaz e falei:

— Eu te entendo... Se não consegue fazê-lo, apenas evite o confronto com elas. Vamos dar um jeito nos adultos primeiro.

— A quem estão tentando enganar?! — Susy nos encarou pasma. — Não está mais do que óbvio que o que tentarão fazer será em vão? De longe, os pequenos são os mais perigosos dali, pois não conseguem se controlar facilmente. Para um adulto já é difícil controlar a primeira sede, imagine para essas crianças?! Precisamos acabar com o sofrimento delas, e rápido!

— Como consegue ser tão fria, Susy???!!! — Indagou Zack.

— Não sou fria, apenas estou tentando ser racional e misericordiosa! — Defendeu-se ela.

— Faremos o que for possível, por hora, está bem? — Olhei para Zack.

O rapaz apenas assentiu. Uma expressão de pesar tomou conta de seu rosto.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Where stories live. Discover now