Lembranças V.1

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***Luna

Eu ainda não estava conseguindo absorver aquela informação. Como "outra eu" poderia estar ali, bem diante dos meus olhos? Aquilo não fazia o menor sentido. Eu estava louca?

Continuei parada, totalmente anestesiada, com aquela visão confusa. Eu estava tentando entender o que diabos acontecia ali.

— Olá, Luna! — Uma das ninfas, que estava sentada sobre as pedras, cumprimentou.

Aquele cumprimento não era dirigido a mim, mas sim para a outra que havia acabado de chegar.

— Olá, garotas! — A outra retribuiu ao cumprimento, com um largo sorriso no rosto.

— Como isso é possível?! — Murmurei. — Não consigo entender o que está acontecendo aqui!

Senti uma forte pontada no topo da minha cabeça. Automaticamente, fechei os olhos e coloquei minhas mãos no local atingido pela dor repentina.

— Aaaahhhh! — Berrei, assim que meus joelhos tocaram o chão.

Ninguém veio ao meu socorro. Todos ali pareciam ignorar minha angústia e minha dor... Era como se eu fosse invisível.

— Luna... — Eu, mantinha minhas pálpebras apertadas e continuava com as mãos no topo da cabeça, quando ouvi uma voz masculina mencionar o meu nome.

Deduzi que era alguém chamando pela outra moça presente no local, já que, até então, eu seguia sendo ignorada.

Minhas têmporas começaram a latejar. Quando eu pararia de sentir tanta dor? Eu já estava exausta daquela experiência perturbadora. Tudo que eu queria, era sair dali... Me sentir bem. Mas parecia que, tal coisa, estava bem longe de acontecer.

— Socorro!!! — Com a voz um tanto falha, devido as fortes dores, soltei  grito de agonia. — Alguém me ajude, por favor!

Mais uma vez, senti-me isolada... Largada... Sem qualquer esperança de que alguém pudesse vir ao meu socorro.

Ouvi um forte estalo, seguido de um chiado. Era como se uma bomba tivesse explodido a poucos metros de mim. Com o susto, arregalei os olhos e mirei a cena daquelas moças à minha frente, felizes, sorridentes... Ignorando totalmente a minha presença ali.

Novamente, senti uma forte dor nas minhas entranhas... Como se estivesse sendo devorada viva. Recordei-me do momento em que engoli a poção que Beatriz havia me dado... Senti a mesma dor.

— Luna! — Ouvi a mesma voz masculina, berrar por meu nome mais uma vez. Em seguida, senti alguém tocar o meu ombro direito por trás.

Ainda de joelhos no chão, ergui minha cabeça para observar quem poderia estar ali, atrás de mim. Me surpreendi quando os meus olhos encontraram os tão familiares de Rafael.

— Como me achou?! Como chegou aqui?! Sabe que lugar é esse?! — Perguntei, totalmente assustada, já com lágrimas nos olhos.

— Ei... — Sussurrou o rapaz. Ele estava diferente... Estranho...

— O que houve com você?

— Tente ficar calma, por favor... — Sua voz soava como um eco. — Se não se concentrar, não conseguirá as respostas que tanto almeja... E talvez, não saia viva daqui.

— O quê?! Como assim?! — Franzi a testa, ainda mais confusa.

Em silêncio... O rapaz me amparou, até que eu conseguisse me colocar de pé novamente. Seu semblante era sereno e indecifrável... Definitivamente, aquele não poderia ser o Rafael com o qual eu tanto estava acostumada.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Where stories live. Discover now