The Game I

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***Travis

2 dias depois:

Existência...

Admiro muito qualquer criatura que saiba o significado da sua. Admiro muito quem sabe seu propósito ao nascer, algo que no auge dos meus dezoito anos, eu ainda não sabia ao certo.

Minha tia sempre foi o único modelo de caráter que eu convivi por muito tempo. Pode parecer estranho, mas eu sequer frequentei algum colégio durante a infância, fui educado em casa. Às vezes, eu sentia falta de algumas coisas que me foram privadas no passado... Ter amigos de infância, era uma delas.

Algo que, também, sempre tive muita curiosidade em saber, foi quem era a minha mãe biológica. Minha tia não falava muito sobre ela. Sempre que eu perguntava sobre, ela meio que desconversava e me dava informações um tanto vagas. Dizia que a moça que meu deu a luz, perdeu a vida durante o parto.

Tudo que eu sabia, era que tia Sandara idolatrava meu pai. O amor com que ela sempre falava sobre ele, as expressões de angústia, dor, um certo ódio e saudade, ficavam evidentes em sua face castigada pelo tempo.

Após passar alguns dias fora, enfim, eu estava de volta à WorldHidden. Liguei para meu irmão ainda do caminho, queria avisá-lo que eu já estava quase chegando. Para minha surpresa, Thales disse que estava passando uns dias no prédio do Conselho, pois Bia, havia viajado de última hora com a família. Por fim, ele pediu que eu fosse até o castelo.

Passei na casa dos Paris, deixei minha bagagem, que consistia apenas em uma mochila com poucas peças de roupas, e rumei para o Conselho Dos Clãs, na intenção de encontrar meu irmão.

Ao chegar ao local, imediatamente fui atendido por uma moça que eu nunca havia visto antes. Ela foi bastante simpática e me acompanhou pelo interior da grande contrução, até uma porta que estava entreaberta, localizada ao lado de um estreito corredor que parecia dar acesso à uma cozinha.

Embora eu já fizesse parte da vida de Thales e dos outros por um considerável período de tempo, eu não tinha muitas passagens por aquele local, eu não conhecia muito bem o castelo. Confesso que, fiquei bastante admirado com tudo o que vi. O local tinha lá seus encantos. Cada vez que eu ia até o local, me admirava com algo novo.

A moça que me acompanhou, despediu-se, deu meia volta e se afastou a passos largos sem olhar para trás. Voltei-me para a porta entreaberta, mais uma vez. Pela fresta, era possível observar Thales, que parecia estar bastante distraído no que estava fazendo.

Meu irmão, estava sentado atrás de uma gigantesca mesa bruta de madeira, a mesma tinha um tom avermelhado brilhante. A cabeça do rapaz estava abaixada, enquanto seus olhos permaneciam vidrados nas páginas de um livro que parecia ser bastante velho.

Fiquei com medo de interrompê-lo a princípio, mas eu já estava ali... E foi o mesmo quem pediu que eu fosse procurá-lo.

Com certa cautela, aproximei-me mais um pouco da porta e dei duas batidinhas de leve.

Thales, imediatamente ergueu seu olhar em minha direção.

Como se eu estivesse enxergando tudo em câmera lenta na cena que me veio a seguir, pude notar cada movimento feito pelo rapaz.

Com uma graciosidade inexplicável, ele ergueu seu braço direito em direção à porta, meio que girou o pulso, ao mesmo tempo em que juntava os dedos indicador e médio. Com os mesmos dois dedos, ele fez um sinal como se me chamando... Então, a porta se abriu por completo.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Where stories live. Discover now