Batalha Dos Imortais II

135 26 5
                                    

***Gabriel

Eu estava totalmente cegado pela raiva. Eu já vinha alimentando aquele sentimento por tempo demais. Relembrar todas as coisas que Pavel havia feito, todas as vidas que ele havia sacrificado para atingir um falso idealismo de paz, só fazia tudo piorar.

Depois que o golpeei no peito, lançando-o para longe, em direção à parede. Sequer dei tempo para o mesmo se recompor. Avancei sobre ele o segurando pelo pescoço e o ergui do chão, encurralando-o contra a parede usando todas as minhas forças.

— Muitos anos se passaram, seu escrotiano!... — Cuspi, com ódio, as palavras na cara dele. — Não faz a mínima idéia do quão mais forte eu fiquei desde a última vez!

Usando minhas presas pontiagudas, mordi o lado direito de seu rosto, causando um ferimento profundo, que não demorou muito para começar a jorrar sangue. Mais uma vez, golpeei-o e ele caiu de traseiro no chão.

Com os olhos arregalados, ele me fitou totalmente desnorteado e passou o antebraço sobre a face. Com fúria, ele gritou:

— Está louco?! Faz idéia do que acabou de fazer???!!! Não tem medo de mim?

A princípio, honestamente, não entendi aquela pergunta. Meu ódio era tanto que perdi todo o raciocínio lógico.

Eu recuei um passo, deixei escapar uma risadinha e o respondi, com outra pergunta, do alto de todo o meu sarcasmo:

— Medo de você? Um verme covarde, que sacrifica vidas inocentes para conseguir o que quer??? Por que eu me daria a esse trabalho?

— Não sabe com quem está lidando, rapaz! — Ele apoiou o peso do próprio corpo sobre a mão esquerda e pôs-se de pé, dando alguns passos para trás, tentando ficar mais distante de mim.

Eu sabia que a vantagem dele, era em confronto a distância. Devido a minha rapidez, se eu ficasse mais perto dele, eu conseguiria interceptá-lo antes que ele conseguisse conjurar qualquer feitiço contra mim. Se eu quisesse vencê-lo, eu precisaria usar o que eu sabia usar de melhor: minha velocidade e astúcia.

Eu, dei um passo na direção do homem e não me intimidei. Não consegui me conter e provoquei-o:

— Você já perdeu, seu otário.

— É isso mesmo que você acha? — Ele ergueu a mão esquerda e estalou os dedos. — É o que veremos.

Quando ele finalizou, seja lá o que estivesse fazendo. Ouvi um som semelhante a um rangido vindo de trás de mim. Foi impossível não olhar. Notei que o barulho estava vindo do fundo do fosso. Foi naquele momento, que percebi que Suzana e Miguel já estavam a salvo do outro lado do mesmo, acompanhados por Rafael e Thales.

Os quatro assistiam àquela cena bastante impressionados. Talvez eu tivesse passado um pouco da conta, sem levar em consideração as consequências posteriores dos meus atos impensados. Mas eu precisava lavar minha alma, se é que eu tinha uma.

Caminhei até a borda do fosso, na intenção de verificar melhor do que se tratava àquele som tão particular. Notei que, os vampiros recém criados, começaram a grunhir como as feras sanguinárias que realmente eram. Foi impossível não me assustar com a visão de uma porta de grades se abrindo, por onde as criaturas começaram a abandonar o fundo daquela gigantesca cratera através do que, a princípio, me pareceu ser um túnel.

Totalmente descrente, voltei a encarar Pavel, que me fitava com olhar vitorioso e rosto lavado de sangue. Depois de respirar profundamente, ele falou:

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu